[...]
— Mad Maddy — sua voz saiu fraca
— Oi Mal, você está me devendo uma viu
— Eu não te vejo há... — ela nem conseguia se lembrar
— Já faz muito tempo eu sei, éramos bem mais jovens. Fico surpresa de ainda lembrar de mim
— Claro que lembro. Éramos melhores amigas de infância, quando éramos pequenas parecíamos irmãs gêmeas por causa da mesma cor de cabelo, aliás adorei a cor nova. Me lembro que você mudava o tom toda semana
— E você precisa confessar que nossa semelhança é bizarra
— Isso é verdade
E de fato elas tinham traços similares, apesar de Maddy parecer mais velha, e elas terem a cor de cabelo diferente agora. Mas podiam facilmente ser consideradas irmãs e se alguém olhasse rápido pensaria ser a mesma pessoa.
— Mas fomos separadas enquanto crescíamos, você foi transferida de Dragon Hall para uma escola de bruxas do outro lado da ilha
— Bruxas... — ela estalou a língua — Mesmo sem poder praticar magia na ilha, ainda acham que devem continuar ensinando aos filhos
— Então você virou mesmo uma bruxa?
— Você está literalmente no meu covil, Mal. Digo, não o covil que é mau, mas você Mal
— É eu entendi. Você ainda é doidinha Mad Maddy
— Sou só Maddy agora — disse ela, com uma risadinha de bruxa — Mas louca como sempre
— Mas e então por que me salvou depois de anos sem nos vermos? Lembrou de como éramos amigas?
— Amigas? Me poupe, Mal. Você cortava as cabeças das minhas bonecas, derramou alvejante na minha cabeça me obrigando a mudar a cor dos cabelos, por isso eu sempre trocava a cor, não era porque eu gostava. Sem contar que você detestava que nos chamassem de gêmeas. Que grande amiga você é! Você é tão delirante quanto sua mãe! — a voz de Maddy foi se elevando até ela gritar
— Tá, eu era uma criança travessa. Me desculpa, ok?
— Ah eu já esqueci isso, passei uma borracha em tudo — disse com a voz extremamente mais calma — Só me exaltei um pouco mas minha meditação está em dia. Faz parte do meu aprendizado de usar magia para o bem e não ceder à tentação das trevas como minha avó
— Meditação? Magia para o bem? Que porra é essa Maddy?
— Você perdeu muita coisa nesse tempo que nos afastamos. Está pronta para um logo monólogo onde eu conto o que rolou na minha vida nos últimos seis ou sete anos?
— Não é como se eu pudesse me levantar e sair andando, então fala aí — falou se acomodando na cama
— Tudo começou quando um boato de que você e sua gangue tinham sido escolhidos para estudar em Auradon. Eu quis confirmar com meus próprios olhos mas só cheguei a tempo de ver a limusine cruzando a barreira, então no impulso mais imprudente da minha vida eu pulei no mar
— Não acredito que fez isso!
— Eu não tinha nada a perder e eu não queria passar o resto dos meus dias num casebre com a minha avó lelé da cuca, quem sabe o reino encantado mudaria minha vida. E eu iria me misturar bem entre as pessoas por ter esse rosto angelical e a única coisa que me delataria eram meus lindos e brilhantes cabelos verde-água. Então com simples feitiço o deixei todo castanho sem graça
— E como chegou no reino? Atravessou todo o mar nadando ou usou magia? — questionou a olhando
— Eu até tentei me teletransportar para terra firme, mas como iniciante não deu certo, fiquei desesperada quando meu corpo se cansou de nadar mas por sorte um pescador apareceu. Inventei uma triste e falsa história de um acidente em um passeio de barco e uma "perda de memória" veio a calhar — abriu um sorriso arteiro
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Letters to Auradon
Teen FictionEm Auradon, o Rei Fera envia seu filho Benjamin até à Ilha dos Perdidos com uma missão. Mas o garoto não esperava ter sentimentos justamente pela pessoa que mais odeia seu reino e sua família. Enquanto isso na Ilha dos Perdidos, como se já não fosse...