Capítulo 10

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Quatro meses se passaram desde que Rengoku e Aoi se reencontraram. O Pilar das Chamas passou mais alguns dias na gruta com sua amada oni, para depois partir em uma missão. Toda semana Rengoku mandava seu corvo até a gruta com uma carta que ele escrevia para ela, e todas as vezes o corvo voltava com uma carta de Aoi. Ele se sentia aliviado quando via o papel preso a pata de seu corvo, pois ali era um sinal de que Aoi estava bem e viva, além de também ter a expressão de sua ave. Que com o tempo começou a se dar bem com a oni.

Os dias passaram e logo se tornaram meses, quatro meses para ser exato. E até aquele momento ninguém sabia da existência de Aoi, mas Kyojuro se sentia culpado quando estava perto de seus amigos Pilares, pois, nunca foi de mentir para ninguém, nem mesmo para seu pai ou seu irmão. Mas ele seguiu com a vida como se nada estivesse acontecendo.

O dia estava claro e o calor parecia mais forte do que nos dias anteriores. O mestre da milícia havia convocado todos os Hashira para uma reunião, e estavam todos alinhados lado a lado ouvindo Kagaya-sama falar. Com exceção de Rengoku, que não conseguiu evitar e deixou os pensamentos irem até Aoi. Ele tinha a intensão de pedir alguns dias de folga para o mestre e ir até Aoi, e ele merecia um pouco de descanso, tem feito missões atrás de missões.

Logo a reunião terminou e seus amigos começaram a se retirar, porém, novamente o mestre da mansão lhe chamou e Rengoku se dirigiu até o engawa e adentrou a pequena sala de Kagaya-sama.

Uma das filhas de Kagaya serviu chá para o Pilar das Chamas, enquanto o mesmo se mantinha em silêncio. Rengoku agradeceu e deu um gole no chá, na mesma hora em que o mestre da milícia se pronunciou.

- Como está Aoi? – perguntou e Rengoku cuspiu o chá e arregalou aqueles olhos vibrantes que possuía.

Ele encarou com medo e receio o mestre, mas também sentiu-se envergonhado por manter a mentira. Podia esconder dos companheiros, mas talvez tenha sido um erro esconder de Kagaya-sama.

- Não se alarme, minha criança – começou ele calmo – Eu já sabia da existência de Aoi há muito tempo. Sempre ficamos de olho nela e já tem um tempo que recebi relatos de que você estava se encontrando com ela – emendou.

- Lamento por mentir assim, Kagaya-sama. Se há alguma punição por minha mentira então eu aceito, seja ela qual for! – falou Rengoku com firmeza.

- Não há a necessidade de uma punição – alegou – Me alegra que Aoi tenha encontrado alguém, não há muito tempo que ela foi transformada em uma oni, mas até mesmo ela não devia viver sozinha. Me alegra que ela tenha uma companhia como a sua. No entanto, quais são seus sentimentos pela oni, Kyojuro? – indagou.

E apesar de tremer por dentro, Rengoku respondeu com firmeza e convicção.

- Eu a amo, Kagaya-sama!

Aquilo não surpreendeu o mestre da mansão. Ele já imaginava o que se passava para que Rengoku fizesse várias visitas para a oni.

- Não irei me opor a isso, mas o que fará quando a noticia chegar aos ouvidos dos outros Hashiras? Muitos ainda não aceitam Nezuko como parte da organização de caçadores, um relacionamento entre um Pilar e uma oni será ainda mais complicado ser aceito – comentou – Está pronto para aceitar os olhares de esguelha e feições de acusações, minha criança?

- Sim, meu senhor! – respondeu sem pensar duas vezes – Aoi não é agressiva e ela sabe se controlar como Nezuko conseguiu naquele dia. Ela apenas precisa de uma chance para provar – falou.

- Acho que podemos dar um jeito nisso – falou Kagaya-sama – Há uma missão grande que quero que você fique encarregado de cuidar. Leve Aoi com você, dependendo de como for o resultado a missão, ajudarei vocês dois e cuidarei para que ninguém a machuque, assim como ajudei Nezuko.

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