33- shattered bones

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Estávamos no Miyagi-Do treinando um pouco. Demetri havia derrubado Chris no chão e o estava ajudando a se levantar. Cada dia eu fico mais impressionada com a evolução que ele teve no karatê. Meu pequeno orgulho.

— Ótimo. De novo. — Sam fala com uma postura séria.

— Devemos estar prontos para lutar. — eu falo cruzando os braços.

— O que estão fazendo? — nos viramos para ver Amanda e Anthony na porta do dojô.

— Acreditaria se dissesse "trabalho em grupo"? — Demetri pergunta esperançoso.

— Vão para casa. Todos vocês. Dakota, vou ligar para sua mãe a avisando de onde você estava. — a mulher fala e eu abaixei a cabeça.

Vou levar uma bronca por algo que eu nem fiz de errado. Ofereci carona para alguns dos meninos, mas eles recusaram, então voltei para casa sozinha, passando pelas ruas com mais semáforos para atrasar o esporro que minha mãe iria dar.

— Onde estava, mocinha? — ela pergunta sentada no sofá com o celular na mão no momento em que eu abro a porta de casa.

— Treinando, mãe. Eu poderia mentir para você, mas o Cobra Kai não parou de treinar, e nós precisamos estar prontos para qualquer coisa. — eu respondo firme.

— Dakota Miller, qual parte de "chega de karatê " você não entendeu?

— Você que não entendeu, mãe. Karatê é minha vida, eu não posso parar de treinar só porque você e o papai querem. — Vejo Nick tentar passar de fininho pela sala, mas é visto pela minha mãe. — O Nicholas não parou de treinar.

— Como é? Mas eu e seu pai falamos para ele parar com o karatê também. Nicholas, onde esteve? — ela pergunta para o menino que estava tentando subir as escadas de fininho.

— Estudando com o Falcão e o Mitch, eu avisei.

— Sério? Me dá sua mochila para eu ver o que vocês estavam estudando. — ela exige e meu irmão não tem outra escolha além de entregar a mochila. A morena abre e tira um quimono branco com a logo do Cobra Kai de dentro dela. — Eu e seu pai dissemos para você sair do karatê.

— Mas eu não posso, mãe. É a única coisa além do futebol que me interessa.

— E o tênis? Você amava jogar.

— Não, eu jogava por diversão. Quem gosta mesmo é a Dakota. Por favor, não me faz sair de lá. — ele fala quase implorando.

— Eu já disse, Nicholas. Você vai sair e ponto. Sem discussão. E, só por isso, me entrega o celular, notebook e relógio. Está de castigo. — ela fala e ele entrega tudo de cara feia, subindo para o quarto logo em seguida. Solto uma risadinha baixa. — Você também, Dakota. Entrega tudo. — relutante, tiro o celular do bolso, relógio do pulso e meu notebook da mochila. — Agora vai pro quarto, vocês só saem de lá em segunda ordem.

— Você que me entregou né? — Nick perguntou parado na minha porta.

— Óbvio, se eles me proíbem de lutar, te proíbem também. Uma via de mão dupla. Agora saí da minha frente.

— Saiba que isso não vai ficar assim, Dakota. — ele entra no quarto e se tranca lá. Eu hein, garoto perturbado.

Agora eu não tenho mais o que fazer, que legal. Depois de um tempo que pareceu uma eternidade deitada na cama olhando para o teto, minha mãe bate na porta com Nicholas ao seu lado e manda nós dois ficarmos estudando na mesa da sala. Ela deve achar que a gente ia tentar fugir de casa, tenho certeza.

— Mínimo de permanência aqui, general? — eu pergunto com deboche para minha mãe.

— Até eu me cansar. Sentem. — ela responde rígida.

ATLANTIS ─ cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora