O Assassino do Tronco Cleveland

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Ele fez doze vítimas conhecidas, arruinou a carreira e saúde mental de um policial que era considerado um dos melhores de sua época, e nunca teve sua identidade revelada

Em 1936, a cidade de Cleveland, nos Estados Unidos, encontrou as primeiras vítimas do serial killer que ficaria conhecido posteriormente como o "Carniceiro louco", ou "Assassino do Torso", nomes que fazem referência ao seu hábito de esquartejar os corpos das pessoas que matava.

Apenas três dos corpos encontrados foram identificados, e apesar da investigação ter prosseguido por décadas, interrogado mais de 1500 pessoas e incluindo até mesmo medidas extremas como incêndios em favelas e dezenas de prisões, a identidade do assassino que assombrou a cidade norte-americana nunca foi confirmada.

Eliot Ness foi enviado à Cleveland com a missão de colocar ordem no departamento de polícia local, que na época era conhecido por seus casos de corrupção e ineficiência em geral.

Na época, não havia homem melhor para a tarefa: Ness tinha uma reputação de ouro dentro da polícia estadunidense por ter feito um trabalho exemplar na garantia do cumprimento da Lei Seca, combatendo o próprio Al Capone no processo.

Todavia, o policial estava prestes a enfrentar um inimigo para o qual não era páreo. Quando chegou na cidade, as quatro primeiras vítimas do Carniceiro Louco já haviam sido encontradas.

Todas estavam esquartejadas, com o sangue drenado e apresentando as genitais mutiladas. Uma curiosidade, inclusive, é que o caso da Dália Negra ocorreu na mesma época que outras mortes atribuídas ao serial killer, e possuía várias semelhanças com outras vítimas dele.

Um exemplo

A última delas havia sido a cabeça decepada de um homem, que fora amarrada em volta de uma calça, e abandonada em uma árvore. Foram dois meninos matando aula que encontraram a cena macabra.

Posteriormente, foi confeccionado um molde de gesso do rosto do homem, e o item sinistro acabou sendo exposto por dois anos seguidos em feiras de Cleveland - eventos que contaram com a presença de milhões de pessoas -, porém ninguém nunca foi capaz de reconhecer quem era aquela pessoa.

Foi ainda determinado que a precisão dos procedimentos realizados nos corpos das vítimas significava que a polícia estava lidando com um assassino com habilidades cirúrgicas.

Ou seja, um médico. Não havia muitos na cidade, e um deles era Francis Sweeney, que pertencia a uma família de renome, com seu primo inclusive sendo um congressista.

Principal suspeito

Ness acabou se convencendo que o Carniceiro Louco era Francis, todavia, por mais que tentasse não foi capaz de encontrar evidências suficientes contra o homem. Inclusive, certa vez deteve o médico em um quarto de hotel e o interrogou por semanas a fio, sem sucesso.

Brincando com a frustração do policial, Sweeney passou a enviar cartões-postais com mensagens provocadoras para Eliot, o que apenas aumentou a suspeita.

O único a ser responsabilizado por qualquer uma das 12 vítimas atribuídas ao serial killer de Cleveland, todavia, foi o pedreiro Frank Dolezal, que conhecia às únicas três vítimas a serem identificadas.

Desfecho

Com o passar dos anos e aumento do desespero de Eliot Ness, houve ainda um episódio em que ele queimou casas de uma favela próxima do local onde vários dos corpos haviam sido encontrados, fazendo ainda dezenas de prisões, ainda que essas tenham sido temporárias.

O policial morreu aos 57 anos de idade, falido e com problemas de bebida (uma ironia dramática quando se leva em consideração que em sua juventude o mesmo defendeu o cumprimento da Lei Seca).

Não ter sido capaz de resolver o caso do Carniceiro Louco não apenas teria despedaçado sua carreira de sucesso, como também assombrado-o durante toda a vida.

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