[10] Nervous

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[10] Nervous

— Senhor? — a enfermeira toca o ombro do ômega ainda parado ao lado do alfa, estático, alisando o rosto do mais velho. — Senhor, preciso que se cubra.

Harry parecia não ouvir a mulher falando consigo, ele estava com frio, mas seus olhos sequer piscavam encarando o rosto do alfa.

Os olhos pareciam cansados, sonolentos. Ele não reagia e isso incomodava o ômega.

— Senhor, por favor. Você está nu! Tome, vista isso. — ela segura o ombro do ômega, entregando-o uma manta do hospital.

Ela o ajuda a pôr sobre os ombros, o pano escuro indo até os tornozelos gelados.

— O que aconteceu? — ele sussurra, segurando os dedos do alfa.

Harry costumava amar entrelaçar os dedos ao dos alfa, então ele o fez, desviando o olhar úmido e ardido para a mulher.

— Ele está medicado, por isso parece sonolento ou cansado demais para respondê-lo. O senhor precisa de água? — ela ajeita a pequena poltrona ao lado da cama, ajudando Harry a se sentar.

— Por favor. — ele tenta sorrir, voltando a olhar o alfa.

Harry encosta a testa contra a do alfa, esfregando os narizes carinhosamente.

— Estou aqui, alfa. — ele sussurra, observando quando o maior fecha os olhos, parecendo enfim descansar.

Logo a enfermeira retorna com um copo de água e um café para o ômega.

— Assustou nossa recepção inteira com aquelas presas afiadas. — ela sorri para o ômega que agradece a água, as bochechas rosadas, mas ainda frias.

— Me desculpe por isso. — o de olhos verdes ingere o líquido, agradecendo novamente quando ela recolhe o copo. — O que houve?

— Ele sofreu um acidente de trabalho, considerando a profissão, tem uma bala alojada no ombro. — ela diz calma, tentando tranquilizar o ômega de olhos arregalados.

— Ele vai ficar bem, não vai? — Harry pergunta enquanto acaricia a mão do alfa, aquecendo os dedos gélidos.

— Claro, depois do efeito da medicação ele estará liberado, mas o alfa vai precisar de ajuda durante algumas semanas, ele vai ter o braço imobilizado. O colocaríamos em cirurgia, mas onde a bala ficou não é possível tirar, precisamos da ajuda do organismo dele. Ou seja, aguardar a bala se mover. — ela sorri confortante. — O senhor veio bem rápido, ele tinha acabado de tomar a medicação. Bem forte por sinal, pra derrubar um alfa puro.

— Eu imagino. Quando ele acorda? — o ômega indaga ainda curioso, voltando seu olhar para o alfa dormindo, os lábios entreabertos.

— Por volta das sete, depois do checkup estarão liberados. Vou deixar a luz baixa para você tentar dormir. — ela se levanta e se afasta para o interruptor.

— Obrigado...?

— Daisy. O seu?

— Harry. Daisy, eu não trouxe documentos, nada. Posso ficar mesmo assim?

— Dá pra notar que você é o ômega dele, não tem problemas. – ela sorri, apagando a luz e saindo em seguida.

O ômega tenta se ajeitar na poltrona, encolhendo as pernas para ficar confortável. Ele apoia a bochecha sobre as mãos entrelaçadas, fechando os olhos em busca do sono.

[...]

Quando os primeiros raios de sol tocaram a pele dourada do ômega, os olhos verdes se abriram inchados e brilhantes, piscando diversas vezes até acostumarem com a luminosidade.

Five Years After You | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora