Tell yourself you can always stop

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Assim que chega a porta de saída e da seu primeiro passo pra fora da festa, Bucky te pega pelo braço e te leva para o canto, onde não há nenhuma iluminação. Ele olha para os cantos, já estando com o boné e os óculos escuros na outra mão.

- Volte para o bar. Volte para a mansão do Stark. Vou pegar a moto e ir pro seu apartamento. - Ele dá ordens de comando, parecendo estar em seu modo soldado de resolução de problemas.

- O que? Não. Eu vou pro apartamento hoje. Vou dizer a Happy que as meninas irão dormir lá. - Ele franze as sobrancelhas e chega mais perto.

- Eu não vou ficar num quadrado minúsculo com 3 adolescentes. Nem ferrando.

- Você sabe que eu tenho 23 anos, certo? Minhas amigas são da minha idade, soldado. E não precisa se preocupar, elas não vão ficar, só eu. - Você revira os olhos, mas percebe seus olhos excrutinando o rosto dele, percebendo a respiração quente na sua bochecha de tão próximos que estão. Percebe sua atenção viajando pelas pequenas linhas de expressão conforme ele franze os olhos, a boca rosada contornada pela barba rala. Por um segundo o pensamento de passar a mão por ela invade a sua cabeça e você não sabe de onde aquela vontade vem, mas sabe que ela está começando a escorrer pelo seu corpo como líquido quente. O ambiente escuro não está ajudando. O cheiro dele não está ajudando. Nada está ajudando.

- O... o que foi? - Ele pergunta, te fazendo piscar e encara-lo denovo. - Por que está respirando assim? Esta ofegante. - Bucky curva a cabeça parecendo genuinamente confuso. Você sente suas bochechas esquentarem e pelo menos ele não pode perceber isso.

- Talvez seja bom se afastar de mim soldado, pode estar me dando ideias que não vai conseguir aguentar depois. - Você diz, querendo dar uma de atrevida para sair por cima, mas seu coração está aos gritos, sabendo que cada palavra é verdade. Geralmente quando faz isso, é apenas um jogo com os homens. Nada mais que uma diversão, mas não dessa vez. Você percebe ele franzir os olhos e afrouxar o aperto do seu braço, um suspiro saindo dos lábios. Lábios que você estava encarando denovo. Lábios que... NÃO. CHEGA.

- Você não consegue falar sério nem que seja por um minuto? - Ele parece sério e levemente decepcionado agora, o que tira toda a vontade de perturba-lo.

- Vá com sua moto e a esconda na parte de trás do prédio. É seguro. Happy me levará até lá, ele vai poder dizer pro meu padrinho que me deixou em segurança. Assim não vai ter nada pra suspeitar.

- Posso saber porque exatamente você vai passar a noite lá?

- Porque... sim. Porque... - Você engole em seco, com dificuldade de revelar a verdade. Ele não se enteressaria de qualquer forma, então pra que se dar ao trabalho?- Porque é minha casa e eu volto pra lá quando eu bem entender. - Levantando uma sobrancelha, você se desvencilia dele e morde o labio inferior, olhando pro chão. - Te encontro lá, soldado.

Andando pelo beco e chegando a parte iluminada, você olha pra trás, mas ele não está mais lá. Como era de se esperar.

A porta de trás do bar está entreaberta e você aproveita pra se esgueirar por ali, encontrando suas amigas no balcão, revirando as bebidas e conversando com mais dois caras. Ao se aproximar, M/A² solta um suspiro de alívio e pula do banco, indo para o seu lado.

- Ainda bem, podemos ir embora. - Ela diz, tirando o pequeno fone de ouvido da orelha. Você ri, sabendo que ela preferia estar numa matine no cinema ou em casa jogando do que ali.

- Estava tão ruim assim?

- Acho que só pra mim. - Ela dá de ombros, observando M/A¹ entretida e contando uma história parecendo interessantíssima para os caras. Os olhos dela encontram os seus e se iluminam. Ela dá um sorriso de desculpas e se despede, indo na direção de vocês.

- Que noite agradável! - O sorriso dela está gigante, te fazendo rir.

- Ok. Eis o plano. Vocês vão fingir que dormirão lá em casa. Happy vai nos deixar e quando ele for embora, preciso que vão também.

- Achei que iria voltar pra casa do seu padrinho. - M/A² diz quando começam a caminhar pra fora do bar.

- Longa história. Podem me ajudar nessa?

- Claro. Aliás, nós moramos 5 minutos do seu apartamento... bom, do seu antigo apartamento. - M/A¹ te olha com uma expressão de melancolia. Você não morava com a sua mãe fazia um ano. Havia se mudado pra outra cidade para fazer seu tão sonhado mestrado. Porem, como era apenas uma hora e meia de viagem, estava todo final de semana em casa. Menos nas últimas duas semanas. Não conseguia voltar lá.

- Não é nada que não tenhamos feito antes. - M/A² brinca, passando um braço pela sua cintura e apertando.

- Obrigada meninas, fico devendo uma.

- Eu vou cobrar. - M/A¹ sorri, segurando a sua mão conforme vão até o carro. Happy está roncando tão alto que vocês conseguem ouvir de fora. Segurando o riso, você abre a porta de trás, o que dá um susto nele. Ele olha assustado pra todos os lados, sendo impossível esconder a risada.

- Calma Happy, não somos nenhum tipo de assassino.- Entrando no carro, ele te olha feio e ajeita a roupa, parecendo envergonhado.- Não vou voltar pra casa do Tony, Happy. Me deixe na minha casa. As meninas ficarão comigo hoje.

- Avisou o senhor Stark? Ele não vai gostar disso. - Você revira os olhos, mas seu estômago se embrulha por mentir pra ele.

- Mandarei uma mensagem pra ele. Não se preocupe, Happy. - Ele concorda meio a contragosto e dá partida no carro. Vocês conversam amenidades, mas seu coração está disparado e a barriga enjoada, os pensamentos entre quem está te esperando e que seu padrinho vai te odiar pelo fins dos tempos se descobrir. Tudo está uma confusão e você só percebe que chegou ao prédio quando M/A² abre a porta pra sair.

- Não esqueça de avisá-lo. - Happy avisa, te olhando pelo retrovisor.

- Pode deixar, boa noite! - Você diz no automático e suas mãos tremem ao pegar a chave. Sem pensar no que está fazendo, você abre e entra, sendo seguida pelas suas amigas. Deixando as luzes apagadas, você espia pela janela o carro indo embora. Assim que vira a esquina, você suspira e relaxa um pouco.

- Quem está ali? - M/A² pergunta, vendo uma luz penumbra iluminando a escada. Não dava pra ver nada pela janela, mas agora que estavam ali dentro, era bem visível. Você fecha os olhos, querendo contar tudo, mas ao mesmo tempo não querendo ter aquela conversa ainda.

- Alguém que vai me ajudar. Eu... prometo explicar tudo depois. Hoje... eu tenho algo pra resolver. - Você abraça as duas e elas concordam meio a contragosto.

- Nos ligue se precisar, eu tenho um bastão de baseball caso precise. - M/A¹ diz, dando um beijo na sua bochecha.

- Não exite em ligar. - M/A² reforça e ambas vão embora de braços dados. Você as observa até elas sumirem de vista e sua barriga vibra quando se vira para a pequena luz amarelada. Hora de encarar o bicho papão.

illicit affairs | bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora