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Benzo passa repentinamente pela porta da loja, aparentando estar embriagado, quando seu grande corpo se apoia no batente para restabelecer o equilíbrio. As duas crianças, que estavam imersas, acordam-se do susto, desviando os seus olhares para ele.
— Benzo... Você chegou.
Exclama o menino indo em direção a ele, Ekko o ajuda segurando seu grande braço e o guiando em direção à cadeira posiciona atrás do balcão. Athali observou a cena por um momento, suspirando profundamente. Ela sabia que precisava ir para casa enfrentar seus irmãos. Apesar de não gostar da situação em que eles a colocavam, sabia que precisava cuidar deles de alguma forma. Com um movimento decidido, apertou o botão da engenhoca, desligando-a, e a pegou em sua mão. Sentia a necessidade de se despedir melhor do amigo, mas Ekko estava ocupado, tentando manter o homem parado em seu assento.
Com um último olhar para a cena, Athali ajeitou os óculos no rosto, deu meia-volta e começou a caminhar rapidamente pela viela. O barulho e a agitação do local ficavam para trás enquanto ela se dirigia para casa, suas mãos segurando firmemente a engenhoca, seu pensamento já em como enfrentaria sua família.
Ela seguiu apressada pelos becos e esquinas, o coração batendo acelerado enquanto as luzes da cidade piscavam ao seu redor. Chegando aos fundos do bar, foi surpreendida por Vender e Claggor, que saíam com um saco grande nas mãos. A expressão de cansaço e preocupação no rosto de seu irmão, com um olho roxo marcante, fez com que ela parasse no mesmo instante.
— Athali? Voltando de onde?
— Eu... estava dando uma volta. — Respondeu rapidamente, sentindo o nervosismo se acumular em seu peito. — Só precisava de um pouco de ar.
Responde ao homem, seu quase pai, não queria que ele desconfiasse que fora à Ekko contar como seus planos haviam sido arruinados, pois sabia que o Vender desconfiaria que tinha sido o menino a dar as pistas do roubo.
— Apenas entre, sim? Claggor e eu vamos ao benzo.
Athali assentiu, sentindo um misto de alívio e preocupação. Em um muxoxo "Cuidado por lá" ela disse, tentando parecer o mais genuína possível. Vender deu um aceno de cabeça e seguiu Claggor, que carregava o saco grande enquanto se afastavam pela viela escura. Ela observou-os desaparecer na noite, antes de virar-se e entrar pela porta dos fundos do bar. Ela sabia que teria que encontrar uma maneira de explicar tudo para Vender mais tarde, mas por enquanto, tinha outros assuntos em mente. Com a engenhoca ainda firme em suas mãos, ela se preparou para enfrentar o que viria em casa, onde seus irmãos aguardavam. Prestes a entrar, escuta um barulho de metal caindo no chão. Seu olhar se direcionou à esquerda, onde encontrou Powder vasculhando um grande contêiner. A irmã de cabelos azuis não parecia ter percebido sua presença e levou um susto ao se levantar, dando de cara com a mesma.
— Ei, Pow, o que ta fazendo?
— Bem, eu estava procurando novas peças antes da senhorita decidir me dar um susto
Athali a observou com um leve sorriso, misturando alívio por vê-la bem com a habitual exasperação por suas invenções malucas que quase sempre nunca dão certo.
— E qual vai ser o nome desse?
Pergunta com um tom brincalhão, enquanto se aproximava do contêiner para examinar as peças que sua irmã encontrara. Powder sorriu, empolgada, segurando uma esfera que brilhava em azul.
— Esse aqui vai ser o Bigodes. Mas isso não é o importante, estou tentando descobrir o que é isso aqui.
Athali observou a esfera azul brilhante por um momento, sentindo uma estranha fascinação e também uma leve inquietação. Aquilo parecia mais do que apenas uma descoberta casual. Havia algo misterioso nessa esfera que ela não conseguia ignorar. No entanto, Powder não parecia compartilhar dos mesmos sentimentos, ao guardar rapidamente a esfera em um de seus bolsos e correu em direção ao bar, deixando Athali um tanto perplexa.
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𝑫𝑶𝑷𝑨𝑴𝑰𝑵𝑨 | 𝑬𝒌𝒌𝒐
Action﹌﹌﹌﹌ 𝑬𝑴 𝑨𝑵𝑫𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶 ↶.࿔*🕰 ˚‧⁺𝑫𝑶𝑷𝑨𝑴𝑰𝑵𝑨| 𝑨 ᴅᴏᴘᴀᴍɪɴᴀ ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴇ́ ʟɪʙᴇʀᴀᴅᴀ ᴘʀᴏᴠᴏᴄᴀ ᴀ 𝒔ᴇɴ𝒔ᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ...