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MARATONA 4/4

Bárbara P.O.V

Eu sinto o meu corpo se estremecendo quando ouço aquelas palavras, eu escutei certo?

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Eu sinto o meu corpo se estremecendo quando ouço aquelas palavras, eu escutei certo?

— Que? O que aconteceu mãe? O que aconteceu com o meu pai? - aperto o aparelho no ouvido querendo que fosse mentira, que eu tivesse entendido errado

— Ele sofreu um acidente de carro filha, está em estado grave, Bárbara eu não quero te incomodar mas preciso de você filha eu... - escuto soluço vindo do outro lado da linha e meus olhos se enchem d'água

— Você não vai me incomodar mãe, eu vou pro Brasil

— Filha, não precisa, você está cheia de afazeres aí, não precisa vir, eu só queria te deixar ciente da situação

— Eu vou mãe, por Deus, dane-se minha carreira, eu só quero ver o meu pai - praticamente grito mas respiro fundo algumas vezes tentando não descontar a situação nela — Eu pego o próximo voou, por favor me informa se acontecer qualquer coisa, eu te amo

Desligo o telefone e minhas lágrimas caem sobre o meu rosto compulsivamente, eu não acredito nisso. Procuro minhas chaves na bolsa e quando encontro praticamente corro para dentro do carro, sento no banco do motorista e agarro meus cabelos com força enquanto sentia o ar faltar em meus pulmões, eu só consigo pensar no meu pai, no estado dele, e se ele vai sobreviver.

Giro as chaves e começo a dirigir rapidamente para a minha casa, assim que eu estaciono praticamente pulo dos bancos e corro para o meu apartamento, vou direto para o meu quarto e começo a colocar o máximo de peças que eu consigo dentro de uma mala, pego meu passaporte, meus documentos e meus cartões e quando eu fecho a mala vou em cada ambiente da casa tirando tudo da tomada e desligando o gás.

Quando me certifico que está tudo ok, giro as chaves novamente e tranco a casa descendo as escadas com as minhas coisas, volto para o carro e dirijo o mais rápido para o aeroporto.

Um aperto no coração e mais lágrimas desciam do meu rosto, eu não posso perder ele, eu não posso perder o meu pai, eu não posso.

Eu queria pelo menos ver ele pela a última vez, abraçá-lo, sentir seu cheiro, ouvir a voz dele, ouvir que ia ficar tudo bem, e cada minuto que passava parecia que era um minuto a menos com ele, um minuto a menos da vida dele.

Chegando no aeroporto compro a primeira passagem que eu consigo para o Brasil, mando uma mensagem para Joe avisando que eu iria pro meu país e explico a situação rapidamente, mando uma mensagem para o dono do aluguel do meu apartamento falando que eu iria ficar esse mês no meu país de origem mas que eu já fiz a transferência do valor.

Encosto a cabeça em um banco enquanto esperava o meu voo ser liberado no telão, seriam 13 horas de voo, 13 longas horas de angústia e eu já podia sentir o meu corpo cansado.

Pego o meu celular e disco pra minha mãe querendo saber mais sobre o ocorrido e ela me atende no quarto toque.

— Oi filha

— Como ele tá?

— No mesmo estado Babi, os médicos não deram nenhuma informação desde quando eu cheguei - ela suspira

— Que horas isso aconteceu mãe?

— Quando eu fiquei sabendo eu já te liguei, provavelmente ele vai ser operado

— Ok, estou no aeroporto já, meu voo já já é chamado eu paguei o triplo do valor pra pegar a passagem mas eu to desesperada pra chegar aí - confesso pra minha mãe e se ela tivesse me vendo pessoalmente tenho certeza que passaria as mãos sobre o meu cabelo pedindo pra que eu fique em paz

— Vai dar tudo certo filha, a gente tá no hospital Albert Einstein, quando chegar vem direto pra cá

— Ok, eu vou - encosto minha cabeça no banco novamente e aperto os olhos respirando fundo — Eu to com medo mãe

— Eu também to... também estou com medo Babi

— Ele vai se recuperar mãe, e aí a gente vai dar risada disso tudo e no final tudo vai ficar bem - falo tentando me convencer também

— Deus te ouça filha

Vejo o meu voo sendo chamado no telão e me levanto rapidamente, estava na hora de ir pra casa

— Meu voo está sendo chamado mãe, vou ter que desligar mas por favor não esquece de mandar qualquer novidade por mensagem

— Pode deixar filha, eu te amo

— Eu também amo você

Desligo a chamada e começo a arrastar minha mala pelo aeroporto em direção a portaria fazendo todos os procedimentos para entrar logo no avião.

Coloco minha mala em cima do bagageiro e me sento no meu assento colocando meus fones de ouvido, me ajusto no banco e uma música calma começa a soar em meus ouvidos me dando uma dose de paz pelo resto da viagem.






— Senhores passageiros, acabamos de pousar em São Paulo - Brasil às 23:47 da noite no horário de Brasília, peço para que desembarquem por fileiras, tenham um ótimo dia e obrigada por viajarem com a Gol - a voz da aeromoça ecoa

Respiro fundo tirando o cinto e me levanto pegando minha mala de volta, caminho naquele corredor sentindo o meu coração se apertar a cada passo, definitivamente não foi desse jeito que eu imaginava voltar pro Brasil.

Assim que eu piso o meu pé no aeroporto, chamo um uber para o hospital o mais rápido que eu posso, a viagem sairia cara por ser tarde mas eu não ligava mais pro dinheiro nessa altura do campeonato.

Minha mãe não mandou nenhuma mensagem durante o voo e eu já não sabia se era porque ela também não havia notícias ou se ela não queria me falar o que aconteceu por telefone. Minha mãe é super protetora e por mais que ela estivesse sofrendo ela faria de tudo pra não respingar em mim toda a situação.

Desço assim que eu vejo que chegamos no hospital e o motorista me ajuda com as malas, agradeço dando um sorriso mais forçado que já dei em toda a minha vida e entro no hospital rapidamente.

— Boa noite, como posso te ajudar? - a recepcionista me pergunta

— Meu pai sofreu um acidente, o nome dele é Carlos Muniz de Andrade

— Filha? - ouço a voz da minha mãe atrás de mim me fazendo virar assustada.

Minha mãe me olha com os olhos inchado de tanto chorar e eu tenho certeza que eu não estava muito diferente dela. Largo a minha mala e corro na sua direção abraçando a minha mãe com todas as forças que me restam.

Sinto seu corpo tremer no abraço e começamos a soluçar agarradas uma com a outra e eu quis novamente que tudo ficasse bem.

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Aaaaa fim da maratona, espero que tenham gostado.

Reforçando novamente que alguns capítulos daqui em diante vão ser um pouco tristes e com gatilhos.

E EM BREVE PONTO DE VISTA DO VINNIE.

Beijos e até amanhã

Just a Fuck Boy - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora