CAPÍTULO 24

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Sinto a consciência voltar ao meu corpo conforme meus olhos se abrem e a claridade inunda meus olhos. Permaneço imóvel por um momento e logo sinto as carícias no meu cabelo e de tempo em tempo um beijo sendo deixado na minha têmpora.

Após minha vista finalmente voltar ao normal, percebo ainda estar com a cabeça sobre o peito de Bruno e pelos seus movimentos, fica óbvio que ele já está acordado:

M - Bom dia! - digo sonolenta

B - Bom dia - ele dá um beijo em minha testa e continua - dormiu bem?

M - Sim…

B - Que bom!

Eu suspiro fundo sentindo sua pele quente em contato com o meu rosto. Abro novamente os meus olhos e ergo um pouco minha cabeça para olhá-lo:

M - Acabei pegando no sono ontem

B - Eu percebi mesmo…mas ainda bem que dormiu onde dormiu, afinal seria muito difícil te colocar aqui com uma mão só

Ele ri me fazendo rir também e percebo o quanto gosto quando ele diz essas coisas para mim:

M - Foi um erro de percurso meu…eu ia dormir do outro lado da cama, bem longe de você

Tento implicar com ele e finjo querer me afastar, mas antes mesmo que pudesse fazer seu braço me puxa para mais perto ainda, deixando nossas bocas mais próximas ainda:

B - Você que se agarrou em mim, quase um assédio se podemos dizer assim

M - Ah, eu te assediei? - ergo minhas sobrancelhas para ele fingindo estar chocada

B - Assediou sim…na minha própria cama ainda! - Ele faz cara de indignação me arrancando uma risada

M - Então se é assim, por que você não me solta ein?

Ele gargalha e me observa, encarando minha boca. Então Bruno se vira, ficando encima de mim, me prendendo mais ainda a ele e de repente fecha meus lábios com os seus, iniciando um beijo calmo e apaixonante:

B - Apesar dessa invasão toda sua, eu não consigo mais ficar longe de você - ele diz e retoma o beijo mais uma vez

Sinto minha boca formigar com o contato da boca de Bruno e ele encima de mim, acelerava totalmente as batidas do meu coração. Era incrível a sensação de leveza que sentia enquanto estava assim com ele. Nossas bocas ligadas, nossas línguas brincando uma com a outra, nossas mãos se fechando.

Tudo fazia o meu sangue correr mais rápido pelo meu corpo, era como se faltasse apenas o sexo para eu ser dele por completa, afinal meu coração já é seu.

Nosso momento é interrompido quando o barulho do meu celular invade o quarto fazendo eu revirar os olhos. Realmente a vontade era de ignorar a ligação e nesse momento nunca torci tanto para ser uma ligação aleatória.

Bruno toma a iniciativa de parar o beijo e começa a depositar beijinhos no meu pescoço:

M - Bruno eu preciso ir atender - sussurro para ele

B - Não, por favor…deixa tocar - ele responde lamentando me arrecando uma risada

M - Eu preciso, as vezes é alguém de casa ou algo importante - respondo fazendo carinho no seu cabelo e na sua barba

Apesar de ficar um pouco relutante, ele finalmente sai de cima se afastando para que eu passe:

M - Eu já volto - digo para ele sorrindo e me levanto rapidamente da cama

Corro até meu celular que não estava muito distante e então, o pego e vejo a chamada de minha mãe que me causa uma sensação de estranheza muito grande:

M - Alô…mãe? Tá tudo bem?

H - Oi filha, está tudo bem sim e com você? Já está a caminho?

Minha mãe diz me deixando totalmente confusa sobre o que ela quis dizer:

M - Estou bem sim mãe, e…- tento puxar em minha memória sobre o que poderia ser, mas nada vem em mente - me desculpa mas a caminho do que é exatamente?

H - Ué filha, já se esqueceu? Sua avó chega hoje, seu pai inclusive já foi buscá-la no aeroporto…eu te falei sobre isso no outro dia

As memórias da conversa que tive com a minha mãe vem a mente como uma pontada e então me lembro da chegada da minha avó:

M - Aí mãe, me desculpa eu esqueci…mas já estou a caminho ok?

H - Venha logo, porque você conhece a sua avó, ela odeia que a deixem esperando…

M - Tá bom…já estou indo

Nos despedimos e quando me viro Bruno já está de pé vindo em minha direção:

B - Algum problema? - ele diz um pouco sério

M - Não…na verdade minha avó está chegando da Espanha e eu tenho que ir receber ela - as palavras saem de minha boca e junto delas o desânimo se formando em meu corpo por causa daquele momento

B - Ei…tá tudo bem - ele desliza os dedos pelo meu rosto, abraçando sua mão na minha bochecha - vá receber a sua avó, e depois você volta para mim

Suspiro fundo pois não queria ir para casa hoje, e realmente minha maior vontade era ficar com Bruno, passar o dia abraçada nele, conversando sobre qualquer coisa e beijar sua boca sempre que eu tivesse vontade, mas agora tenho que retornar para casa:

B - Vem cá…

Ele diz me puxando para um abraço pois fica notório o meu desânimo com aquela situação:

M - Eu volto mais tarde, ok?

B - Ok!

Beijo sua boca e me despeço e começo a procurar minhas roupas para trocar.

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