Nos encontramos todos no dojo de manhã e logo cada time se separou, sendo treinado pelo outro sensei. Fiquei insistindo para Johnny falar o que seria o treino de hoje, mas ele só me disse pra calar a boca e esperar a surpresa. Acabou que no fim ele levou todos nós para um prédio e, para minha grande decepção, tivemos que subir de escada.
— Pra onde ele tá levando a gente? — Nate pergunta já sem ar parando nos degraus.
— Algum lugar ruim. — eu respondo respirando fundo várias vezes na tentativa de recuperar o fôlego.
— Soube que ele afogou um garoto na piscina tentando ensiná-lo a chutar. — Demetri completa, me fazendo olhá-lo confusa. — Foi antes de ele mandar um cachorro atacar o Eli. Isso não me cheira bem.
— Vamos, Miyagis. Andem logo! — o sensei grita do topo da escada. Como que o velho chegou lá tão rápido?
Finalmente chegamos no topo e eu comecei a olhar ao redor. Não tem nada aqui para nós treinarmos. Será que isso era só uma pegadinha pra gente largar o sedentarismo e subir escadas? Paramos na beira do prédio, olhando para baixo e vendo alguns colchões no chão. Ah, não.
— Estou cansado de estar certo.
— O que estamos fazendo aqui? — Sam pergunta bem confusa.
— Quando uma águia tem fome, ela não hesita. Ela mergulha a 160 km/h para pegar sua presa. Ela não espera que um peixe pule em seus pés.
— São garras. — eu falo como se fosse óbvio.
— Ela não vai com garra, usa o instinto. A águia sabe que deve agir primeiro. Se querem derrotar o Cobra Kai no Regional, parem com essa bobeira de "espere e veja".
— E como devemos fazer isso?
— Vocês vão pular desse telhado... para aquele. — olho pra ele com os olhos arregalados.
— Quer matar a gente? — eu quase grito.
— O prédio fica a cinco Nates de distância, e estamos a 14 Nates de altura.
— Não me use como sistema de medida.
— Silêncio! Se quiserem ser águias, primeiro precisam aprender a voar. Não é possível fazer isso sem pular.
— E se cairmos?
— É para isso que os colchões servem.
— E se não cairmos no colchão? — eu pergunto nervosa.
— Tentem não fazer isso. Certo, quem começa? — nunca ouvi um silêncio tão alto. — Não vamos embora até alguém pular. Vamos, estou esperando.
— Então vai esperar sentado. Não vamos pular. — eu tento rebater a frase se Sam, mas ela me olha mortalmente e eu engulo as palavras.
— Algo a dizer senhorita Davis?
— Nada, sensei.
Todos nós fomos sentar espalhados pelo terraço e eu fiquei encostada na borda, criando coragem de levantar e pular enquanto Johnny colocava alguns paletes de madeira para servir como nosso apoio.
— O que houve, Davis? Não me diga que tem medo de altura. — Lawrence vem falar comigo.
— Não tenho.
— Então o que houve? Não quer estragar o penteado?
— A Jess sabe que você quer tentar matar a sobrinha favorita dela?
— Dá um tempo. Você acha que ela não sabe o que eu inventei?
— Que?
— Quando eu contei pra ela sobre o treino planejado, ela disse que você seria a primeira a pular.
— Mas isso aqui é um prédio. Com um chão de concreto lá embaixo.
— É, mas você vai pular direto pro outro prédio. Só quero que vocês sobrevivam ao torneio, seus molengas.
— Desse jeito a gente não vai sobreviver até lá. Eu vim esperando o pior, mas isso aqui... isso aqui é pior que o pior.
— Sei o que estou fazendo.
— Sabe mesmo? Com base no seu histórico, você não tem muito juízo.
— Quer falar sobre juízo?
— Sim, eu quero. Eu mesma não tenho muito, mas eu tenho uma desculpa pra isso. Eu sou adolescente, cometo erros e aprendo com eles. Você é um adulto na casa dos 50 que ainda não sabe o que quer, bebe o dia todo e namora minha tia.
— Mas de uma coisa eu tenho certeza. Se tivesse feito o que meus pais queriam, estaria trabalhando todos os dias com algo que eu não gosto. Aqui... aqui eu faço o que amo todos os dias. Ajudo jovens como você a acharem o próprio caminho. Se quiser ficar no banco a vida toda, vá em frente. Só quero dizer que você tem potencial pra abrir as asas e voar longe. Mas não é problema meu.
꘩
Fiquei remoendo o que Johnny disse enquanto roía a unha, um hábito terrível que eu desenvolvi depois dos acontecimentos recentes. Eu poderia ir longe, posso ir longe.
Tia Jess♡
Não sei se já saiu do treino de hoje ou não, mas eu confio em você.— Então ninguém quer voar. Vocês só querem ficar no ninho. Que patético! — ninguém me chama de patética.
Deixo meu celular na mochila e me levanto do lado de Sam, respirando fundo antes de olhar para Johnny, que me encarava com um sorriso pequeno. Sorri de volta e me posicionei perto da porta do terraço, preparando para ganhar velocidade.
— Tá maluca, Dakota? — Nate me pergunta levemente desesperado.
Simplesmente não respondo e começo a correr. Corri pronta para voar. Bati o pé no degrau de madeira que foi criado e me lancei para frente, sentindo o vento bater em meu rosto e o desespero se formando como um bolo em minha garganta. Caí no topo do outro prédio e rolei no chão até parar, me levantando logo em seguida e erguendo os braços para cima.
— É isso aí, garota! — Johnny grita para mim, me parabenizando. — Mais alguém tem coragem ou temos uma turma cheia de fracassados?
Sam parece ter despertado algo dentro dela, pois estava com ódio nos olhos e veio correndo do mesmo jeito que eu fiz antes, se jogando para frente e dando uma cambalhota quando chega do lado em que eu estou, logo parando com um joelho no concreto. Vou até ela e bato minhas mãos nas suas.
— Você conseguiu. Como conseguiu?
— Não quero ser uma marionete. — ela me responde sorrindo de lado e eu retribuo o ato, segurando na sua mão e a levantando para cima junto com a minha.
— Nós voamos! — eu grito alegre e Johnny ri, contagiado pela minha animação.
ɴᴏᴛᴀs ♥¸.•**◦༄◦°˚°◦.¸¸彡彡
- minhas gatinhas voaram, ELAS VOARAM!!!!!!!!
- johnny tem um ponto fraco pela dakota and i think that's beautiful
espero q tenham gostado desse capítulo, pq eu amei. não esqueçam de votar e comentar. volto em breve :)
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ATLANTIS ─ cobra kai
Diversos𝐀𝐓𝐋𝐀𝐍𝐓𝐈𝐒 «──── « ⋅ʚ♡ɞ⋅ » ────» "𝖨 𝖼𝖺𝗇'𝗍 𝗌𝖺𝗏𝖾 𝗎𝗌, 𝗆𝗒 𝖠𝗍𝗅𝖺𝗇𝗍𝗂𝗌, 𝗐𝖾 𝖿𝖺𝗅𝗅" Onde o dojô das histórias do padrinho de Dakota volta a vida. eli "falcão" moskowitz x fem!oc (season 1-**) © moonzdust, 2021