illicit affairs | bucky barnes

Hood over your head

Seu padrinho puxa uma respiração forte, o maxilar ficando mais marcado, os olhos refletindo a fúria que você tinha presenciado poucas vezes. Ficando preocupada, você não para de encara-lo, mesmo quando ele fica andando pelo cômodo novamente.

- Padrinho... você sabe de algo?

- Ah sim... sobre isso nos sabemos direitinho. - Rhodes comenta, observando Tony tão preocupado quanto você.

- Padrinho? O que está acontecendo? - Ele para e te encara, visivelmente tentando se controlar.

- Você andou vendo os jornais ultimamente?

- Pra ser sincera, não muito. Estava preocupada com a mamãe e as minhas provas finais. Não prestei atenção em muita coisa.

- Bom, isso explica ela não ter ideia. - Rhodes suspira do seu lado e Tony continua te encarando, deixando-a cada vez mais nervosa.

- Alguém pode me dizer algo?

- O capitão e a Natasha são agora fugitivos do governo. Assim como o soldado invernal, mais conhecido como Bucky Barnes. Ele foi acusado de assassinar o rei de Wakanda, mas foi absolvido depois da confissão do real assassino. - Tony soltou, parecendo cada palavra carregada de ressentimento. - Eu e o Steve... brigamos feio, S/N.

- Meu deus... e porque padrinho? - Seu coração se aperta com a notícia, sabendo que Steve era um dos poucos amigos verdadeiros do seu padrinho.

- Porque ele mentiu pra mim. - Ele ironiza a frase, mas você o conhece bem pra reconhecer a dor no seu tom. - Ele escondeu que seu amigo, vulgo Soldado Invernal havia assassinado... - Ele faz uma pausa e engole em seco, olhando pela janela. - Ele matou meus pais. A sangue frio. Ele é um super soldado, assim como o Steve.

- Então... então quer dizer que minha mãe está atrás de um super soldado assassino? - Você engole em seco, o pânico e o medo tomando conta.

- Na época ele estava sendo controlado pela Hydra, matando porque era obrigado. - Rhodes completa, mas Tony estala a língua, cruzando os braços.

- Isso não importa.

- Importa pra ela, Tony. - Rhodes censura, trocando olhares com seu padrinho.

- Ok... tem algum modo de acha-la? Tem que ter alguma coisa que possamos fazer. - Sua voz sai desesperada, assim como o estado do seu coração.

- Nos vamos dar um jeito. Sua mãe é uma das melhores agentes que eu conheci. Ela vai ficar bem, eu te prometo. - Tony diz e se agacha a sua frente, pegando suas mãos. - Vou fazer o possível e impossível pra isso.

- Não posso ficar parada padrinho, tem algo que eu possa fazer pra ajudar? Talvez... talvez o capitão possa ajudar.

- Isso está fora de cogitação.- A voz cortante te faz pressionar os lábios, entendendo que a situação foi no mínimo complicada. Seu padrinho era rígido com muitas coisas, desconfiado de muitas pessoas... e vê-lo assim com alguém que era tão querido a ele, te faz querer fazer algo, qualquer coisa pra resolver a situação.

- Então, o que vamos fazer? - Ele se levanta e pega o celular no bolso, a tela transparente revelando as teclas brilhantes.

- Vou contactar alguns agentes que sei que ainda estão na ativa, tentar recuperar os arquivos da missão. Eu vou... dar um jeito. - A voz melancólica dele te conforta, pois você sabe que não é a única que realmente se preocupa com aquilo. Tony e sua mãe foram colegas de faculdade e viraram amigos, tão amigos que quando ela engravidou no meio do curso, ele cuidou de tudo para que vocês tivessem todo conforto possível. Ele foi como um pai para você, já que assim que o seu biológico soube da gravidez, foi embora. Era estranho pensar que aquele playboy que só queria saber de festas e mulheres tivesse algum senso de responsabilidade na época. Não era muito, e o pouco que tinha era destinado a você.

- A Nat... esta junto com o Capitão, então presumo que o Clint também. - Ele apenas concordou com a cabeça, pressionando os lábios.

- Não se preocupe, princesa. Você sabe onde seu quarto é. Eu cuido de tudo. - Assentindo, você deu um pequeno sorriso pra ele, sabendo que não conseguiria apenas esperar, mas não sabendo o que mais poderia fazer.

Rhodes te ajuda com a mala e te leva até seu quarto, deixando ao lado da porta e te dando privacidade.

Sentando na cama, você olha ao redor, as memórias te invadindo conforme seus olhos pousam em cada detalhe. Indo até o closet e carregando suas coisas, você começa a arrumar. Assim como sua mãe, deixar algo pendente te deixava louca. Quando enche as duas primeiras gavetas e abre a terceira, você encontra um pequeno aparelho celular. Antigo, de fechar, que nem aqueles das Patricinhas de Beverly Hills, mas bem mais simples e sem pompa.

Incapaz de se conter, você pega o aparelho e abre a tela, vendo que o wallpaper de fundo é simples, provavelmente o que já vinha configurado. Você vai nas fotos e não encontra nada, nem nos arquivos ou nas músicas. Quando abre a lista de contatos, apenas um surge. Steve Rogers.

Puxando uma respiração funda, você sente seu coração disparar, as peças se juntando na sua cabeça. Não. Não poderia fazer aquilo. Não poderia ir contra a vontade do seu padrinho. Ainda mais depois do que ele havia dito que Steve fez. Mas... porra. E se fosse a única chance? E se ele conseguisse localizar sua mãe mais rápido? E se ele soubesse exatamente o que fazer? Você conhece Steve, sabia que ele não deixaria nada nem ninguém te machucar. Porque ele era assim, um coração nobre. Então se estava com o tal Bucky, alguma esperança havia nele.

Fechando os olhos e pedindo que isso não virasse um desastre, você aperta para ligar.