38- the great plan

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Acordei e parecia que estava de volta em um tempo em que tudo era mais fácil. Olhei para a mesa de cabeceira e vejo um pedaço de papel nela "Saí cedo pra não te colocar em confusão <3. -F". Saí do quarto e tomei um susto quando vi Johnny Lawrence saindo do quarto da minha tia.

— Bom dia, titio. — eu falo encostada no batente da porta, cruzando os braços e sorrindo. Foi a vez dele tomar um susto.

— Oi, Dakota. — sorrio de lado e ele arqueia uma sobrancelha. — Nem um comentário sobre isso. Você não me viu e eu não te vi.

— Sim, senhor. Tenha um bom dia. — eu aceno pra ele, que desce as escadas para ir embora. Vou direto para o quarto da minha tia e abro um sorriso para a mulher, que estava colocando uma blusa. — Se divertiu de noite?

— Não quero ouvir nenhuma palavra sobre isso.

— Claro, mas só queria dizer que eu totalmente apoio vocês. Vai com tudo. — mando joinhas pra ela antes de sair do quarto rindo. Ponto alto da minha semana.

Finalmente o recesso de fim de ano chegou. Foram meses muito estressantes e com mais aulas de história do que eu consegui contar. Enquanto arrumava minha cama, recebi uma ligação de Robby, sorri ao atender.

— Olá, sumido. O que manda?

— Você pode me buscar nos fundos do zoológico daqui uns 50 minutos?

— Nos fundos? — respiro fundo. — Você tá fazendo alguma coisa de errado? Matou alguém e vai desovar o corpo? Tá se envolvendo com drogas de novo?

— Espero que não, só me busca, por favor.

— Tá bom, beijos. — encerro a ligação e enterro a cabeça nas mãos. Espero que ele não se meta em problemas.

Os fundos do zoológico dão pra uma floresta, então foi meio difícil achar um lugar para parar o carro que não estivesse cheio de árvores. Como o tempo estava agradável, desliguei o carro e sentei sobre o capô dele, esperando pelo garoto.

— Oi, encrenca. — eu falo quando Robby entra no meu campo de visão e desço do capô do carro, batendo na minha roupa para tirar qualquer sujeira. Reparo em um saco na sua mão. — Você roubou um animal? 

— Que?! Claro que não! — nessa hora o saco dele sibila e eu olho assustada pro garoto.

— Tem uma cobra aí dentro?! — eu quase grito. — Você roubou uma cobra? Sabe como isso pode dar merda? É um animal vivo!  — olho para trás dele e não me surpreendo ao ver com quem ele está andando. — Agora é amigo dessa gente? É isso que você quer?

— E se eu for? Você não controla minha vida, Dakota.

— Ei, gatinha. Finalmente veio se juntar ao lado legal? — Ethan grita para mim e eu olho pra ele como se eu pudesse o perfurar. Vejo Nicholas baixar o olhar ao seu lado, como se tivesse medo de me encarar. Juro por tudo que é mais sagrado, se ele for preso por estar aqui, eu não vou me envolver. Meu próprio irmão virou um idiota de carteirinha. E então olhei para o lado e vi Falcão, que, ao som das palavras de King, revirou os olhos com força, mas evitou olhar para mim.

— Se me chamar de gatinha mais uma vez, você fica sem a língua. — vejo Robby sorrir um pouco de lado e me viro pra ele novamente. — Quer mesmo se juntar a essa gente? — quando ele não me responde, solto uma risada sem humor. — Quer saber? Faz o que você quiser. Me procura quando tiver recobrado o juízo. Mas eu não vou esperar pra sempre.

Entrei no carro e bati a porta com força, saindo de lá o mais rápido possível. Pelo retrovisor, vejo Eli e Nick encarando meu carro com a expressão vazia. Realmente espero que eles se arrependam do que estão fazendo. Escuto o toque do meu telefone pelo carro e aperto no volante para atender.

ATLANTIS ─ cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora