Araguaia - Pt. 2

Capítulo 25

oi! essa história tá super no final e agora eu to de férias então por esses dias eu vou soltando vários capítulos até acabar.

Entrando em casa, Camila passou por Laís, que só reparou no sorriso enorme que ela carregava. Cabello desconversou, mas manteve o sorriso até o andar de cima. Passou direto por seu quarto, apesar de não ter dormido nada durante a noite não sentia sono, estava mais acordada que nunca.

Caminhou até o quarto de Dinah, pretendendo contar as novidades a ela, mas acabou parando no quarto de Sofia. Sua mãe estava ali escorada contra o batente da porta zelando pelo sono da menina.

- Não te vi sair do quarto. – a mulher murmurou ao vê-la se aproximar. – Está usando a mesma roupa de ontem.

Camila não segurou o sorriso.

- Eu dormi fora. – só respondeu isso e não deu tempo para Sinu fazer mais perguntas. – O que está fazendo?

Ela chacoalhou os ombros.

- Nada demais.

Camila suspirou e se escorou alguns passos para trás, contra a porta de Dinah – que estava aberta, indicando que a loira já tinha saído – para continuar a conversar aos sussurros com sua mãe.

- Eu não queria precisar desconfiar tanto de você.

Camila falou em um surto de sinceridade. Não sabia se o melhor era deixar Sinu saber que estava na mira dela ou não, mas estava cansada de desconfiar de pessoas tão próximas como ela e Michel. Queria e precisava que estivessem juntos.

- Não sabia que desconfiava de mim.

Camila quase riu. – Você praticamente se colocou nessa posição. – apesar de quase discutirem, mantinham o tom de voz baixo para não acordar Sofia. – Você sabe que eu faria de tudo pra proteger a Sofia e ser tão contra minhas ideias sem um motivo claro não ajuda muito no quesito confiar em você.

Sinu não se moveu, não disse nada, mas escorou a cabeça de lado como se estivesse extremamente cansada daquele assunto. Camila a entendia, também se sentia cansada, mas não podia deixar que isso a desviasse do que precisava fazer: proteger Sofia.

- Estou indo dormir. Boa noite, Camila.

- Boa noite.

Assim que sua mãe sumiu no quarto, Camila fechou a porta de Sofia pelo lado de dentro. Se aproximou de sua irmã e tirou as botas que usava para deitar ao seu lado. Com delicadeza para não acordá-la, passou os braços por seu corpo e a trouxe para seu peito em um abraço desajeitado.

Ficaram assim por muito tempo, Sofia nem mesmo sentiu a aproximação de sua irmã e Camila acabou dormindo também. Quase duas horas depois, Sofia se remexeu em seus braços e acabou acordando a irmã.

- O mundo está caindo? – ela perguntou sonolenta.

- É claro que não. Por que estaria?

- Porque você está aqui. – Camila sorriu e revirou os olhos. – A última vez que você acordou comigo eu tinha 12 anos.

Camila riu e se afastou minimamente para que sua irmã se movesse na cama.

- Anda, diga porque está aqui.

A mais velha voltou a rir alto. – Você acaba comigo, garota. Com certeza você cresceu rápido demais.

Foi a vez de Sofia sorrir e, mesmo implicando com sua irmã, voltou para deitar no peito dela novamente.

- Nossa família foi amaldiçoada nessa terra.

Sofia franziu as sobrancelhas e encarou os olhos da irmã em uma mistura de surpresa com entendimento.