Capítulo 09

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Eu estava sonhando com um campo de tulipas, quando um barulho estridente de panelas caindo me fez acordar

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Eu estava sonhando com um campo de tulipas, quando um barulho estridente de panelas caindo me fez acordar. Abri os olhos tão rápido quanto as batidas do meu coração. Olhei para o lado e Adriel está cobrindo o rosto com as duas mãos, como se estivesse tentando não surtar.

--- O que foi isso? - perguntei com voz de sono.

--- Isso... São Cecília e Neila.

--- Suas gatas?

Ele soltou uma risada rouca.

--- Não, as minhas primas. Esqueci que estavam vindo para cá.

--- Entendi.

--- Acho que estão tentando fazer o café da manhã.

E aí eu me toquei; de que dormi fora de casa e não avisei a ninguém. Rapidamente peguei o celular e acabei me frustrando. Nenhuma chamada perdida, e nenhuma mensagem.

Ninguém se importa.

Joguei o celular para o lado e acabou pegando em Adriel - deu para ouvir um som oco, indicando que bateu em um osso.

--- Ai! - ele gritou --- Garota, você não vai com a minha cara?

Eu dei um sorrisinho culpado.

--- Desculpa, foi sem querer.

--- O que houve pra jogar o celular assim com tanta delicadeza? - foi irônico e me devolveu o aparelho.

--- Eu vim pra cá, dormi aqui e não avisei aos meus irmãos. Pensei que ligariam ou mandariam mensagem, preocupados. Mas nada.

--- E desde quando você avisa aos seus irmãos que vai dormir fora?

--- Desde quando eles simplesmente aparecem do nada lá em casa, fazem uma reunião misteriosa e me deixam de fora! - soltei.

Adriel assobiou alto.

--- Família é... Complicado. - falou com pesar.

Eu não sei nada a respeito da família de Adriel. Na verdade, eu não sei nada sobre ele. Nunca falamos dele, e quando eu tento tocar no assunto, ele sempre dá um jeito de mudar. Diferente de mim, que quando vejo uma oportunidade de desabafar, vomito os meus problemas até não ter mais nada para colocar para fora.

Adriel é um mistério, o qual tento desvendar desde que o conheci, mas até agora não consegui. Os nossos encontros são sempre regados de muitos beijos e muita pegação, e raramente conversamos sobre coisas sérias, pelo menos não que o envolva. Eu não me importo com isso; imagino que talvez o seu passado não seja um dos mais bonitos, então entendo que ele possa não sentir-se a vontade para falar sobre.

É óbvio que sinto curiosidade para saber mais. Se quero ter algo mais sério com ele, seria interessante conhece-lo melhor, por exemplo, como foi que ele conseguiu essa marca de queimadura enorme nas mãos? Será que foi um acidente?

Minha PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora