CAPÍTULO 16

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Saio do meu quarto deixando a porta trancada e ando em passos lentos tentando evitar que alguém em casa me escutasse. Desço as escadas e dou ums última conferida na minha roupa. Calça jeans e blusa branca, tênis branco também, o rabo de cavalo e a maquiagem leve parecia ser o suficiente para um dia de sol como hoje.

Ando até a porta de casa trazendo minha bolsa comigo. Desço novamente até a garagem e com a chave do carro, destravei o alarme e o adentro, e antes de mais nada coloco meu óculos de sol. Por fim ligo o carro e logo dou a partida indo em direção a saída.

O caminho é bem tranquilo e o dia está absurdamente bonito na cidade maravilhosa e confesso que se não fosse o convite de Bruno, eu com certeza viria a praia no dia de hoje. Deixo o rádio tocar e pude aliviar um pouco a tensão que se acumulava em meu corpo devido a curiosidade que habitava em mim após o convite de Bruno.

A viagem até Saquarema é bem tranquila e não demora mais do que meia hora para chegar ao centro de treinamento.

Estaciono o carro e saio trazendo minha bolsa comigo. Vou andando em direção a portaria e por alguma coincidência encontrei o porteiro que conheci no outro dia que estive aqui:

M - Oi, tudo bem? - digo um pouco tímida

Renê - Olá…você de novo por aqui? Que surpresa boa - ele diz alegre me fazendo sorrir

M - Sim…fui convidada a voltar

R - O Bruno me deixando avisado sobre você…então pode entrar e ir em direção ao ginásio ok?

M - Ok!

Respondo e o agradeço e então começo a caminhada em direção ao ginásio e conforme me aproximo vou ficando ainda mais ansiosa  para saber o motivo de Bruno ter me trazido até aqui.

Entro no ginásio e sou pega de surpresa com a visão da seleção masculina de vôlei treinando a minha frente. Bruno estava no meio da quadra fazendo um treino em conjunto com alguns jogadores que não conseguia identificar.

Era diferente vê-lo dentro de quadra, seu foco, sua atenção estava totalmente voltada para a bola de vôlei que batia em suas mãos e ele levantava para diferentes posições. Chego mais perto e ele parecia estar coordenando uma espécie de ataque com aquele que parecia ser o Lucarelli.

Por um breve momento nossos olhos se encontram e logo ele trata de encerrar a conversa que tinha e vem minha direção em passos rápidos:

B - Você veio mesmo… - ele diz sorrindo e bastante ofegante

M - Eu disse que viria…certo? Aqui estou eu

Ele sorri mais uma vez enquanto limpa as gotas de suor que caem em seu rosto com uma toalha branca:

B - Fico feliz que veio…venha, quero que conheça uma pessoa

Ele entrelaça seus dedos nos meus e me leva com ele em direção a um corredor que fica ali próximo. Vamos andando de mãos dadas e a cada segundo as perguntas aumentam ainda mais na minha cabeça sobre o que Bruno queria comigo:

M - Bruno…para onde estamos indo?

B - Vamos ali!

Ele aponta para uma sala e quando chega a frente dela dá três batidas nela e logo a voz masculina do outro lado grita permitindo a entrada.

Bruno solta a minha mão e abre a porta mas me convida para entrar junto dele e assim eu vou. Entramos numa sala ampla que tinha uma grande janela ao fundo, e no centro uma mesa de madeira onde tinha um homem sentada nela organizando alguns papéis numa apostila:

B - Mateus podemos entrar?

Ele olha para nós dois e abre um sorriso para Bruno:

M - Eai Bruninho…entra aí cara!

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