Capítulo 10 - A Clareira

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Nós dois procurávamos alguém para nos completar e aqui estava o motivo por nunca termos achado: Éramos destinados, destinados um ao outro. Bastava saber se Edward iria correr o risco de amar uma pessoa feito eu. 

—Chegamos! - ele declara quando passamos pela última camada de mata densa. 

E eu simplesmente paro no lugar, abismada, o lugar é simplesmente maravilhoso! Nunca em minha vida vi um lugar assim. Flores selvagens de todas as espécies recobrem todo o chão, principalmente em tons de roxo e violeta. As árvores formavam um círculo quase perfeito à volta da clareira e a luz do sol passava por entre as nuvens em pequenos pontos, dando uma aura de magia ao lugar. 

—Vamos... -Edward chama, puxando levemente minha mão em direção a clareira. 

Sorrio e o acompanho até o centro do lugar, lá ele se senta e me leva junto e não tenho outra alternativa se não sentar ao seu lado. Nossas pernas se tocam levemente e ele se senta relaxadamente, soltando minha mão, que formiga, como se sentisse a falta de seu toque. Ele fecha os olhos e apoia as mãos atrás de seu corpo 

—E então? Gostou? - pergunta ele calmamente. 

—É lindo. -murmuro e não sei se estou falando da clareira ou dele. 

—Sempre venho aqui quando quero ficar um pouco sozinho ou apenas pensar. É longe o suficiente de tudo, então as vozes na minha mente se tornam apenas um murmuro. - ele comenta. 

—Entendo o porquê. Parece um lugar de conto de fadas. -falo. 

Continuamos a conversar sobre banalidades, coisas em comum, como o fato de sermos muito apegados a família, gostos musicais, filmes preferidos. O tempo passa rapidamente e a conversa flui naturalmente, é muito fácil falar com Edward, como se já nos conhecêssemos há uma eternidade. Quando o silêncio chega, já é quase o meio da tarde. 

Me deito na mata e observo o céu, várias nuvens pesadas começam a aparecer, o que indica que uma tempestade não tardará a se aproximar. Fecho os olhos por um momento e escuto as águas calmas de um riacho próximo, alguns pequenos animais aqui e ali, o suave bater da asas de um pássaro em uma árvore à nossa esquerda. Consigo me imaginar ali horas e horas, apenas aproveitando esse breve contato com a natureza. 

Abro meus olhos e vejo Edward, próximo, muito próximo. Ele se apoia com o cotovelo no chão e segura sua cabeça com a mão, me analisando tranquilamente. Sinto meu rosto se aquecer por tê-lo tão próximo. Não consigo me mover, ele me olha tão ternamente que nem uma palavra coerente consegue sair de minha boca. Ele se aproxima mais e analisa minha reação, como não me mexo, se aproxima um pouco mais.
 
—Não vai fugir dessa vez? - ele pergunta com aquele sorriso torto provocador. 

—Não dessa vez. - falo e o puxo em minha direção. 

Nossas bocas se tocam e começamos novamente aquela lenta dança. Minha mão vai para o seu cabelo e ele cola seu corpo no meu, o beijo se torna mais intenso e minha mente simplesmente fica em branco, só consigo pensar nos seus lábios nos meus e na sensação de sua mão tocando milha pele onde a blusa subiu um pouco na região da cintura. Ele sorri e se afasta um pouco, terminando o beijo com um breve roçar de lábios, me provocando. 

—Você não sabe onde está se metendo... -murmuro. 

—Pelo contrário. -fala ele sorrindo maliciosamente e me puxando para deitar em seu peito. -sei exatamente onde estou me metendo.

—Você sabe que as coisas não serão fáceis, não é? -pergunto, tentando alertá-lo. 

—Estou precisando de um pouco de emoção na minha tão monótona existência. -ele declara, aparentando nem um pouco preocupado. 

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