ATLANTIS ─ cobra kai

68- i'm stronger than i've been before

Maldito seja o petróleo, que virou gasolina, que abasteceu o caminhão que levou o cimento para construir o hospital em que Terry Silver nasceu. Maldito seja esse velho!

Enquanto nós, meros alunos, lidamos com o maluco do Chozen e sua lição envolvendo ovos, Johnny e Daniel acharam uma ótima ideia confrontar Kreese sobre os planos de Silver. O homem está preso há um tempo que parecem séculos enquanto Terry abre mais e mais unidades do Cobra Kai. Ótima ideia.

Eu fui obrigada a fazer uma pesquisa enorme no Google sobre um torneio de karatê mundial. Sekai Taikai. O grande plano de Kreese e Silver quando abriram o Cobra Kai era esse. Conquistar o mundo.

Por culpa das ideias malucas de dois veteranos de guerra, Daniel, Johnny, Chozen, Amanda e minha mãe foram confrontar o pior homem da terra no pior lugar da terra. Jessica foi proibida de ir pelo seu "estresse avassalador" que faria mal para meu futuro primo. Que eu torço todos os dias para ser uma menina.

— Que cara é essa? — Victoria me perguntou enquanto pintava as unhas do pé no sofá da minha sala. — Não se esqueça do seu medo de rugas.

— Eu quero que você construa uma máquina do tempo, volte para antes do Cobra Kai ser inaugurado e mate dois velhos. Será que você consegue?

Malditos velhos mau-caráter.

— Eu acho um pouco difícil. Mas talvez a Sam consiga.

— Esquece. Ela se doou para o karatê como nunca antes.

— De verdade? — ela tinha desgosto em sua voz.

— Verdadeira.

Fechei o computador que estava em meu colo e relaxei a cabeça no encosto do sofá, soltando um suspiro frustrado.

— Se você pudesse voltar no tempo agora, o que faria diferente? — perguntei sentindo minha cabeça doer.

— Acho que eu falaria para eu cortar essa franja antes. Estou me sentindo uma grande gostosa com ela — ela passa a mão pelo cabelo recém-cortado e eu sorrio.

— Nada mais sério?

— Eu gosto dos caminhos que me trouxeram aqui — ela fecha o vidrinho de esmalte rosa e se senta ao meu lado, ficando na mesma posição. — E você?

— Acho que eu convenceria minha mãe a me obrigar a focar no tênis e não recomeçar no karatê. Minha vida seria mais simples.

— Mas você nunca teria se tornado amiga do Robby. Ou teria um namorado.

— Eu acho que o universo faria eu e Eli nos encontrarmos em algum momento. Talvez um momento melhor.

— E se nessa realidade paralela você terminasse ficando com o Robby? — ela parecia deslumbrada ao pensar naquilo. Talvez seja um pensamento recorrente na mente de várias pessoas.

— Então eu seria feliz desse jeito. Eu acho. Muitas coisas não teriam acontecido. — Comecei a divagar sobre esse outro universo. — Que loucura.

— Você gosta de como tudo aconteceu?

— Sim. Mas eu definitivamente mudaria algumas coisas. Miguel nunca teria caído da escada. Demetri nunca teria o braço quebrado. Robby não seria preso. Tory não teria vencido.

— Você pensa no que ela queria te falar aquele dia do mercado? — arqueio uma sobrancelha para ela.

— Como sabe sobre isso?

— Nicholas me contou. Ele queria saber.

— Não penso. Prefiro não pensar. Não acho que valha a pena eu me preocupar com o que a maluquinha queria dizer.