Falar com Jacob foi confortável mas não podia deixar de ficar nervosa de qualquer forma.
Era totalmente diferente de qualquer coisa que eu já tivesse sentido. Jacob era tão confortável e se moldava a mim tão bem e eu quis amaldiçoar quem criou nossa ligação por ser algo tão completo.
Depois que saímos do abraço dele ele ficou constrangido e eu o chamei para a varanda para que pudéssemos tomar o chocolate.
Conversamos mais algum tempo sobre coisas banais, ele me contou sobre o dia a dia da matilha e eu o contei sobre como eram as coisas com meus irmãos.
- E como era na França? Ele falou bebericando seu chocolate quente.
- Era legal, morávamos em uma cidade do interior, não era pequena mas era rodeada de mata. Quente como o inferno mas muito bonita. A magia lá fluia bem para mim mas não era como é aqui. Eu explico me recordando das sensações.
- Como assim? Jacob pergunta e seu braço rossa no meu por estarmos ambos no mesmo sofá.
- La push é diferente de todos os lugares que já estivemos, até mesmo da América do Sul que até então era o lugar onde a magia fluia melhor. Aqui é quase natural, a magia flui sobre todos os cantos na reserva, vocês são diferentes de tudo que já vimos e acho que é explicado pelo lugar. A ligação de vocês é única. Eu falo e me recosto levemente nele pelo frio.
Estava encolhida sobre o sofá e ele espichado quase que confortavelmente.
- Te faz bem? Ele pergunta me encarando e eu tiro alguns segundos pra apreciar tudo aquilo.
A chuva caindo forte sobre a mata próxima de casa, a fumaça de meus incensos saindo porta a fora e se misturando ao cheiro do chocolate e de Jacob.
Eu gostava muito daquilo, era tão familiar quanto estar com meus irmãos no sofá tomando Coca cola enquanto assistimos os jogos.
- Sim, me faz sentir viva e em casa. Eu explico ainda olhando para a chuva mas posso vê lo sorrindo.
- Fico feliz com isso, se precisar de qualquer coisa pode falar com a matilha, falar comigo. Ele fala e eu o olho.
Os olhos castanhos brilhantes, a boca ainda emoldurada por um leve sorriso.
O semblante calmo e o cheiro forte de mata, madeira e um perfume só dele que me rodeava me deixando sem saída.
- Obrigada. Eu falo baixinho o encarando agora.
Ele começa uma aproximação, o braço cruzando por mim na guarda do sofá, e seu rosto cada vez mais perto, mas é parado pelo som da porta e pela fala de meus irmãos.
- Luna? Ouço Archie me chamar e respondo em tom normal, sabendo que ele ia ouvir.
- Na varanda. Eu falo e volto a minha posição normal olhando a chuva.
Jacob por outro lado parece impedido de retirar o braço e fica mais perto de mim mas virado para frente também olhando a chuva.
- Que susto, achei que o Black tinha te sequestrado. Archie chega falando e eu rio junto de Jacob.
- Ainda não. Ele brinca com meu irmão que percebe sua presença e ri também desconfiado.
- Isso na sua mão é chocolate quente? Archie pergunta cheirando o ar e eu rio.
- Tem na cozinha pra vocês. Eu digo e Calleb aparece atrás de Archie olhando de mim para o Black.
- Eu acho que já vou indo, a ronda hoje é minha. Jacob diz assim que meus irmãos entram atrás do chocolate quente.
- Certo, quando quiser aparece ai. Eu digo mas sinto meu rosto corando.
Ele me olha sorrindo alguns segundos e então concorda com a cabeça logo saindo na chuva. Ainda o ouço se transformar em lobo quando me sento e então meus irmãos vem para perto de mim.
- Eu não gostei. Archie diz me fazendo olha-lo sem entender o que exatamente ele não gostou.
- Ele vai vir aqui? Calleb pergunta automaticamente depois de Archie e eu rio dos dois.
- Provavelmente, você não gostou dele? Eu pergunto olhando Archie.
- Não, ele parece ser um cara legal até, nos ajudou com controle e tals. Não gostei de vocês sozinhos aqui. Ele diz e eu coro mas rio.
- Eu me lembrei de algumas coisas e li algumas coisas, ou sonhei, não sei exatamente mas foi estranho. Só sei que eu lembrei o que nossa mãe tinha pelo pai. Ele tinha um imprint por ela, mas para ela eles era Amoris. Eu digo e encolho minhas pernas sobre o sofá.
- Eu me lembro dela falando isso. Calleb diz pensativo e eu concordo.
- Amoris para as bruxas serve como uma âncora de sanidade, a magia ao mesmo tempo que é muito boa para nós também nos cobra um preço do tempo. Ver as pessoas que amamos morrendo e a nossa imagem sequer mudar no espelho pode ser complicado. Um Amoris é quase uma lenda, não existe muito sobre em qualquer lugar, por ser muito raro, mas nossos pais tinham isso. A tatuagem que a mamãe tinha do lobo não era exatamente uma tatuagem, era uma marca, que representava o Amoris dela. Eu digo e eles me olham prestando atenção.
A relação dos nossos pais era linda, e acredito que por isso até Archie se lembrava de algumas coisas.
- Você tem uma também? Calleb pergunta e Archie franze o nariz me fazendo rir.
Eu me viro e tiro o moletom, deixando a mostra o ombro com a marca do lobo.
- Parece uma das suas pintinhas. Calleb diz próximo de mim.
Eu digo a eles tudo o que sei sobre, e depois disso continuamos a conversar, com eles sempre retornando ao assunto que é o Black.
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Pythonissam
FanfictionLuna não sabia que ao encontrar as raízes dos irmãos encontraria muito sobre ela também. Assim como encontraria um lobo gigante castanho avermelhado que tinha muitos traumas e que estava disposto a tudo apenas para ter uma amizade com a garota. O q...