Proibido

Capítulo 11

Aoi e Rengoku haviam se acomodado em seus assentos, e observavam a paisagem através da janela. O anoitecer dominava tudo ao redor e Aoi não podia conter o arrepio que sentia de hora em hora, algumas vezes Rengoku segurava em sua mão, como uma garantia de que tudo ficaria bem. Ela ainda mantinha a máscara e apesar de algumas pessoas olharem, ela se sentia melhor assim. Sem contar que muitos podiam questionar a cor de seus olhos ou a pele clara demais.

Rengoku sentiu fome e pegou um dos bentos que a idosa havia dado a ele, Aoi havia se alimentado bastante na floresta então demoraria a sentir sede ou fome. O Pilar das Chamas teve que aceitar os seis bentos que a idosa lhe deu, já que parte era para ele e parte era para Aoi, no entanto, ele teria que comer aquilo tudo sozinho. Mas não era uma tarefa tão difícil para ele, dos poucos dias que conviveu com ele na gruta, Aoi viu que aquele Hashira comia mais do que aparentava.

- Umai! – exclamou a cada vez que levava o hashi a boca e provava da comida deliciosa.

Todos ao redor olhavam espantados para Rengoku, que comia e exclamava. Aoi segurava o riso, pois, sempre achou engraçado ele fazer aquilo quando comia, mas achava um charme também.

Suas exclamações continuaram, até que no último bento, Kyojuro foi interrompido por um garoto, que trajava o mesmo uniforme que o Pilar das Chamas. Atrás dele vinha mais dois garotos esquisitos, na opinião de Aoi. Mas aquilo era apenas um detalhe, o que lhe preocupava era que eles eram caçadores assim como Rengoku.

- Rengoku-san! – exclamou novamente o menino.

Rengoku os ignorou até terminar de comer o último bento, só então ele se virou para o trio e falou com eles. Aoi não prestou atenção no que diziam, porque outro cheiro atraiu a sua atenção e o odor vinha da caixa de madeira que o garoto carregava. Ela agradeceu por estar de máscara, senão sua expressão denunciaria sua surpresa.

Ela olhou de canto para Rengoku que ainda falava algo com o menino. Os outros dois sentaram nos bancos mais atrás e um deles abriu a janela e gritava coisas sem sentido, enquanto que o loiro tentava segurar ele para não cair do lado de fora. O garoto com a caixa sentou-se de frente para Rengoku e Aoi. O assento deles eram dois bancos virados um de frente para o outro. Ao seu lado estava a caixa onde havia um oni.

Uma rajada de vento entrou pela janela aberta onde o garoto com cabeça de javali ainda berrava, no mesmo instante Tanjiro sentiu um cheiro e fitou a garota com a máscara de raposa. Seus olhos ficaram vidrados nela e Rengoku notou a forma como os olhos dele se arregalaram levemente e antes que Tanjiro falasse qualquer coisa, ele foi mais rápido.

- Tanjiro, meu garoto – falou Kyojuro, de forma calma e controlada – Vamos fazer um trato? – perguntou. Tanjirou olhou para ele confuso – Darei um voto de confiança em sua irmã e você dará um voto de confiança em minha namorada. O que acha? – falou.

- Rengoku-san, ela é...

Rengoku apenas ergueu o dedo indicador e o levou até a boca pedindo silêncio. Tanjiro fitou novamente a garota ao lado dele e assentiu. Mas a cabeça do garoto dava voltas com a notícia que acabou de descobrir.

Depois disso a viajem seguiu com Tanjiro perguntando sobre uma respiração especifica. E Aoi foi esquecida, ao menos por enquanto. E por meros minutos, até que ela mesma se alarmou e tocou no braço de Rengoku.

- Kyo! – exclamou ela.

- Hmm... também senti – afirmou ele e os três garotos ficaram sem entender – Um oni vai aparecer aqui nesse trem – falou.

O rapaz loiro e escandaloso logo começou a gritar e chorar como uma criança. Enquanto que Tanjiro e o outro ficaram em alertas.

As luzes começaram a piscar e deixando o clima ainda mais tenso, e em questão de segundos um enorme oni apareceu. Deixando os mais jovens alarmados enquanto que Kyojuro se levantou de seu assento e tomou a liderança. Com sua katana ele cortou a cabeça do oni que rapidamente se desintegrou, deixando um rastro de odor forte que logo desapareceu também.