Livro 1: A Coroa de Ferro.
Rosalie é a princesa de Notolia, um reino que rege todos os outros. Perdeu sua mãe um ano após seu nascimento. Cresceu com a amargura de seu pai, que a desprezava por ter uma aparência tão idêntica a sua falecida esposa.
O...
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Ao chegar no castelo, sou levada para trás onde tem uma grande porta, ao abri-la vejo uma longa escadaria. À medida que descemos os degraus são acesas tochas para iluminar. Aqui é tão escuro, e a escada parece não ter fim, coberta por teias de aranhas, e ratos em pequenas fendas da parede. Vejo um esqueleto humano que se arrastou pelas escadas, sua mão apontando a saída, imagino a sua agonia, a sua vontade de sobrevivência, sinto uma pontada em minha espinha, e um arrepio em minha pele.
Depois de tantos degraus chegamos a um calabouço, cheio de celas até o final do longo corredor. Pessoas gritando e clamando por ajuda, alguns muito feridos, provavelmente torturados, pessoas vivas junto a corpos mortos. O cheiro fez meu estômago revirar, não aguentei quando vi uma pessoa se alimentando de um rato, meu estômago se voltou e regurgitei tudo que tinha comido naquele dia. Um dos homens deu uma risada de escárnio e me puxou para continuar o trajeto.
— Aqui será sua nova casa, bem vinda ao inferno — ele soltou uma risada rouca.
O homem que me puxava me lançou dentro da cela me fazendo cair. Em instinto me levantei e corri batendo nas grades.
— Vocês irão me pagar por tudo que estão fazendo comigo!
— É mesmo? Como? — ele riu saindo junto aos outros homens, me deixando.
Ando até o canto da cela e agacho, tentando assimilar tudo que acabou de acontecer. Horas atrás tinha apenas levantado para buscar um pouco de água e agora estou aqui, em um calabouço em um lugar desconhecido sem saber o que pretendem fazer comigo. Meu coração está batendo mais forte, meus olhos estão ardendo, o desespero está tomando conta de mim, eu não aguentei e desabei.
— Cadê você Eryn, preciso de você! — murmurei aos prantos, nunca me senti tão vulnerável, tão sozinha em toda a minha vida. Será que realmente sou o lixo desta terra?
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Os murmúrios dessas pessoas condenadas não me deixaram adormecer, junto ao medo e o frio incessante. Não sei ao menos se já é dia, aqui embaixo é tão escuro quanto uma noite sem a presença da lua.
