Capítulo 5

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Depois daquela noite Aoi e Rengoku pareceram ter deixado as diferenças de lado e começaram a se entender melhor. Já não havia mais receio e medo por parte dela e nem desconfiança e hostilidade por parte dele, conversavam como amigos e contavam histórias que muitos não sabiam sobre eles. Era a primeira vez em anos que Aoi sentia que podia confiar em alguém, riu sem medo e passou a gostar da companhia de Rengoku.

Este por sinal notou que talvez Tanjiro estivesse certo, havia onis bons naquele mundo tão perverso. Mas ele como Demon Slayer, não era capaz de ver bondade naquelas criaturas, mas ao lado de Aoi estava aprendendo a ver aquele lado ignorado.

Os dias foram passando e o Pilar das Chamas foi se recuperando com rapidez. E dois meses já haviam passado e com o corpo forte novamente, era hora de Kyojuro partir e voltar para suas atividades como Demon Slayer, além do mais, teria que reportar sua ausência por tanto tempo ao mestre da milícia.

O dia amanhecera com um Sol esplendido, brilhoso e bonito. Um dia claro e que parecia aguardar coisas novas pela frente, mas para Rengoku e Aoi algo estava estranho. Rengoku se vestiu após um rápido banho com a água que Aoi conseguiu para ele, os cabelos foram presos e ele vestiu novamente seu haori. A oni estava no andar de cima onde fora pegar a espada dele para entrega-lo novamente para seu dono. Foi estranho pegar aquela katana, sentir o peso dela e saber que ele partiria.

Ainda não compreendia a forma como seu coração batia, pois doía ao pensar na partida de Rengoku. Saber que não teria mais sua companhia, sua gargalhada e suas histórias. Desceu as escadas que rangeram mais alto naquela manhã, Rengoku a esperava no corredor já completamente vestido. Ele estava sério, apesar de um pequeno sorriso brincar nos lábios bem desenhados.

Ela esticou os braços e entregou a katana dele que a recebeu com gratidão. Depois disso ela o acompanhou até a porta, mas parou no batente, se saísse acabaria queimada e se recordar disso, o loiro se virou para ela ao pisar na tabua do engawa desgastado.

- Arigatou, Aoi – disse ele, se curvando – Sem você eu não sei o que teria acontecido.

- Alguém o teria encontrado e cuidado devidamente de você. Mas sua recuperação seria mais longa – alegou, sem jeito.

- Ainda sim, estou aqui curado – sorriu ao dizer – Arigatou.

O coração dela bateu mais forte ao ver o sorriso dele, ela tentou sorrir, mas por algum motivo não conseguiu fazer da forma que esperava. Mas se curvou a agradeceu também. Foi a primeira vez que ela teve um amigo por um curto período de tempo.

- Você vai ficar bem, não vai? – indagou preocupado.

- Não se preocupe, consigo me virar caso algo aconteça – afirmou ela e ele assentiu.

Após se despedirem novamente, Rengoku deu as costas a ela e a casa e seguiu pela mata até sua figura sumir completamente por entre as árvores. E Aoi ficou ali observando ele sumir, sem saber se o veria novamente. Mas com o desejo de revê-lo um dia.

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O retorno de Rengoku para a mansão do mestre fora mais rápida do que ele esperava, ou será que seus pensamentos ocupados por Aoi o impediram de ver os dias e noites passando enquanto se encaminhava para a base? Ele não sabia a resposta, a única coisa que sabia era que havia chegado e os muros e o portão da mansão estavam agora a sua frente. O jardim sempre bem cuidado e aparado estava a sua volta, a casa bem limpa e cuidada também dando o enorme contraste da casa gasta, lascada e velha que Aoi morava.

Um empregado da casa estava perto de uma fonte que havia no jardim, Rengoku pediu que avisasse ao mestre que ele estava ali e o aguardava.

Não demorou mais do que dez minutos para ele estar ajoelhado sozinho diante da sala sem moveis do mestre e onde o mesmo se encontrava sentado sobre uma almofada verde e uma de suas filhas ao lado dele para lhe guiar pelo cômodo.

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