the boy in the cabin

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Esta pequena história é um presente de aniversário especial pra minha querida manu, que nasceu da mesma poeira cósmica que eu. Manu, isso é apenas um pouquinho de como eu imagino que Jason e Thomas se conheceram no universo canon. Feliz seu dia, te amo muito.

Jason estava um tanto quanto ansioso, o que deveria ser normal, considerando que aquele seria seu primeiro ano numa escola nova — e não era qualquer escola, mas a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ele sonhou todos os dias, desde pequeno, em ir para lá, após ouvir todas as histórias de sua mãe durante seus anos de estudos.

Quando foi ao Beco Diagonal com Mary, essa agitação ficou ainda maior do que já estava quando recebeu a carta, pois foi quando realmente viu em uma escala bem maior os artefatos mágicos que fariam parte da sua rotina. Jason cresceu num vilarejo quase inteiramente composto por trouxas, então seu contato com a comunidade bruxa era limitado.

Nesse dia de compras, foi apresentado a filhos de velhos amigos da sua mãe, dentre eles os filhos do grande Harry Potter, ou ainda os gêmeos de Sirius Black e as incontáveis crianças Weasley. Mas a verdade é que Macdonald não se empenhou muito em fazer amizade com todas essas pessoas, além do fato de que ele era tímido demais para se enturmar em grupos que já pareciam ter suas próprias dinâmicas.

Para ser sincero consigo mesmo, Jason não fazia grandes planos sobre Hogwarts, então não tinha criado expectativa de que faria amizades incríveis e duradouras, ou que viveria inúmeras aventuras. Ele gostaria de saber como as coisas se desenrolariam, queria experimentar um dia após o outro. Seu único grande desejo era que pudesse continuar fazendo aquilo que mais amava: música.

— Está na hora, Jason — Mary disse, se abaixando para ficar na altura do rosto dele e tocando seu ombro. Ela sorriu gentilmente, tentando passar ao filho um pouco de confiança. — Não se esqueça do que eu sempre te digo, não pense muito sobre a casa para a qual você será mandado, apenas aproveite o momento. Espero não receber reclamações da diretora McGonagall e se esforce nas matérias. — ela repetia aquela lista que vinha tagarelando sobre desde que saíram de Beaumaris, no País de Gales. Jason estava cansado de ouvir, mas se tinha uma coisa que aprendera há alguns anos era apenas deixar que sua mãe falasse.

— E faça amigos, se dê uma chance de conhecer gente nova, está bem? — perguntou desamassando seu casaco pela quarta ou quinta vez.

— Entendi, mãe, relaxa. Vou fazer tudo o que está pedindo — ele se estica um pouquinho e dá um beijo na sua testa. Em alguns anos Jason seria mais alto do que a própria mãe, não demoraria muito pelo o que tinha percebido.

— E me escreva toda semana, coma direito e… — foi se afastando enquanto ela ainda falava, um sorriso brincalhão nos lábios sabendo que ela provavelmente estava se enfurecendo por ter-lhe dado as costas. 

Jason se vira uma última vez, já nas escadas do trem e manda um beijo para ela, de forma teatral, que faz a mulher rir. Ele então carrega seu malão pelos corredores cheios de alunos e seus olhos curiosos investigam as cabines, esperava ter sorte de encontrar uma vazia.

Felizmente, quase no final do corredor ele acha o que estava procurando e acomoda a mala no compartimento. Ao se sentar, ele tira do bolso do moletom seu caderninho que carregava para cima e para baixo com rascunhos de composições nunca concluídos e alguns desenhos aleatórios que fazia quando estava entediado, como agora.

Imerso em suas criações nada artísticas, Jason quase não percebe quando uma figura surge na porta da sua cabine. É apenas quando ouve a voz baixa que levanta sua cabeça para encontrar um menino provavelmente da mesma idade que ele, cabelos pretos e olhos castanhos, que de certa forma contrastavam consigo mesmo, que era loiro e tinha olhos azuis.

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