II

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             Há homens me perseguindo, uma adrenalina preenche todo o meu corpo, as risadas deles e suas vozes me chamando, "Venha cá minha querida" "Não tenha medo amor" "Queremos apenas nos divertir um pouquinho"

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       Há homens me perseguindo, uma adrenalina preenche todo o meu corpo, as risadas deles e suas vozes me chamando, "Venha cá minha querida" "Não tenha medo amor" "Queremos apenas nos divertir um pouquinho". Meu corpo está reagindo com pânico me fazendo correr a procura de ajuda. Mas as ruas estão vazias e as casas fechadas. Por quê ninguém me ouve? Estou gritando, estou implorando por ajuda...

Até que estou encurralada, eles conseguiram, conseguiram me pegar, estou morta, penso comigo mesma. Tento lutar contra eles com toda a força que possuo, mas é tudo em vão.

— Socorro — suplico aos prantos — Por favor, não me machuque — estou gritando, reagindo aos seus toques em mim.

Minhas roupas estão sendo arrancadas de mim de forma bruta, homens malditos, nojo, nojo, nojo. Por que estão fazendo isso comigo? Homens malditos. Surge das sombras um homem com uma lâmina comprida e brilhante que em um único movimento arranca as cabeças dos homens malditos.

— Venha princesa... — estendeu sua mão para mim.

Acordo assustada, meu corpo está encharcado pelo suor. Apenas um sonho ruim, falei para mim mesma. Um maldito sonho ruim, um sonho que remete ao que passei na noite anterior, se não fosse pela capa estendida sobre minha cadeira pensaria que tudo foi apenas um sonho ruim. Mas tudo isso só me faz lembrar do homem misterioso cujo o nome não perguntei... o seu sorriso enquanto dilacerava aqueles homens me dá arrepios, sei que todos eram malditos e mereceu o fim que recebeu, mas tem algo nele que não consigo compreender. Talvez uma curiosidade de saber mais sobre ele, de onde vem, como sabe lutar tão bem com uma espada.

— Princesa, o almoço será posto daqui a meia hora — disse uma voz de trás das porta.

— Está bem, obrigada!

Terei que descer e enfrentar outros tipos de pessoas malditas... Um tirano, uma víbora e um idiota covarde.

Estou passando pelo corredor principal até que escuto uma discussão, muito alta por sinal

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Estou passando pelo corredor principal até que escuto uma discussão, muito alta por sinal.

É meu pai e minha madrasta.

Sei que não é certo, mas a minha curiosidade para saber o que discutem é muito grande. Não é um ato tão elegante para uma princesa, diria o meu pai, mas é difícil não escutar já que os mesmos estão aos berros na sala de reuniões.

Eles discutem sobre o jogo dos tronos, onde herdeiros de vários lugares participam para testar suas habilidades em luta, eles treinam desde crianças para competirem entre si e o ganhador e o reino mais vigoroso, o reino que terá bons anos de sorte. Humanos e suas crenças chulas e sem sentido, se curvam e clamam por imagens sem sentido, fazendo sacrifícios e acreditando que estarão salvos. Meu pai é um tolo, se há alguma força divina tenho certeza que não vem de estátuas, talvez há algum ser além dessas nuvens nos observando. É nisso que acredito.

A porta está entreaberta, a empurro mais alguns centímetros para ouvir e observar com clareza, meu pai está sentado em sua mesa com a cabeça apoiada em sua mão e a rainha está andando de um lado para o outro, em círculos, histérica.

– Ela não está pronta para participar dos jogos — disse a rainha. Ela estava dando outra volta.

Acho que ela não estava pronta para que eu ganhasse e receber toda a atenção do reino.

– Ela não sabe empunhar nem ao menos uma adaga — disse ela mais uma vez.

Bela desculpa. Seria medo?

– E você não acha que eu não pensei nisso?— falou o rei irado e angustiado —, porque se incomoda tanto com ela? Sei que se ela morresse neste exato momento você ficaria contente que até mandava enfeitar o reino inteiro com arranjos de flores.

– Apenas peço que pare de me encher...Vá torturar outra pessoa com esse seu falatório e me deixe a sós com meus pensamentos!.

Meu pai não aguentava mais o falatório da minha madrasta, já estava farto de tudo aquilo. Minha madrasta sabe como ser insuportável e cruel... principalmente cruel, por mais que eu tente não transparecer, tenho medo dela. Talvez não por ela em si e sim pelo poder de persuasão que tem sobre meu pai. Com uma boa taça de vinho e se entregando a ele como uma meretriz, ela consegue o que quer. não seria a primeira vez, meu pai é um tolo que se deixa levar por qualquer corpo nu em sua frente. Uma mente fraca e facilmente manipulável, para o meu azar.

vejo minha madrasta vindo em direção a porta e tento disfarçar o melhor que posso, fingindo que estava apenas passando pelo corredor.

– Disse que ela não está pronta, onde já se viu uma princesa ouvir atrás da porta?

– Eu apenas estava passando por aqui — menti descaradamente, não seria eu a única mentirosa desse palácio.

– Além de fofoqueira, é mentirosa — falou ela em um tom irônico. Ela realmente não me suportava, claro a princesa herdou a beleza de sua mãe a antiga e verdadeira rainha.

– BASTA! — gritou o rei,— Não aguento mais esse falatório, peço que se retire imediatamente!

Me assustei com o seu grito, nunca o vi tão irritado. Dá para ver em seu semblante que se importa comigo, bem lá no fundo, bem no fundo daquela pedra que carrega em seu peito. Será por eu lembrar minha mãe? Ele a amou mais que tudo, sempre ouço isso da minha ama. Mas às vezes percebo que essa semelhança o causa dor e por isso me afasta.

— Rosalie, peço que faça o mesmo, quero ficar sozinho — concordei com a cabeça.

O almoço foi o mais insuportável possível, não demorei segundos para perder a minha fome

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O almoço foi o mais insuportável possível, não demorei segundos para perder a minha fome. Na verdade não confio na comida que é servida em meu prato, não com ela ali.

No dia seguinte, acordei novamente assustada com o mesmo sonho ruim, corpo suado e respiração ofegante

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No dia seguinte, acordei novamente assustada com o mesmo sonho ruim, corpo suado e respiração ofegante. Espero não ser atormentada todos os dias, não sei se aguentarei pesadelo a noite e ao dia.

Passei novamente pela sala de reuniões, mas dessa vez a porta estava fechada. Meu pai já estava mais calmo conversando com minha madrasta, a conversa estava baixa, minhas pequenas e delicadas orelhas não conseguia ouvir o que tanto cochichavam. O que será de tão secreto que não posso ficar sabendo? O porquê de tantos segredos?

Coroas e EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora