Capítulo 9

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Aoi piscou várias vezes ao escutar o nome dela escoando pela gruta, naquela voz que ainda visitava seus sonhos quando ela dormia. Sua boca abriu e se fechou diversas vezes, mas nenhum som saia, estava completamente espantada com a presença de Rengoku ali. Parado e lhe encarando tão animadamente, aquela aura que brilhava como o sol.

- R-Rengo...ku – sussurrou.

Ela tentou se levantar, mas o ferimento na perna a impediu e ela grunhiu diante da dor, fazendo Kyojuro correr até ela para ajudar.

Havia um corte na coxa dela, não era profundo, mas se não se curasse poderia infecionar. Mas então ele tonou que havia outros pontos com ferimentos e faixas em alguns pontos de seu corpo, e havia cicatrizes em outros pontos. Ele notou que ela se encolheu quando seus olhos varreram a figura dela olhando cada machucado e cicatriz.

- Não são recentes – comentou ele, olhando uma faixa que estava no antebraço dela e outro no tornozelo.

Um silêncio se abateu entre eles, Rengoku queria fazer inúmeros questionários a respeito daqueles ferimentos, mas sabia que ela não responderia ou daria um jeito de se esquivar.

- Por que não se cura? – indagou.

- Não posso – disse ela entristecida – Para me curar eu teria que beber sangue humano e não irei atacar ninguém. Além do mais, ninguém ofereceria o próprio sangue de bom grado – falou rindo do próprio azar.

Aoi era uma oni e se curava como qualquer outro, mas sua recuperação era lenta e algumas vezes ficava com cicatrizes e marcas, para acelerar o processo da cicatrização ou usar seus poderes em si mesma teria que beber sangue humano.

- Ficarei bem e logo...

A frase morreu em sua boca ao avistar Rengoku ficar de pé e retirar seu haori e erguer as mangas de seu uniforme de Demon Slayer, logo em seguida usando a própria katana ele fez um corte no antebraço fazendo o sangue escorrer e pingar no chão. Os olhos rubi de Aoi se arregalaram diante do ato dele, mas ela viu a determinação naqueles olhos tão intensos e brilhantes, principalmente quando ele estendeu o braço para ela.

Ela pensou em negar, mas ver o sangue pingando fez sua boca salivar e ela começou a pensar sobre aceitar a oferta dele. Eram muitos ferimentos e ela precisava se curar, ou não sobreviveria na próxima luta. Rengoku se agachou novamente e esticou o braço a sua frente, e logo Aoi se aproximou do sangue que escorria e deu a primeira lambida, para rapidamente grudar sua boca no braço dele e chupar o sangue.

Por mais que o sangue agora tivesse um gosto doce para ela, Aoi ainda achava nojento beber sangue de humanos ou de qualquer outro ser vivo. Ela se lembra da primeira vez em que provou sangue, sentiu algo que nunca sentiu, saciou uma sede que ela nunca imaginou que sentia. Mas logo depois sentiu-se culpada e então prometeu a si mesma que jamais faria aquilo de novo, mesmo que sentisse sua saliva escorrer pela boca.

Pouco depois ela se afastou e fechou os olhos saboreando as últimas gostas em sua boca, um pouco de sangue escorreu por seu queixo, mas ela pouco se importou. Rengoku ficou o tempo todo a olhando, não sentiu-se confortável tendo alguém chupando seu sangue, mas realmente queria ajudar Aoi a curar aquelas feridas.

- Pode pegar mais se quiser – falou o Pilar das Chamas.

Aoi negou, e em seguida levou a mão ao ferimento dele o curando rapidamente. Depois curou a si mesma e retirou as faixas que possuía. Rengoku ficou surpreso com a rapidez com que curou tudo, o que só mostrava que ela realmente ficava forte com sangue humano. De repente, ficaram se encarando, ignorando os acontecimentos de noite passada e os questionamentos, ambos presos no olhar um do outro, até que fora Kyojuro quem quebrou aquele contato. Pegando Aoi de surpresa.

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