Acapulco - Parte dois

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Enquanto observava Selene, Gigi não sabia ao certo se havia se esquecido de como respirar ou se aquilo era só o efeito que a outra tinha sobre ela. Selene usava um biquíni amarelo que fazia com que a cor de sua pele se destacasse ainda mais do que o normal. Era como se ela tivesse sido beijada pelo sol. Seu corpo era magro, mas definido. Seus cabelos longos tocavam sua cintura e suas tatuagens eram apenas um complemento, fazendo com que ela se tornasse a criatura mais linda que Gigi teve a oportunidade de ver.

A lua começou a surgir no começo da noite e o céu estava completamente estrelado. Selene estava conversando com alguns de seus antigos colegas de escola, mas sem perder Gigi - que estava sentada próxima a fogueira – de seu alcance de visão. Ela ainda não havia tirado da cabeça o momento que tiveram mais cedo na cozinha e as coisas que Gigi lhe disse ainda ecoavam. Elas precisavam conversar e isso era claro.

-Gosta do que vê? – Gigi mal havia notado quando Regina sentou-se ao seu lado, mas entendeu que a pergunta dela se referia à Selene.

-Claro, o que tem pra não gostar?

-Realmente, acho que não tem nada pra não gostar. – Até o tom de voz de Regina a deixou irritada. – Mas vocês não têm nada né? Quer dizer, acho que se tivessem eu estaria sabendo.

-Então por que não pergunta isso a ela? – Gigi retrucou.

-Calma aí. – Regina forçou um sorriso. – Eu não quero te atacar nem nada, só quero analisar o território antes de tentar qualquer coisa com ela hoje.

Gigi precisou morder a o próprio lábio inferior com força pra não responder o que Regina realmente merecia ouvir. -A Selene faz o que bem quiser. – Ela disse simplesmente.

Gigi não fazia o tipo ciumenta, nunca fez, mas seu estômago embrulhava só de pensar na possibilidade de Selene ficar com alguém que não fosse ela. Ela queria que Selene a quisesse tanto que nem mesmo cogitasse querer outra pessoa.

Ao longo da noite Gigi percebeu que as coisas talvez não fossem bem da maneira que ela gostaria já que Selene e Regina não se desgrudavam. Pensar nas duas como um casal era inevitável já que as duas juntas pareciam ter saído direto de uma capa de revista. Gigi estava insegura. E se Selene quisesse voltar com a Regina? Ela não gostava nem de pensar na ideia.

Selene notou que havia algo de errado com Gigi, mas não sabia o que ao certo.

A todo o momento Selene tentava a incluir nas conversas do grupo e mantê-la por perto, pois pensou que talvez ela estivesse se sentindo excluída ou algo assim. Mas nada resolvia, Gigi continuava distante.

-Acho que sua namoradinha não está curtindo muito a noite. – Regina sussurrou para Selene.

-Ela deve estar cansada, acho que vou lá conversar com ela... – Antes que ela pudesse dar um passo, Regina segurou seu braço e a puxou para perto.

-Então vocês realmente têm algo? – Algo no tom de voz de Regina a incomodou e agora elas estavam tão perto que o cheiro exageradamente doce do seu perfume lhe invadia o nariz. Não era aquele perfume que Selene gostaria de estar sentindo o cheiro no momento. – Eu senti que tinha interrompido algo quando encontrei vocês na cozinha.

-Regina, não é como se o que eu tenho com a Gigi realmente fosse do seu interesse. – Selene manteve a voz calma. – Mas eu realmente gosto dela.

-Eu não quero me intrometer, eu só sinto sua falta desde que você foi embora e achei que nós fossemos passar um tempinho juntas que nem da última vez. – Regina pousa uma mão na cintura de Selene, mas tira logo em seguida ao notar que Selene não tinha gostado muito do toque.

Andi e EmíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora