oiii, essa é a última vez que eu atualizo essa história. ):
Quando Camila entrou no quarto, Hailee procurava algo pela preteleira e armário de cabeceira. Ela nem percebeu a presença de Camila, de tão concentrada que estava, as sobrancelhas franzidas mostravam seu desespero.
- Amor?
Ela parou imediatamente e encarou os olhos castanhos preocupados de sua namorada.
- Aconteceu alguma coisa na fazenda, a minha mãe... – ela começou a dizer e Camila se aproximou levemente. – Onde está a chave do seu carro?
- Tá lá embaixo.
Respondeu e Hailee se apressou para ir até lá, mas ainda na porta do quarto, Camila segurou em seu braço.
- Camila, o que foi? – perguntou ao ver o brilho temeroso em seu olhar.
- Tem uma coisa que você precisa saber.
- Camila, eu preciso ir, o Griffin disse que viu...
- Sua mãe sabe de tudo, sempre soube. – ela disparou em um fôlego só. – Ela nunca foi cúmplice, de fato, mas sempre soube, ela foi conivente o tempo todo.
Hailee engoliu seco e, parecendo ainda mais determinada, correu pelo corredor. Pegou as chaves do carro de Camila na mesa de centro da sala e acelerou pela estrada até estar em sua casa. Sua cabeça estava vazia, nenhum pensamento passava por ali, Hailee não permitia. Não podia se deixar fraquejar agora que estava tão perto.
Quando entrou em casa, Griffin estava na sala, sentado no sofá com um pé batendo no chão impaciente. Ele imediatamente se levantou ao ver sua irmã, e ela apenas apontou para o andar de cima antes de subir os degraus com pressa; ele sempre a acompanhando.
Hailee não bateu na porta do quarto de sua mãe, apenas foi entrando. A mulher, muito parecida com sua filha, assustou e deu alguns passos temerosos para trás.
- O que está fazendo? – Hailee perguntou vendo a mulher entrando e saindo de seu closet com roupas na mão.
Antes mesmo que a mulher respondesse, Griffin sentou na cama e escondeu os olhos marejados entre as mãos. Aquela atitude só confirmava o que ele havia escutado por entre as pilastras do escritório de seu pai, e Griffin definitivamente não estava pronto para aquilo.
- Hailee... – ela murmurou se vendo sem saída. – Me perdoa.
- O que... – ela se sentia perdida, sem saber o que dizer exatamente, as cartas estavam todas na mesa. – Por quê?
Cheri suspirou pronfundamente, e parou com a correria das roupas para sentar ao lado do filho na cama. Acariciou as costas do rapaz e tentou se lembrar quando tinha entrado naquela confusão toda e porquê.
- Seu pai era apaixonado pela dona Virgínia. Se lembra dela? – perguntou a Hailee, que assentiu. – No velório, ele chorou feito criança, foi uma humilhação. Ele sempre foi apaixonado por ela, desde adolescentes, mas logo ela se apaixonou por Lucas e seu pai também precisou casar com alguém logo. Eu estava ali. É claro que eu sabia do amor dele pela Virgínia, eu sempre soube, mas a riqueza que seu pai tinha compensava isso. Eu não me importava de ter que aguentar uma coisa ou outra...
- Em nome do dinheiro. – Hailee interrompeu.
- Em nome do dinheiro, sim. Quando eu engravidei de você, meu menino, foi a primeira vez que eu senti alguma coisa. E depois com você, Haiz. E por vocês eu fui ficando, mesmo que... – ela suspirou – mesmo que a riqueza do seu pai não fosse a mesma.
Hailee abriu um sorriso irônico.
- Nunca quis machucar vocês e nunca permiti que ninguém se aproximasse de vocês com intenções ruins.

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Araguaia - Pt. 2
Hayran KurguSeis anos depois, Camila finalmente cumpre sua promessa de voltar ao Araguaia. Novamente seu destino é entrelaçado ao de Hailee e ambas precisam lidar com suas feridas do passado ou, pelo menos, conviver com elas. Nesse caminho, talvez as duas pudes...