Camilo Madrigal ama sua família e sua vila mais do que tudo, mas após passar toda sua vida preso por todos os montes e árvores que protegiam os cidadãos do mundo de fora, ele já estava cansado e terrivelmente entediado. Ele precisava de pessoas, lug...
Hey, queridos! Como estão? Eu estou... complicada, como sempre, haha! Mas espero que estejam bem.
Esse e os próximos capítulos vão ser um pouco mais corridinhos e longos porquê tem MUITA coisa para acontecer nesse tempo! Então, fôlego! Mas para compensar deixo aqui um mini-spoiler de que logo teremos um descanso, um capítulo feito inteiramente para respirar e aproveitar junto do nosso casalzinho! Eu também vou tirar um tempo hoje especialmente para responder os comentários acumulados nesse tempo todo, sinto muito pela demora, mas são MUITOS!
Dito isto, espero que gostem!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Maravilhas não era como Encanto, apesar de suas semelhanças notáveis à primeira vista. Suas pequenas casas possuíam paredes coloridas e vívidas, as janelas e sacadas exibiam flores de espécies variadas que deixavam suas pétalas voarem com a brisa e cairem delicadamente sobre as ruas amareladas de paralelepipidos enquanto as pessoas seguiam alheias em suas próprias vidas. No centro da pequena cidade, havia uma praça esverdeada, com bancos de madeira espalhados através de seus caminhos de terra e um pequeno parque onde as crianças brincavam de esconde-esconde durante as tardes. Era, acima de tudo, um lugar tranquilo. O cheiro de pão fresco e café quente inundava todos os bairros e as vozes - vozes novas, as quais Camilo nunca havia sequer imaginado em sua vida - se arrastavam em conversas e risadas prolongadas através dos grupos de vizinhos e amigos que conversavam próximos de um mercadinho.
Não existia, no entanto, qualquer sinal de magia.
Nenhuma pessoa fazia as flores brotarem instantaneamente nas varandas perfumadas, muito menos ajudava a reconstruir a capela simples ao lado da praça e nem mesmo distribuía comidas milagrosas para curar os doentes e feridos. Não havia ninguém cantando pelas ruas movimentadas ou contando histórias para as crianças. Era, no mínimo, estranho caminhar por aquele lugar tão comum. Camilo respirava fundo enquanto seguia por um caminho qualquer, olhando curiosamente ao redor e sentindo seu corpo se arrepiar a cada novo rosto que surgia em sua frente - rostos que nunca havia assumido. Rostos que nunca sequer pensou que existiam.
Um sorriso travesso se formou em seus lábios quando um grupinho de crianças passou correndo ao seu lado, suas vozes eclodindo em gargalhadas animadas. A ficha finalmente havia caído. Ele não estava mais em sua casa e muito menos perto das montanhas insuperáveis de Encanto. Camilo estava em um lugar completamente novo e diferente, observando e cumprimentando pessoas que ficariam para sempre em sua mente, pessoas que ele até poucos minutos era incapaz de imaginar em algum lugar do mundo. Pessoas que não sabiam quem ele era nem conheciam seu dom ou sua família. Para eles, Camilo era apenas um garoto normal.
E assim se seguiu por muitas outras cidades ao longo dos meses que se passavam cada vez mais rápido, as estações ficavam para trás e davam lugar para novos ares conforme Camilo viajava de vila para vila, se deparando cada vez mais com pessoas e coisas diferentes. Apesar de parecidas, nenhuma cidade era igual a outra. Após tanto tempo de viagem, ele acumulou lembranças e presentes únicos: penas caídas de aves que nunca havia visto antes, pedras preciosas adquiridas em mercados de cidades grandes, tecidos novos e desconhecidos para Mirabel, colares e brincos exóticos e até mesmo bebidas e temperos que nunca havia experimentado e que sua tia gostaria de conhecer.
