Capítulo 7

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— Parece mágica! — disse Farahs, quando o grupo finalmente está reunido no saguão.

Haviam se juntado na recepção do hotel logo após as luzes terem se acendido. Não faziam ideia do que estava acontecendo e agora estavam compartilhando teorias entre si, que pudessem dar algum tipo de resposta para o que acabara de acontecer.

— Isso não é estranho? — perguntou Ralf enquanto passava a mão pelo balcão da recepção, agora mais limpo do que nunca. — Chegamos aqui e o local está destruído, sem luz nem água e do nada tudo volta a funcionar e essa carcaça velha se torna um hotel cinco estrelas de Dubai.

— Talvez só não desse pra ver no escuro — falou Armando sem muita convicção na própria teoria.

— Nem você acredita nisso — rebateu Ralf. Armando dá de ombros.

O novo visual do hotel era bem convidativo. Não estariam suspeitando de nada se já tivessem encontrado o local daquele jeito. Mas a mudança repentina era misteriosa demais e mesmo que procurassem respostas para explicar o que de fato aconteceu para ocorrer aquela transformação, eles não chegariam a nenhuma conclusão racional. A situação era curiosa, misteriosa e — para alguns — muito assustadora.

— Gente, não sou supersticioso nem nada do tipo, mas não estou com um bom pressentimento sobre isso — falou Cauã. O garoto estava sentado no sofá, tão encolhido que parecia ser uma das almofadas.

Ele conseguiu limpar a lama do pé, tinha sido mais fácil do que imaginou, levando em conta que aquela lama não deveria ser natural. Porém, explicar tudo para os amigos é que foi uma tarefa difícil. Ninguém conseguiu entender quando ele lhes falou sobre a poça no meio do corredor. Omitiu sobre seu irmão, mas contar sobre a poça era obrigatório se quisesse explicar o porquê de seu pé estar sujo de lama.

— Acho que devemos sair logo daqui.

— Eu tô com o Cauã nessa! — disse Adrianna de mão erguida, procurando com o olhar alguém que também concordasse com os dois.

— Se a Adri for, eu vou! — disse Pedro ficando de pé, mantendo a postura de quem se voluntaria por pura bravura.

— Vocês estão brincando, né? — perguntou Djonn encarando os três. — Agora que temos vantagem de ficarmos no hotel, vocês querem sair?

— A questão aqui Djonn não é o conforto que vamos ter, e sim como tudo isso aconteceu do nada — disse Adrianna diretamente para o garoto, que já adotava uma postura de defesa, para o possível combate verbal que ameaçava iniciar.

— E daí se isso aconteceu do nada? — falou o garoto na defensiva. — O importante é que temos um hotel de luxo só pra nós e ainda tem o fato de que precisamos passar o resto da noite aqui antes de amanhecer, para aí sim chamarmos o reboque!

— Você é idiota por acaso? — a garota o encarou com desprezo. Pedro pôs a mão em seu ombro para acalmá-la, mas ela o dispensou com um gesto brusco de ombro.

— Apesar de saber que tudo isso é muito estranho, devo concordar com o Djonn — disse Metal, recebendo um olhar de agradecimento do amigo. — Ainda é noite e não podemos sair por aí sem os carros.

— E vocês vão ignorar o fato de que a porra dessa fonte apareceu aqui do nada?

Adrianna estava visivelmente exaltada. Toda aquela situação a assustava, e o ceticismo do grupo só ajudava a deixá-la ainda mais nervosa.

Todos olharam para a fonte. A água jorrando entre os pequeninos cupidos esculpidos com arcos e flechas com ponta de coração. Entre um olhar e outro, era possível notar um pouco de dúvida sobre o que estava acontecendo. Keven levantou-se de supetão, chamando automaticamente todas as atenções para si.

CHECK-IN PARA O INFERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora