32- lost my lunch

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Depois que decidimos voltar a treinar, resolvi que ir ver o Robby seria uma boa. Toco o interfone do reformatório e me deixam entrar.

— Nome e documento.

— Dakota Davis-Miller. Aqui minha carteira de motorista. — entrego o documento pro moço, que analisa e me devolve.

— Deixa todos os objetos cortantes e perigosos aqui, celular também. — ele me entrega uma bandeja, onde eu acabo deixando minha bolsa toda. Tirar tudo ia dar muito trabalho. — Cola esse adesivo na sua roupa e pode entrar.

Coloquei no meu casaco e vou andando até a outra porta que também tem um guarda. Ela me manda passar pelo detector de metais (só por segurança) e eu sigo até o espaço indicado para conversar com os detentos. Sento na cadeira da mesa em que Robby já está e sorrio para ele.

— Oi. — ele fala.

— Oi. — dou uma olhada ao redor. — Como você tá? E esse olho roxo?

— O de sempre, indo. Isso aqui? Não é nada. — ele desconversa e eu prefiro sair desse assunto. — E você?

— Indo também. Sempre que a gente vê o Cobra Kai, parece um campo de guerra. — ele olha compreensivo. — Você faz falta, sabe.

— Pelo menos alguém sente minha falta. Esses dias meu pai veio me ver, mas nem apareceu.

— Isso é uma merda. Mas olha o lado bom, eu tô aqui. — eu falo sorrindo abertamente e ele sorri um pouco também. — E trouxe chocolate. — entrego pra ele uma barrinha de Snickers que estava no bolso do meu casaco.

— Você é incrível, obrigado. — ele agradece e pega o doce, o colocando no bolso. Ele me olha por um tempo e depois olha pras mãos, brincando com os dedos.

— Ela tá bem, tá indo sabe. Depois do que a Tory fez.

— Isso é... ok. Mas eu nem perguntei.

— Mas eu sei que você queria saber, eu te conheço. Olha, quando você sair daqui, eu venho te buscar e a gente vai fazer alguma coisa legal.

— Promete?

— De mindinho. — entrelaço meu dedinho no dele e um guarda vem avisar que nosso tempo acabou. Nos levantamos para um abraço e eu aperto ele com força. — Se cuida, tá. Me liga quando sair que eu largo tudo por você.

— Você não existe, Dakota. Dirige com cuidado. — volto até a recepção do reformatório e pego minhas coisas, saindo do local e indo até meu carro.

Liguei o carro e tentei dar partida no mesmo, mas não estava pegando. Não acredito. Tentei fazer ele rodar, mas não consegui. Em nenhuma das 5 vezes. Ótimo. Pego o celular para ligar pro reboque e, que carma bom esse meu, ele descarregou. Pego minhas coisas e saio do carro, indo voltar a pé pra casa.

E meu dia só piora. Além de tudo, ainda começou a chover. Maravilha. Começo a fazer uma lista mental de xingamentos sobre tudo e a chuva só aumenta. Ótimo, além de um carro sem funcionar eu ainda vou ficar doente.

Pela minha visão periférica, vejo uma moto se aproximar de mim e eu começo a andar mais rápido.

— Dakota! — escuto meu nome e me viro, vendo Falcão encostando a moto e tirando o capacete. — Sobe aqui.

— Nisso aí? — dou uma risada sem humor. — Prefiro tomar chuva e ficar doente. — eu falo e volto a andar, vendo ele me seguir. Nunca que eu vou subir na moto do garoto que bateu em um dos meus amigos.

— Relaxa, não é como se eu fosse te empurrar da moto. Só sobe logo, te deixo em casa rapidinho.

— Não tenho nada a perder mesmo. — eu murmuro e respiro fundo, subindo na moto. Ele me entrega seu capacete e eu olho feio pra ele, que só dá de ombros. — Não me deixa cair.

ATLANTIS ─ cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora