JACK - O ESTRIPADOR

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JACK, O ESTRIPADOR: O MAIS ENIGMÁTICO SERIAL KILLER DA HISTÓRIA

Responsável pelo terror em Whitechapel, uma dúvida dura mais de 130 anos. Afinal, quem foi ele?

Annie Chapman saiu da pensão à 1h30 da madrugada, dizendo ao porteiro que logo voltaria. Tuberculosa, sifilítica, alcoólatra, ela precisava arranjar dois ou três pence (fração de libra) para pagar o pernoite. Quatro horas depois, porém, a prostituta foi encontrada morta no quintal de um sobrado a 300 metros dali, no bairro de Whitechapel, Londres.

Tinha a garganta cortada, o abdômen mutilado e alguns órgãos retirados. Joias e as moedas que acabara de receber estavam cuidadosamente colocadas ao lado do corpo. De manhã, uma multidão foi às ruas reclamar a prisão do homem que andava cometendo crimes horrendos como aquele, mas não houve resultado. Detetives e historiadores ainda tentam, 130 anos depois, solucionar o mistério e descobrir quem era Jack, o Estripador.

Sua história está cercada de mitos e inspirou tantas outras que às vezes ficção e realidade se misturam. O fato é que Jack (o nome lhe foi dado pela imprensa) matou brutalmente pelo menos cinco mulheres (o número de vítimas pode chegar a oito) em pouco mais de dois meses do outono de 1888, driblando a melhor polícia do mundo da época, a Scotland Yard. O também chamado assassino de Whitechapel, o bairro periférico e pobre onde cometeu os crimes, apavorou a população de Londres e expôs os problemas sociais da capital do país mais poderoso do mundo no fim do século 19.

Todas as mulheres mortas por Jack eram prostitutas que caíram na miséria. Uma veio do interior, outra era alcoólatra, uma vinha de um casamento desastroso, outra era acusada de pequenos roubos. Documentos da Scotland Yard e registros de óbitos guardados até hoje mostram que elas morreram de forma bem parecida: estrangulamento, lesões cortantes na garganta e mutilações por todo o corpo. Tudo foi cometido de madrugada, principalmente em feriados ou fins de semana. É pouco provável que elas se conhecessem, apesar de todas terem sido assassinadas com poucas quadras de distância umas das outras.

Londres tinha então 3 milhões de habitantes e ostentava o luxo da enorme expansão do Império Britânico e do desenvolvimento industrial. Maior cidade europeia da época, atraía imigrantes de toda a Europa, fossem judeus empobrecidos ou germânicos expulsos da Alemanha por Bismarck (o primeiro-ministro que uniu a Prússia aos povos germânicos e criou um novo país). A maioria dos recém-chegados, assim como os operários mais pobres, ia parar na boca do lixo da cidade. Em alguns mapas da época, as ruas imundas e apinhadas de cortiços de Whitechapel aparecem marcadas em tinta preta, informando que eram habitadas por "viciados e criminosos".

A primeira vítima

Há uma polêmica envolvendo quem teria sido a primeira vítima de Jack. Uma das hipóteses é a de que foi Emma Elizabeth Smith, uma prostituta de 45 anos que foi atacada em 3 de abril de 1888. Depois de ser estuprada, ela desenvolveu peritonite - morreu um dia depois, no hospital. Emma disse que havia sido agredida por três homens, um deles adolescente. Alguns autores afirmam que ela foi a primeira vítima de Jack, o Estripador, enquanto outros atribuem o assassinato a gangues sem qualquer relação com o serial killer.

Outra hipótese a de que a primeira vítima foi Mary Ann Nichols, de 42 anos, morta no dia 31 de agosto de 1888. Depois de abandonar cinco filhos e fugir de um trabalho de empregada doméstica de onde roubou algumas mudas de roupa, Mary Ann tornara-se prostituta. Na noite da morte, foi barrada na porta de uma pensão por não ter dinheiro para pagar o quarto. Usava um gorro de palha e veludo amarrado no queixo, muito comum na época, e um vestido de linho. Foi achada morta e mutilada em um beco a duas quadras do local onde parou para conversar com uma amiga, a última pessoa que a viu.

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