Os dragões não são reais. Eu sabia disso. Então porque eu tinha sua marca?
O último dragão acordou por sua tão sonhada companheira. Após séculos dormindo, o mundo mudou muito. A única coisa que não mudou foi a ligação entre um shifter e sua marcada...
Assim que saímos da aldeia e entramos na floresta, Aileana começou a tirar o vestido que usava, me assustando. Assim que ela ficou nua, ela soltou um suspiro de alívio. Ela colocou o vestido em cima de um galho e virou para mim.
— Bem melhor — ela disse — vamos caminhar, é uma longo caminho até nossa aldeia.
— Porque está nua? — perguntei escandalizada, tentando olhar para qualquer lugar menos ela.
— Ah é, eu já tinha esquecido disso. Vamos Danika, tem muito que eu preciso lhe explicar — ela falou colocando as mãos no meu ombro e me indicando a seguir o caminho para frente — mas vamos indo, que preciso chegar em casa para meus filhos.
— Você tem filhos? — perguntei surpresa.
Ela riu.
— Como eu falei, muito a explicar.
Ao longo do caminho Aileana, que me pediu para chamá-la somente de Lana, começou a me explicar sobre os shifters. Tudo que que sempre quis saber agora entregue a mim. O que mais me chocou foi o nudismo, as pessoas andando nuas. Lana mesmo, me disse que demorou muito para se acostumar, e que era muito mais difícil para quem não cresceu nesse ambiente. Mas que depois de alguns anos, foi ficando natural para ela, e hoje ela odiava usar roupas.
Depois de sua explicação, fez sentido a falta do uso. Afinal, ficar tirando roupa para mudar cada vez que quisesse seria um porre. E se precisasse mudar às pressas iria rasgá-las. E como pra eles é muito comum mudar em conjunto, ver os corpos um do outro é algo natural e não sexualizado.
Ela disse que acha que só pensamos assim, porque fomos ensinadas a sexualizar nossos corpos. Mas que ali era totalmente o contrário. Uma forma diferente de ver a vida, que apesar de muito interessante. Não sinto que conseguiria ficar nua para que todos vissem. Mas ela me garantiu que não precisaria ficar se fosse o caso, mas que provavelmente eu iria me acostumar com o tempo, da mesma forma que aconteceu com ela.
Ela falou então do meu companheiro. Ela disse que se recusa a fazer o que foi feito com ela, ela só ficou sabendo sobre seu companheiro na hora que o conheceu. Ele era o alpha de sua alcateia. Algo que me chocou, não sabia que Lana era tão importante.
Ela confirmou que meu companheiro era um dragão. Que até mesmo ela quase caiu para trás de susto quando ele pousou no centro da aldeia para pedir permissão para ficar ali, por causa de mim. Ele não podia passar pelo seu território sem pedir permissão.
Foi um choque para todos que acreditavam que os dragões foram extintos. Mas ao que parecia meu companheiro dormia a séculos à minha espera. Que foi minha alma chamando pela sua em sonhos que o fez acordar.
Quando ela falou sobre sonhos, me lembrei dos que tive com ele. Todos que acabavam comigo sobre o fluxo quente de seu fogo. Apesar de não ter sido algo doloroso, não era algo com o qual me sentia confortável, mesmo acontecendo no reino dos sonhos.
Quanto mais Aileana me falava sobre minha nova futura vida, mais me sentia tonta. O alívio que senti de ter me livrado do casamento forçado com Rusell, agora esquecido, diante de tudo que viveria pela frente.
Quando Lana me falou de uma possível transformação em dragão, não consegui conter o desmaio que se seguiu. O dia de hoje cobrou seu peso, enquanto ouvia a preocupação em meu nome sussurrado enquanto caia em encontro ao chão.
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