1. Café

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Olá, pessoal! Antes de começarmos, agradeço as minhas betas perfeitas lovetodiealone midimustdie e NaoAlice que não desistiram dessa fic ao longo de  vários meses em que eu me enrolei pra escrever e mais ainda pra publicar. Espero que gostem!

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Eu estava me olhando no espelho do banheiro do meu quarto uma última vez para conferir se estava minimamente apresentável para sair de casa. O reflexo no espelho me agradava. Usava uma calça jeans preta, uma camiseta do The Smiths e uma jaqueta de couro. Minha pele, por ser muito branca, estava um pouco avermelhada nas bochechas devido ao frio que fazia em New Jersey. Meu cabelo estava mais comprido do que nunca, caia nos meus olhos e eu precisava jogar pro lado o tempo todo. Essa mania do cabelo incomodava o meu namorado, que vivia me dizendo para cortar um pouco, pelo menos na franja, para eu poder parar o tique. Mas adoro o meu cabelo assim, ele vai ter que aceitar.

- Vamos, Gee! A gente vai se atrasar! - Gritou meu namorado do outro lado da porta do banheiro.
- Calma aí, eu tô indo! - Respondi dando uma última olhada no espelho e abrindo a porta.
- Você sabe o quanto eu estou esperando para ver esse filme, vamos! - Ele disse assim que abri a porta, me puxando pelo pulso para fora do quarto.
- Eu não entendo essa sua loucura pelo M. Night Shyamalan. Ele pode ser genial, mas ser tão fã de alguém assim não é saudável. - Falei, caminhando e sendo puxado por ele pelas escadas até chegarmos na porta da minha casa.
- Você diz isso porque já é um gênio no que você faz e não se surpreende com outros gênios. - Ele ria enquanto nós chegávamos no seu carro.
- HAHAHAHA Ah, tá bom. Até parece. - Eu respondi enquanto dava um selinho nele antes de colocar o sinto.

Fomos até o maior shopping da cidade para podermos assistir o filme Vidro em uma tela IMAX 3D. Meu namorado jamais aceitaria algo menor que isso para ver o novo filme de uma trilogia do seu cineasta favorito. O filme era intenso, com reviravoltas, mas não tão emocionante quanto os anteriores. Ele continuava empolgado com o filme, o seu amor pelo diretor o impedia de notar algumas falhas no roteiro, mas eu jamais iria apontá-las para ele. Eu não teria medo dele ficar bravo comigo ou algo assim, apenas não queria tirar essa empolgação dele. Ele estava muito feliz com o filme e eu estava contagiado pela felicidade, então fomos para a sua casa ainda falando sobre o filme. Comemos hambúrgueres que pegamos em um drive-thru pelo caminho e então fomos dormir. 

No dia seguinte, nós precisamos levantar cedo pra trabalhar. Ele tem uma banda e era dia de ensaio, enquanto sou fotógrafo e precisava editar as fotos de um casamento que eu fiz no final de semana anterior. Fui pra casa, sentei na mesa do meu escritório e comecei a olhar as fotos. Eu estava entediado, olhava para as minhas paredes decoradas com as fotos que mais me orgulhavam na vida como fotógrafo, as fotos que fiz da minha família. Havia uma foto para cada membro dela. Na parede, do lado direito do escritório, havia meu irmão, Mikey, que posou para foto dando um pequeno e tímido sorriso, ele estava de pé, com as mãos na gola de sua blusa como se estivesse arrumando a gola e olhava para a câmera com um olhar divertido. Na moldura ao seu lado, nossa avó Elena, ela estava séria e sentada em uma cadeira que mais parecia uma poltrona de rainha. Ela faleceu alguns anos atrás e eu sinto a sua falta todos os dias. Olhar para essa foto me faz lembrar de todas as vezes que ela me incentivou a fotografar, a escrever, a desenhar e a cantar. Ela queria que eu fosse um artista de qualquer forma; e conseguiu. Do outro lado do escritório, estão meus pais. Donald e Donna, os dois também estão sentados e sérios em suas fotos, mas de uma maneira carinhosa. 

As fotos da minha família não me ajudaram e eu continuava sem ânimo para editar as fotos do casamento. Foi então que percebi que tudo que eu precisava era um bom café. Não aquele café de cafeteira de casa que eu estava tomando, eu precisava de um expresso, bem forte, direto na veia. Peguei meu macbook, coloquei em uma mochila, vesti um casaco e saí à procura de algum lugar que pudesse injetar café na minha veia. Infelizmente não encontrei um lugar tão ousado, mas encontrei um café no bairro vizinho ao meu que era pequeno, todo de madeira e com janelas enormes que davam pra rua. Ao entrar, o cheiro maravilhoso do café moído na hora misturado com baunilha e canela já me garantia que eu havia encontrado o lugar certo. Então, o atendente me olhou de cima para baixo, o que foi um pouco estranho. 

Oceans [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora