Capítulo 2

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oi (:

esse capítulo é uma pontezinha pras coisas começarem a acontecer, então ele é menorzinho do que os outros.





É claro que era previsto que Camila fosse ao velório. Mesmo com a maldição, Hailee sabia que aquilo não impediria a Cabello de se despedir de dona Eduarda e prestar condolências às suas amigas. Mas vê-la ali tão de perto era diferente.

Hailee secou o suor da mão na calça que usava, engolindo seco.

- Meus sentimentos. – ela disse finalmente.

- Obrigada.

Camila parecia na mesma situação que Hailee: sem saber como agir, sem saber o que falar.

- Você está bem? Digo... no geral.

Camila sorriu de leve.

- Acho que sim.

- Eu...

Hailee ia falar quando o homem desconhecido para Camila as interrompeu.

- Lua, o Davi tá dormindo no colo do seu irmão. – ele pareceu finalmente perceber a presença de Camila. – Me desculpa. Oi. Meus sentimentos.

- Obrigada.

- Vamos, Hailee?

O homem chamou e Hailee apenas assentiu com a cabeça, ainda hipnotizada pela presença de Camila. Ela não se despediu, apenas deu alguns passos para trás antes de se virar e sair a passos largos.

Camila ficou parada no mesmo lugar, observando ela ir embora.

- Camila? Tudo bem? – Dinah se aproximou.

- Acho que acabei de ter um flashback.

- O quê? – Dinah ficou confusa.

- Nosso segundo encontro foi assim, em um velório. Foi como um flashback.

Dinah assentiu.

Passava da meia noite quando todos voltaram à casa da Estância. Ava já parecia estar fora do eixo, escorada no ombro de Sara como se não aguentasse o próprio peso.

- Sua avó me expulsou desse lugar tantas vezes que eu não consigo contar. Perdi as contas quando passou das cem. – Michel comentou.

Ava sorriu. – Ela achava que você tinha morrido.

- Eu sei. – ele suspirou pesado. – Ter fugido daqui não é orgulho nenhum.

- Sei bem como é. – Camila disse.

- Eu quis tantas vezes voltar... – falou em tom nostálgico. – Mas depois que saí daqui minha vida virou de cabeça pra baixo vezes demais.

- Pra onde foi? – Sara quis saber.

- Fui pro Canadá, por incrível que pareça.

- Você sabia que a maldição é só aqui no Araguaia, certo? Não no país inteiro. – Sara brincou.

- Eu quis recomeçar. Literalmente recomeçar. Conheci a mãe de Dinah por lá e tivemos ela. Nos divorciamos quando ela tinha 12 anos. Depois que a Dinah cresceu ficou obcecada em descobrir a história da família.

- Entrei pra academia de polícia, estudei o que podia e rodamos boa parte do país antes de ouvirmos falar dessa aqui. – ela disse e enfiou o dedo no ouvido de Camila, que bateu em sua mão.

- Não é tão difícil ouvir falar de alguém que constrói cidade por aí. – Michel completou. – Mas então fomos atrás de Camila e estamos de volta aqui.

Araguaia - Pt. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora