Capítulo 29

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- me respondam, quem são vocês? - denovo o grito alto da mulher, sua expressão assustada revelava o medo que tinha deles, ela segurava o copo como se fosse atirá-lo a qualquer momento, mas ela não o faria, afinal era sua única munição e não a desperdiçaria à toa.

Todos estavam confusos e a loira assustada pois pensava que estava sendo assaltada ou pior, então Issac perguntou já pensando em uma possível explicação para a situação.

- mora aqui? - sua pergunta em um tom baixo e firme, seu tom era calmo mas sua calmaria não era verdadeira, apenas muito bem disfarçada.

- E isso não é óbvio caralho - os três franziram o cenho com o tom da mulher, era rude demais, demasiado rude para estar se dirigindo a eles, que se não fosse nessa situação, a loira poderia entender o porquê de todos terem tanto respeito para com eles.

Mesmo assim a mulher não aguentou os olhares deles, sua voz tremia junto ao seu corpo, tremia de medo, os três realmente eram assustadores.

- sim, moro - agora com a voz num tom falsamente calmo, então os três olharam para o único ser naquela sala que os poderia dar uma explicação.

Duque.

O cachorro descansava no sofá como se a atenção de todos não estivesse virada para ele, até a mulher loira o encarava, meio confusa e amedrontada.

- tens algo a dizer? - Herry sabia que ele era incapaz de o responder, mas mesmo assim perguntou, sabia que Duque era inteligente e provavelmente sabia o que se passava, então teve sua confirmação com o ato do cachorro que abaixou a cabeça e tapou os olhos com as patas.

- vamos Duque, nos mostre onde ela está ou ficará de castigo - Duque o olhou de imediato não acreditando, porque ele seria castigado se fui a Zuri que teve a ideia toda, ele pode até ter concordado mas foi por suborno.

- vai Duque, se disseres eu te dou um biscoito - Ryan apelou por outra tática, mas o cachorro que se sentiu ofendido, o maior achava mesmo que seria capaz de suborna-lo? - três biscoitos? - seu pequeno fochinho se virou fingindo não ouvi-lo - então, quando você quiser, mas só por hoje!

O cachorro o olhou denovo, parando por uns segundos e enfim se levantando e indo até a janela, com o focinho indicou lá fora, onde todos olharam até a loira e tiveram a visão de Zuri, tentando dar uma cambalhota.

A menor desistiu da cambalhota murmurando coisas sem sentido e correu até uma parede se escondendo lá, segundos depois deu uma olhada e correu até um arbusto, sempre alerta.

- tudo bem eu vi isto num filme, é fácil - murmurava ainda para si mesma, a pequena se levando tentando fazer uma espécie de enrolamento à frente.

Ela pôs a cabeça no chão denovo com as mãos apoiadas ao lado, e dava impulso, mas era em vão, ela não conseguia, sua cabeça doía, até engolir doía, pois além do ouvido, sua garganta também doía, tudo doía.

- esquece - falou logo depois se levantando - não é tão fácil como no filme.

E correu, os três ainda a olhavam da janela.

- ela mentiu - Herry comentou suspirando triste, ele pensava que ela confiava neles, mas percebeu que realmente era cedo para tirar conclusões precepitadas.

- isso mereçe uma punição - o loiro sussurrou sabendo que os três o ouviriam.

Issac apenas acentiu com a cabeça.

- Vamos buscar nossa mulher - e se retirou deixando Herry e Ryan que logo fizeram o mesmo.

- Esperem! vocês na - sua frase não era mas audível para eles, que a ignoraram saindo da casa, estavam mais interessados em buscar sua mulher.

A loira olhou para Duque ainda estava perto da janela, sentado, e apenas observando.

- Saí cachorro - a loira disse agressiva, estava irritada com os acontecimentos dos últimos minutos, parece que as férias de alguém foram arruinadas.

Pensava o cachorro saindo, aquela maluca já tirava o chinelo para expulsá-lo.

Duque correu até Herry que o pegou no colo assim que lhe viu, todos entraram no carro.

- Vamos segui-la de longe, só assim para saber onde vive - informou o moreno no lugar de condutor, o carro andava devagar, mesmo que Zuri tivesse correndo ofegante, eles queriam pegá-la mas dessa maneira ela não indicaria sua verdadeira casa e isso resultaria neles a ficar mais tempo fora de casa, Herry já estava surtando para irem no hospital.

Zuri não estava bem.

E era visível para quem quisesse ver.

Zuri chegou até uma lojinha já conhecida por todos, a loja em que se conheceram, aquele era o ponto de referência para ela saber onde ficava sua casa, e Duque sabia.

A menor olhou para os dois lados tendo certeza que ninguém a seguiria coisa que não deu muito certo pois ela nem reparou nos três homens e um cachorro a seguindo dentro do carro, rapidamente a menor correu toda desengonçada em direção à floresta, Zuri queria ser rápido, mas isso não tava dando muito certo.

A morena chegou no início da floresta quase sem ar, mas continuou adentrando nela assim fazendo com que eles saíssem do carro

Os três homens a seguiam em um silêncio extremo, como se tivessem em uma caçada à sua presa, primeiro a seguindo e observando de longe, já Duque seguia calado.

Assim que a menor chegou na sua residência, que não era muito longe, se situava bem no início da floresta, a morena parou um pouco para respirar, devido à tosse estrema que ela tava tendo, Zuri realmente não estava bem e Herry sem se conseguir conter mais tentou ir até ela mas a morena foi mais rápida a entrar em casa.

Os três a seguiram com Duque no colo, o cachorro parecia mais preguiçosos do que o normal.

Ao adentrarem o pequeno espaço com apenas dois passos sentiram seus pés molharem com a água que ia até o degrau na entrada, o local era sujo e tinha alguns bichos a boiar na água, o teto da casa deixava passar pequenos raios de luz indicando por onde entrou aquele tanto de água, havia quadros espalhados por todo o sítio, uns estragados pela chuva e outros que ainda pareciam ter concerto, mais à frente ao olharem para o outro cômodo sem porta viam Zuri, que ainda não os notará ali.

Ela estava em cima de um colchão velho e encharcado que parecia não ser nada confortável, além de estar rasgado, via-se as molas soltas.

O tal do colchão cabia perfeitamente no pequeno espaço claustrofóbico, que no canto continha grandes latas de tinta, e era isso que Zuri fazia tão atenta que nem prestou atenção neles.

Estava ocupada de mais tentando tirar as tintas dali.

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