Fragmentada (DISPONÍVEL ATÉ 01/12/24)

Setenta

Deon Castilho

Se eu estava nervoso? Eu não tinha estruturas para nenhuma emoção a mais depois de todas que passarei hoje.

Levar Tábata até o altar já me fez querer chorar diversas vezes. Eu...  Chorando... Sim, isso mesmo. Ainda é um pouco confuso entender o quanto mudei. Minhas mudanças foram de fato muito notáveis. E eu sou grato por isso.

Tenho mais orgulho de quem sou hoje e sei que devo isso a mulher incrível que tenho em minha vida. E nada melhor do que tê-la ao meu lado para sempre, de uma forma mais oficial. Sim, hoje pedirei Melina em casamento.

Ela não deve nem imaginar que isso acontecerá daqui a pouco. Enquanto isso, seguro Mattew nos braços enquanto ela conversa animadamente com Cristine. Apolo se aproxima.

– Preparado? – Sorri e eu nego. – Quando pedi Cristine em casamento quase que eu caio duro antes de fazer a pergunta. E olhe que foi só nós dois. Imagine com essa multidão?

– Não tá ajudando, Apolo... – Olho em volta admirando a quantidade de pessoas. Tem muita gente. Meu Deus!

– Fica tranquilo, cara. Vai ser especial do jeito que a Melina merece. Fica pilhado não.

Assinto e continuamos conversando. De vez em quando Melina olhava para mim e sorria. Era lindo o cuidado que ela tem no nosso filho. Ela sempre olha pra saber se eu não estou desesperado sem saber o que fazer. Normalmente é assim que ela me encontra.

A festa está linda. Tábata está radiante e isso me deixa tranquilo. Sei que nossos pais estão felizes de onde quer que eles estejam. Eles eram bem preocupados com Tábata. Sei que descansaram.

Matt acorda e Melina já vem feito foguete pegá-lo. É até engraçado.

– Eu comi algumas coisas já. Agora é a vez dele. – Ela o aninha em seus braços. – Um minuto longe e eu já morro de saudades, filho.

– Quer companhia? – Ela nega dizendo que vai com Cris. – Ok, vou comer também.

Enquanto comia, e ressalto o quanto tudo está delicioso, Tábata e Edgar se aproximam da nossa mesa.

– E ai? Ela já desconfiou?

Tábata é aquele tipo de pessoa que vibra se você contar algum segredo a ela, porém praticamente enlouquece de tanta ansiedade enquanto a coisa não se concretiza. Chega a ser insuportável porque ela está me fazendo essa pergunta três vezes ao dia.

– Não, Tabi. Ela está tranquila. – Reviro os olhos e Edgar ri. – Agora sou eu que estou ficando ansioso.

– Vai dar tudo certo, cunhado. – Edgar bate no meu ombro. – Relaxa e deixa fluir.

Assinto e tento voltar a comer, mas estou ansioso demais. A comida não me parece mais tão apetitosa. Que saco!

Enquanto Tábata e Edgar foram para mais uma rodada de fotos, Melina retornou com nosso filho e Cristine.

– Perdi algo importante? – Nego enquanto observo ela colocar Mattew no carrinho. – Amo a hora de jogar o buquê. É um sonho pra mim esse momento. Parece besta né? Mas eu sempre vi isso por revista. Hoje vou passar pela emoção de tentar pegar o buquê.

– Pode ir, Mel. Eu fico olhando o Matt.

Ela ri e me dá um selinho. Novamente somos servidos de mais comida e eu tento comer para não aparentar que ainda estou nervoso.

Na mesa estamos eu, Melina, Apolo e Cristine. O casamento foi para poucas pessoas, porém grandioso como para quinhentas ou mais. Melina deve ter achado simples e eu fico me questionando o que seria considerado um casamento top para ela.