Mal viu uma carta que estava separada das demais e a pegou.
Ela leu o que dizia atrás "Para o rei dos Estados Unidos de Auradon."
A garota franziu o cenho e abriu o envelope tirando a carta de lá. Seu coração parou ao ler a primeira linha.
"Caro pai,
Faz cerca de dois meses que estou na Ilha dos Perdidos, descobri muita coisa.
Ninguém aqui tem piedade e é cada um por si. Se não for mau o suficiente, você é humilhado. Se quiser algo, deve pegá-lo sem se importar com os outros.
Os vilões são traiçoeiros e cruéis, e ensinam seus filhos desde cedo a serem piores que eles. Também existe muita rivalidade, entre gangues, entre famílias. A situação é deplorável.
Não existe a mera menção das palavras "por favor" e "obrigado(a)". Todos só se importam consigo mesmos.
Não há honestidade ou amizade, todos mentem, enganam, e acredito que sejam incapazes de ter quaisquer sentimentos, muito menos amar. Inclusive, eles têm repulsa da palavra "amor", ela é praticamente proibida de ser pronunciada, muito menos de ser sentida.
São pessoas horríveis e devem permanecer onde estão. Não existe nada além de interesse próprio.
Voltarei em alguns dias, e poderemos conversar pessoalmente e discutir sobre o que deve ser feito em relação aos vilões.
Atenciosamente, seu filho Benjamin Florian."
Os dedos de Mal seguravam fortemente a carta chegando a amassá-la.
Uma lágrima caiu no papel borrando um pouco a tinta. A garota tentava processar tudo que havia lido. Ela sentia raiva, muita raiva, se sentia traída e usada.
— Mal? — Ben chamou a garota que estava de costas para ele
Ela não respondeu, nem se mexeu. Ben então se levantou, vestiu sua calça que estava no chão e se aproximou da garota.
Ele paralisou ao ver o que ela tinha em mãos.
— Mal.. — ele começou mas a garota jogou a carta no chão, secou a única lágrima que escorreu em seu rosto, saiu de perto de Ben e começou a vestir sua calça e calçar suas botas com pressa — Eu posso explicar
— Não quero que me explique nada, já li o suficiente
— Você não entende.. — ele disse e ela ficou de frente para ele
— Tem razão, eu não entendo. Não entendo como fui fraca a ponto de cair no seu papinho, de me deixar levar pelos meus sentimentos, os quais você nem acredita que eu tenho. Fui fraca por acreditar em você, por me entregar a você.
— Por favor me deixe explicar — ele pediu
— Poupe seu tempo, eu não quero ouvir. É melhor atravessar aquela ponte mágica e ir pro seu reino das alegrias
— Mal, por favor. Eu te amo — ele tentou se aproximar mas ela recuou
— Me ama?! Se me amasse, teria me contado a verdade. Você mentiu pra mim sobre quem você era, e quais eram suas verdadeiras intenções aqui — ela disse com raiva e Ben reparou que ela aos poucos ficava vermelha e os olhos dela estavam marejados, mas nenhuma lágrima se atrevia a molhar seu rosto
— Não é nada disso!
— Mas claro, como posso falar que você não me ama, quando eu sequer sei o que é o amor?! Até porque eu não tenho sentimentos. Pelas trevas! Como não percebi que esse tempo todo você só queria me levar pra cama!
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Letters to Auradon
Teen FictionEm Auradon, o Rei Fera envia seu filho Benjamin até à Ilha dos Perdidos com uma missão. Mas o garoto não esperava ter sentimentos justamente pela pessoa que mais odeia seu reino e sua família. Enquanto isso na Ilha dos Perdidos, como se já não fosse...