Capítulo 1

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Capítulo 1

13 anos depois...

Levantei abruptamente. Meu coração batendo acelerado em meu peito. O suor escorrendo por minhas costas, umedecendo minha camisola. Não era real. Foi somente um sonho. Não sabia por mais quanto tentaria me convencer disso, quando eu ainda conseguia sentir o fogo percorrendo meu corpo, aquecendo-me.

Marcando.

Não existiam dragões. Eles não passavam de histórias feitas para assustar as crianças com seus contos sangrentos. Era isso que diziam, mas não acreditava. Ainda me lembrava quando aos cinco anos sonhei com um grande dragão, muito maior do que minha casa, que era a maior da aldeia. Com suas escamas tão escuras quanto onix, e os olhos tão amarelos quanto a do meu gato.

Era lindo e assustador.

Naquela noite eu acordei com uma marca de queimado no quadril, que quando cicatrizou parecia um ouroboros, um dragão mordendo o próprio rabo. E eu sabia, mesmo que ninguém acreditasse, que havia sido marcada.

Mesmo com 5 anos, sabia o que significava ser uma Marcada. Eu havia visto o que nossa aldeia fez com Aileana, excluindo-a com medo por causa do que ela seria no futuro. Sendo 6 anos mais velha, não tive coragem de me aproximar dela para perguntar sobre minha marca.

Então escondi minha marca de todos, até da minha família. Por anos tentei me esgueirar até a bruxa da aldeia, Évora, para que me ajudasse. Mas meus pais jamais me deixaram chegar perto dela, sendo os líderes da aldeia, nunca tive a liberdade de ir aonde gostaria.

Então, aos meus 11 anos fui enviada para uma cidade distante para estudar. E por longos 6 anos fiquei longe de casa, para quando eu voltar, descobri que minha mão foi prometida em casamento para o segundo filho do chefe da aldeia próxima a nossa. Um homem que claramente me queria pelo poder que o casamento comigo lhe traria.

Suspirei, deitando novamente na cama. Deixando minha respiração se acalmar. Hoje era meu aniversário de 18 anos e meu casamento. Temi esse dia minha vida toda, mas hoje, eu estava apavorada.

Ou me casaria com um homem odioso que me via como um prêmio, ou seria companheira de um dragão. Definitivamente, nenhuma das duas opções eram boas para mim. Mas parecia que independente de como seguisse o dia de hoje, não tenho nenhuma escolha.

A questão era saber o que era pior, casar com um idiota, ou com um dragão.

Uma batida na porta soou, tirando-me de meus pensamentos.

— Entre — chamei, arrumando meu cobertor. Assim que a porta se abriu, minha mãe, Caylin, entrou.

— Bom dia, querida. Feliz aniversário! — cantarolou enquanto se aproximava da cama.

— Obrigada mãe — forcei o sorriso, abraçando-a quando se aproximou de mim na cama.

— Ansiosa para seu grande dia? — ela perguntou escovando meus cabelos cacheados com a ponta dos dedos.

— Sim, claro. Como não poderia? — respondi automaticamente, contando a mesma mentira que vinha dizendo a meses. Infelizmente com meu pai, falar que não queria casar parecia fora de cogitação.

— Minha garotinha está crescendo — a voz de minha mãe falhou devido à emoção — a pouco tempo tive você em meus braços pela primeira vez, hoje lhe entregarei uma linda mulher para matrimônio.

Sorri, tocando sua bochecha.

— Até parece que isso vai mudar alguma coisa, você mesmo disse que sempre serei sua garotinha — brinquei.

Marcada II - Marcada Por DrakeOnde histórias criam vida. Descubra agora