Eu descobri que odeio treino com espadas. Todo o meu corpo dói e eu não sei se algum dia conseguirei andar normalmente de novo. Lutar exige muito do físico de uma pessoa, e digamos que o meu porte físico não é lá essas coisas. A minha má alimentação, juntamente com a falta de exércícios, me transformou numa pessoa fraca e sedentária.
Eu não sou gorda, mas também não sou magra. Sou aquela que é considerada mais ou menos. Tenho uma estatura mediana, com mais ou menos 1,67 de altura. Os meus braços e pernas são magros, e eu tenho uma barriguinha um pouco saliente. Zero músculos. Eu estou realmente condenada.
— A mãe disse que a espada das quatro cores saberá o que fazer. Estes treinos são realmente necessários? - perguntei a Luciano.
Estamos sentados na grama, debaixo da mangueira ressuscitada, nos refrescando com uma limonada que o próprio Luci fez. Jujuba se diverte correndo atrás de algumas borboletas.
— Não confie 100% na espada. Assim como sistemas tecnológicos, objetos mágicos também podem falhar.
— Mas por que? É mágico! Deveria ser 100% eficiente.
— Porque nem tudo é 100% perfeito.
— Entendi. Nada é 100%.
Ele sorriu.
— Nem mesmo os sabonetes que prometem eliminar bactérias.
Ri alto, chamando a atenção de Jujuba, que olhou para mim com as suas orelhinhas levantadas. Mas logo ela voltou para a sua aventura com as borboletas.
— Obrigada, Luci. Por tudo. Nada que eu vá fazer vai pagar o que você tem feito por mim. Então, a única coisa que posso oferecer é a minha gratidão.
— Fique bem - suspirou. — Esse será o seu pagamento.
Encostei no tronco da árvore e fechei os olhos. A natureza soprou uma leve brisa, acariciando o meu rosto e esvoaçando o meu cabelo, me proporcionando um relaxamento tão bom, que me deu vontade de dormir.
— Vamos voltar a treinar - Luci chamou e eu choraminguei.
— Eu não aguento levantar um canivete, quem dirá uma espada.
— Vamos, Helena. Deixe de corpo mole.
— Tenha dó, Luci. Eu preciso de um pouco de descanso.
— Já descansamos.
— Só mais um pouco.
— Vai pedir descanso para o rei do submundo quando ele estiver quase destruindo a humanidade?
Abri os olhos e olhei para ele com um aspecto tedioso.
— Você é chato, sabia?
— Vamos, levanta.
Revirei os olhos e fiz o que ele pediu. As minhas pernas reclamaram do esforço que fiz para me manter de pé. Mas ao menos consegui deixar o corpo ereto, como se uma dor insuportável não tivesse se instalado na minha coluna. Fiz careta, mas resisti.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Perdição
Fantasy🏅Obra vencedora do concurso Caneta de Ouro, na categoria de melhor reviravolta. 🔞contém conteúdo adulto. Helena tem o namorado perfeito, que faz tudo por ela e para ela. Mas por algum motivo inexplicável, ela não consegue ser fiel. Um certo cara d...