Manhattan 42

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Manhattan - Nova Iorque
20:56Pm

- Joshua jantar - Meu pai vem me chamar. No quarto. O único lugar que eu fico além da empresa, aonde eu ainda tento ver se Any está bem. E acho que talvez ela esteja bem melhor que eu. Até por que quem tomou essa decisão foi ela.

Eu não como por dias, e o máximo que meus pais conseguiram me fazer comer, foram alguns sanduíches, eu não durmo e não penso em fazer nada além de ficar em casa, no meu quarto, longe de tudo e todos.

A verdade é que estar longe dela está me matando, pouquinho por pouquinho e não sei como poder classificar o quanto eu nunca senti isso antes na minha vida com qualquer outra pessoa que tenha ido embora.

- Não to com fome - Coloco o fone de ouvido novamente e vejo meu pai entrar no quarto e fechar a porta atrás de si.

- Certeza? - Insiste olhando pro chiqueiro que eu estava.

Parecia faltar alguma coisa. E eu sabia exatamente o que era.

- Sim! - Digo sincero e vejo meu pai adentrar o quarto.

- Nunca me intrometi quanto as suas namoradas, sabe disso - O discurso paterno começa - Mais á partir do momento em que meu próprio filho ao menos se alimenta, acho que precisamos conversar.

- Ela não é minha namorada - Digo desapontado.

- Sério que de tudo que eu disse prestou atenção apenas nisso? - Meu pai dá um risada sem mostrar os dentes.

- Aonde quer chegar pai? - Pergunto querendo voltar a dormir de novo, talvez amenize um pouco dessa dorzinha aqui no coração.

- Acho que devam conversar.

- Não quero falar com ela.

- Está sendo orgulhoso - Meu pai ri negando com a cabeça.

- Não estou - Me ajeito na cama arrumando a postura, tentando ser seguro o suficiente.

- Está sim, por que puxou isso de mim - Ele me olha - Sua mãe e eu quase se separamos por eu sempre querer ter razão.

- Não acho que puxei isso de você - Penso um pouco, eu nem estava tão errado assim, a Any que quis sair da minha vida e me deixar nessa solidão. Errada ela, não eu.

- O que eu to tentando dizer - Ele segura a risada - As vezes é necessário ceder, á menos que queira perder a Any como um dia corri o risco de perder sua mãe.

- Talvez eu pense nisso - Dou um sorriso meia boca.

- Pensa com carinho - Ele aperta minha mão - E desce pra comer, sua mãe disse que se necessário ela desce a escada puxando a sua orelha.

- Eu nem tenho medo dela - Ergo os ombros.

- JOSHUA DESCE AGORA - Ouço o grito chegar até meu quarto.

- Descendo - Saio da cama correndo andar á baixo.

Chego na cozinha e vejo minha mãe montando a mesa, enquanto Sina esperava ela acabar, me sento ao seu lado e olho alguns objetos da cozinha afim de me distrair:

- Está me evitando - A voz da loira chama minha atenção.

- Não estou te evitando.

- Foi uma pergunta retórica, não precisava de uma resposta, foi uma afirmação - Mexia em um guardanapo em minha frente - JOSHUA - Bate a mão na mesa fazendo um estrondo.

A voz da garota ecoa pela cozinha me fazendo olhar para ela, não só eu, como meus pais. Ela nunca havia agido dessa forma.

- Talvez você poderia dar um de irmão super protetor agora e perceber que ao invés da sua negação, eu preciso da sua ajuda - Ela não chorou, não na minha frente. Mas sua voz não mostrava firmeza, ou seja, ela também estava abalada quanto á tudo que aconteceu.

𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝑆 - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora