Capítulo 2

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Era mais fácil viver com Snape com a garantia de McGonagall.

Alguns dias depois, enquanto Hermione verificava seus prazos para garantir que não havia esquecido nenhum dever de casa, ela ouviu a voz rouca de Snape.

— Senhorita Granger.

Ela podia dizer pelo seu tom que ele tinha algo novo para dá-la. Seu estômago encolheu, e ela relutantemente fez seu caminho para a cozinha.

Snape estava preparando um cataplasma e olhou rapidamente para cima para deslizar uma poção pela bancada em direção a ela. Hermione a pegou, estudando a cor.

— Você precisa me sedar? — Sua voz estava tensa e nervosa.

Snape não ergueu os olhos do cataplasma. — Consultei vários curandeiros na Suíça. A maldição se originou em seu braço, mas se estende por toda a sua corrente sanguínea. Este cataplasma, esperançosamente — a palavra foi pronunciada por entre os dentes — trará a maldição de volta através de seu sangue e da ferida. Não é uma cura, mas você pode mostrar uma melhora progressiva, e terei tempo para explorar outras opções de quebrar ou remover a maldição.

Hermione engoliu em seco e olhou de volta para o sedativo em sua mão. — Vai doer?

Snape olhou para ela, seu rosto pálido sem expressão. — Sim.

Hermione assentiu, e sua mão tremeu levemente enquanto ela abria o frasco e engolia a poção. Atingiu-a como um maremoto, e ela caiu pesadamente em um banquinho da cozinha.

Ela estava vagamente ciente de Snape se movendo ao redor da bancada para ficar atrás dela, e seus dedos finos separando seus lábios e deslizando algo entre seus dentes. Sua pele estava calejada e áspera contra sua boca.

Ela mordeu experimentalmente. Uma mordaça?

Sua frequência cardíaca disparou. Quanto isso iria doer?

Ela tentou se sentar e se afastar, mas encontrou o braço imobilizado e preso à superfície da bancada. Ela empurrou descontroladamente, lutando para fugir.

— Fique quieta! — A voz de Snape era um rosnado raivoso em seu ouvido. — Você quer viver ou morrer?

Hermione se acalmou. Seu sangue rugia em seus ouvidos, e seu braço latejava no ritmo de seu coração acelerado. Seus pensamentos eram uma corrida vaga e incoerente em seu cérebro, mas ela estava certa de que não queria morrer.

Sua mandíbula estava tremendo. Ela mordeu mais forte a mordaça antes de assentir.

Ela podia sentir vagamente suas mãos frias desembrulhando as bandagens em seu braço, e então ela observou com os olhos caídos enquanto ele pegava o cataplasma fumegante e o pressionava contra as incisões abertas em seu antebraço.

Ela começou a gritar.

Isso machucava. Isso machuca muito. Doeu como ser crucificado. Era como se ele tivesse incendiado o braço dela. O fogo estava se espalhando por suas veias, seu braço e seu peito, sua garganta e suas costas, seu estômago. Em toda parte. Ela estava queimando em todos os lugares.

Ela gritou e gritou através da mordaça e quase bateu a cabeça na bancada enquanto tentava libertar o braço.

O braço esquerdo de Snape estava firmemente enrolado no topo de sua cabeça. Ela estava pressionada contra seu peito, e sua mão direita havia se entrelaçado com a dela para impedi-la de arranhar a si mesma ou a ele.

Parecia uma eternidade queimando seu corpo inteiro antes que ela sentisse o cataplasma sendo puxado e a agonia ardente lentamente desaparecendo. Snape tirou as mãos e Hermione soltou a mordaça entre os dentes, deixando cair a cabeça sobre a bancada.

Do Not Go Gentle | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora