O sinal se fecha e sou obrigada a parar de acelerar, o que foi ótimo por um instante pois consegui me acalmar de alguma forma. Minhas mãos estavam trêmulas, e meus músculos extremamente rígidos após a discussão com Willian em minha casa. Realmente não conseguia acreditar a que pontos nós chegamos, não o conhecia mais e definitivamente esse não era o homem que me apaixonei enquanto era somente uma adolescente.
Respiro fundo, na tentativa de fazer com que o ar chegasse ainda mais fundo nos meus pulmões e tento controlar meus ânimos ainda mais. O sinal se abre e novamente acelero indo em diante, mas sem nenhuma direção, apenas andando na pista que ficava ao lado das margens das praias. Diminuo um pouco da velocidade e observo o dia que tinha um sol brilhando forte no céu.
Começo a pensar sobre para qualquer lugar que eu possa ir que me deixe o mais longe possível de minha casa e de minha família, especialmente Willian, que eu nem mesmo conseguia pensar sem sentir meu corpo se acender de raiva novamente. Apoio o cotovelo na porta do cabelo e pressiono a minha mão contra meu cabelo e assim fico, tentando massagear um pouco a região.
Mais adiante passo a vista por uma placa de localização, que apontava o desvio para a cidade de Saquarema. Nesse momento, se torna inevitável não pensar nele que havia ocupado meus pensamentos por tantas vezes, mesmo eu tendo tentado evitar ao máximo. Penso no convite que Bruno me fez na semana passada sobre ir assistir um treino, e a ideia de vê-lo me acalma um pouco, então apenas penso por alguns segundos e dou a seta para o desvio que me levaria para a estrada até a cidade.
…
Não fazia ideia para onde o GPS me levava, apenas digitei centro de treinamento de vôlei e segui o caminho que me foi mostrado. Depois de alguns minutos, chego a uma portaria e espero alguns segundos para ver se alguém apareceria para me atender, o que não acontece então decidi entrar mesmo assim e estaciono o carro logo em sequência em uma das vagas que encontro. Saio do carro e começo a observar o ambiente um pouco confusa, me perguntando sobre o quão louca eu estava de estar ali, é então que sou abordado por um homem de uniforme, que parecia ser um segurança:
"Oi…qual o seu nome?"
M - É...eu me chamo Milena...Milena Rossi e eu vim a convite de um amigo
Digo gesticulando as mãos e um pouco apreensiva:
"Olha eu sinto muito mas não é permitido a entrada de ninguém que não seja da comissão técnica ou os jogadores por aqui… então, peço que a moça retorne"
Sinto meus ombros pesarem um pouco e uma frustração se forma sob meu corpo, e tento insistir:
M - Foi realmente um convite, a pessoa que me chamou é jogador aqui também…
Ele me olha negativamente e mal deixa eu completar minha frase:
"Eu sinto muito moça...mas não sou eu que faço as regras, apenas as cumpro"
Ele diz estendendo a mão em direção a entrada me fazendo suspirar e dando os passos na direção da saída. Fico um pouco decepcionado, mas por alguns instantes penso que foi até melhor assim, quando escuto meu nome ao fundo do campo aberto e quando me viro, vejo Bruno correndo em minha direção:
B - Milena...ei
Ele me olha sorridente e se aproxima. O segurança nos encara um pouco confuso mas parece ficar mais tímido com a presença de Bruno:
M - Eu resolvi aceitar o convite que me fez aquele diz, mas pelo jeito não posso entrar…
B - Ah pára com isso, claro que pode entrar... é a minha convidada
"Mas Bruninho...as regras não permitem"
O segurança interrompe e tenta dizer mais baixo para Bruno, na tentativa que eu não perceba:
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Private Thoughts
RomanceEla, uma modelo de 23 anos, que busca a felicidade em sua profissão, mas principalmente no seu relacionamento. Ele, um jogador de vôlei bem sucedido, mas que ainda não conseguiu se apaixonar verdadeiramente por ninguém. Tudo pode acontecer entre ele...