Camilo Madrigal ama sua família e sua vila mais do que tudo, mas após passar toda sua vida preso por todos os montes e árvores que protegiam os cidadãos do mundo de fora, ele já estava cansado e terrivelmente entediado. Ele precisava de pessoas, lug...
Olá, olá queridos! Como vocês estão? Como prometido, aqui está o novo capítulo e, sinceramente, o que mais me quebrou enquanto eu escrevia. Para ser honesta, eu já tinha planejado ele há muuitas semanas, eu não conseguia parar de pensar nessa parte da história! E, olha, isso me pegou de jeito!
Escutem o áudio na mídia, por favor. É o dublador do Camilo cantando (em espanhol), eu adoro! Vai acrescentar muito na leitura de vocês, eu garanto!
E dito isto, eu espero que esse capítulo toque vocês tanto quanto me tocou!
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Uma leve garoa caía sobre Encanto conforme a meia-noite se aproximava, as luzes das casas se apagavam uma a uma e os sons se tornavam cada vez mais raros pela vila, dando espaço para o canto alto das cigarras ao redor e permitindo que finalmente a luz da lua iluminasse verdadeiramente as ruas escuras, seu brilho pálido reinando majestosamente durante a noite. Para ele, nunca havia sido tão difícil e tão belo admirar a vista de sua pequena casa. Afinal, era a mesma de todos os dias.
Ainda assim, tudo parecia diferente naquele momento. Tudo parecia infinitamente mais vívido e atraente, quase como se todos os detalhes que haviam passado despercebidos durante todos aqueles anos se acumulassem em uma única paisagem e saltassem a frente de seus olhos.
Camilo não sabia exatamente o que se passava em seu coração, mas era o suficiente para reconhecer que iria acabar enlouquecendo se continuasse ali por mais tempo, se angustiando todos os dias por não ser capaz de ter o que mais queria. Jade havia amenizado consideravelmente a curiosidade que rondava o jovem e o ataque dos malditos invasores havia plantado dúvidas cruéis que torturavam sua mente com perguntas e receios nublados, mas nada disso parecia capaz de prender Camilo em seu ninho por muito tempo.
– Querido, o que foi? – a voz calma e sonolenta de Pepa atraiu sua atenção repentinamente e o garoto se virou para a mulher, mantendo seu sorrisinho típico no rosto e balançando a cabeça, observando enquanto a ruiva ajudava Dolores e Jade a terminar de retirar a mesa do jantar, seus primos e tios cumprindo outras atividades pela casita antes de dormir. A mesma rotina de todas as noites desde sua infância, mas Jade parecia deslumbrada com algo tão simples quanto aquilo enquanto guardava os copos secos em seus devidos lugares e conversava alegremente com Dolores, entretida em algum assunto que aparentemente interessava muito às duas. Sua irmã não era o tipo de pessoa que acumulava amigos por onde passava, a maioria das pessoas tinha medo de que ela revelasse seus segredos ou invadisse sua privacidade, o que fazia que ela estivesse sozinha ou junto de Isabela a maior parte do tempo, agora passava seus dias ao lado de Mariano e sonhando acordada por todos os cantos, mas finalmente havia encontrado alguém que não temia seu dom e nem fugia da Madrigal antes de sequer conhecê-la. – Parece preocupado com alguma coisa, não é muito do seu feitio.
– Não é nada, mami, não precisa se preocupar muito com isso – o sorriso em seu rosto se alargou quando caminhou até a mulher, segurando gentilmente em seus braços e conduzindo-a com calma e cuidado na direção das escadas, deixando as mais jovens para trás. E aquilo doeu. Aquilo havia quebrado uma parte de seu coração e ele sabia disso, ele sentiu quando algo dentro de si se desprendeu em agonia, quando algo morreu em seu peito. O sorriso sutil e agradecido de Pepa fez com que seu estômago se revirasse e apertasse em seu interior, fez com que ele repensasse todas as ideias que se passavam em sua cabeça há tanto tempo. O quão cruel ele deveria ser para deixá-la para trás, justo o sol do seu mundo? – Não pense muito sobre isso, você deve estar cansada agora, é melhor dormir um pouco.
