1- pool party

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Às vezes eu penso porque escuto o que meu irmão fala

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Às vezes eu penso porque escuto o que meu irmão fala. Ele sugeriu que fossemos nessa festa que ia ter na casa da Samantha LaRusso porque, segundo ele, seria o último momento de paz antes das aulas retornarem, depois de muita insistência da parte dele, eu concordei em ir. Não achem que eu não gosto da Sam, eu amo ela, somos melhores amigas desde que nascemos, mas ela também começou a andar com a Yasmine e a Moon, essas eu não suporto, principalmente a loira, que parece que sempre tenta me tirar do sério.

Estacionamos na entrada da casa dela e já foi possível ouvir a música e o burburinho de conversas vindo do quintal.

— Vou atrás da Sam, pega uma coca pra mim? — digo ao meu irmão quando saímos do carro. Ele só murmura em concordância e fomos pra dentro da casa. Passando pela sala eu vejo várias fotos do nosso pequeno clã LaRusso-Miller, com fotos de quando éramos crianças, do senhor LaRusso e de minha mãe quando eram adolescentes e, claro, de quando Daniel ensinava karate para mim, Sammy e Nick.

— Oi gata, como vamos? — pergunto pra LaRusso quando eu me aproximo dela. Dou um aceno pras outras garotas que estavam ao seu lado e elas retribuem. Não é porque não gosto delas que vou ser mal educada.

— Oi, Kota. Tem bebida na geladeira e se você quiser ficar aqui depois, tem roupa sua na segunda gaveta da cômoda.

Vou até a cozinha para achar Nick, que disse que ia pegar refrigerante e nunca voltou com eles. Entro no ambiente e vejo ele encostado na parede beijando uma menina que não consigo identificar quem é. Resolvo ser uma irmã legal e dou um grito, eles se afastam num susto e eu sigo andando até a geladeira como se nada tivesse acontecido. Pego um saquinho de doritos e um copo de coca e volto pro quintal a tempo de ver meu padrinho chegando e mandando todos para fora.

— Oi dinda. — digo para Amanda que estava passando por mim e ela me dá um abraço antes de seguir o marido que entrou na casa.

Resolvo ir atrás de Sam, que com certeza estava com raiva do pai por estragar sua festa com os amigos populares.

— De 0 a 10, quanta raiva você tá sentindo agora? — pergunto entrando no quarto dela com um sorriso de canto.

— Eu diria um 9, mas pode ficar em 8 se você me der esse Doritos. — ela diz com uma risada e é inevitável não rir junto.

Ficamos jogando conversa fora até ela receber uma ligação de Yasmine e Moon no laptop, saio do quarto na hora porque o simples som da voz da loira me deixa com vontade de arrancar os ouvidos. Desço as escadas e vejo meu irmão sentado à mesa com minha madrinha e Anthony comendo um sanduíche que estava com uma cara maravilhosa.

— Como vai, Dakota? Animada pra voltar para a escola? — Amanda me pergunta com um sorriso calmo.

— Você sabe que eu nunca tô, acho aquele lugar um porre e as pessoas conseguem piorar. — bom, não menti.

— É, tia. Não dá pra discordar, aquele lugar parece que fica pior a cada dia. — meu irmão concorda comigo. Não é como se nós sofrêssemos na escola. Andamos no nosso grupo de populares e tal, mas eles são nojentos, sempre se achando melhor do que todo o resto. Por isso, frequentemente, prefiro passar meu intervalo sozinha na biblioteca para ter um pouco de paz enquanto eu leio.

A mais velha me dá um sanduíche igual e avisa que vai ligar para nossos pais dizendo que vamos dormir aqui essa noite. Não é como se eles fossem negar, mas ela sempre gosta de avisar para deixá-los mais tranquilos quanto a nossa localização.

Pego meu sanduíche e vou dar uma volta pela casa. Abro a porta onde ficam as coisas de piscina e várias memórias de infância voltam. Quando o tio Daniel disse que karate era só para defesa. Quando eu derrubei meu irmão no tatame com uma rasteira. Quando a Sam me derrubou com uma rasteira e depois nós ficamos rindo. Dou um sorriso com a lembrança e olho para a cômoda ao meu lado, com dois troféus do regional de karate e várias fotos.

Pego o primeiro porta retrato e vejo uma folha de jornal com a notícia de quando o senhor LaRusso venceu seu primeiro campeonato sendo o único aluno do Miyagi-Do. E um que chama minha atenção: o senhor Miyagi sentado no tatame, com uma mini Dakota, Sam e Nick sentados ao lado dele. Quando ele morreu, ficamos todos abalados, mas sempre teremos as lembranças.

Termino de comer e vou subindo para o quarto da Sam onde eu vou passar a noite. Vejo Daniel saindo do quarto dela e ele vem falar comigo como sempre.

— Olá, padrinho. Noite encantadora, não? — eu pergunto fazendo um sotaque estranho e ele ri.

— Adorável, querida afilhada. — ele responde no mesmo tom e nós rimos juntos — Quer mais alguma coisa para comer ou o sanduíche já é o bastante?

— É o bastante, mas se você quiser fazer sushi não vou recusar. — digo dando uma piscadela.

— Vai dormir, Dakota. Ia te oferecer chocolate, não sushi. — ele diz me entregando uma barra de kit-kat que estava no seu bolso.

— Obrigada, tio Danny. Boa noite.

Entro no quarto da menina LaRusso, pego minha troca de roupas e vou para o banheiro da Sammy me arrumar para dormir. Depois de pronta, me deito na cama ao lado da morena e começamos a conversar.

— A gente podia ver algum filme. — sugiro enquanto pego o controle da TV.

— Deixa eu adivinhar, Harry Potter e as relíquias da morte? Você adora ver esse filme quando a gente vai voltar pra escola.

— Óbvio, o sentimento de luto das mortes é o mesmo sentimento de luto pelo fim das férias. — eu respondo com um falso olhar triste enquanto coloco o filme na TV.

Pouco tempo depois de começar, meu irmão aparece no quarto arrastando o colchão do quarto de hóspedes e o colocando no pé da cama.

— Vão ver o testa rachada? Ótimo, vou ver também. — ela fala já deitando no colchão.

— Tem algo para oferecer como seu ingresso? — Sam pergunta.

— Pipoca serve? — ele estende um balde grande que eu nem vi que estava com ele.

— E você ainda pergunta. — falo enquanto deito de bruços na cama para ficar mais perto do pote de pipoca.

Ficamos vendo o filme e, como sempre, na cena da morte do Dobby eu começo a chorar como um bebê

— Eu ainda não acredito que depois de todos esses anos você ainda chora. — Samantha fala com deboche.

— Eu ainda não acredito que depois de todos esses anos você ainda duvide que ela não vai chorar. — É a vez do meu irmão falar, o que só me faz chorar mais.

Logo que o filme acaba, eu vou ao banheiro secar minhas lágrimas e deito de volta na cama, desligando a TV e rapidamente caindo no sono com Sam ao meu lado e meu irmão ainda no mesmo lugar.



ɴᴏᴛᴀs ♥¸.•**◦༄◦°˚°◦.¸¸彡彡

Não gostei muito desse capítulo, mas queria mostrar uma pontinha da história da Dakota com o karate e tal. Todos os capítulos que eu escrevi da primeira temporada eu não curto muito, acho que na segunda vai ficar mais interessante. Até o próximo capítulo :)

ATLANTIS ─ cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora