Capítulo 16

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Passei a noite em claro, jogando conversa fora com Lucas

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Passei a noite em claro, jogando conversa fora com Lucas. Ele encontrou uma garrafa de vinho pela metade na geladeira, a qual misturamos com água para inteirar e durar mais; ficou horrível, mas bebemos assim mesmo.

Eu não quero nem imaginar como está o meu corpo por dentro, cheio de vinho e macarrão instantâneo; bem nutritivo.

Ao amanhecer, me despedi dele e fui para a minha casa. No caminho, me vi sem dinheiro. Afinal, ficar pegando uber não é nada barato e eu gastei tudo o que tinha. Sem nenhum cartão na bolsa.

Enquanto caminhava, fazia sinal para ver se algum motorista que passasse se compadecesse de mim e me desse uma carona. Demorou um pouco; o meu corpo já estava todo suado e os pés doloridos, quando um rapaz parou o carro e me convidou para entrar, e eu aceitei.

Fui burra e inconsequente? Sim. Mas não vi outra alternativa. Tentar pedir ajuda aos meus irmãos estava fora de cogitação.

— E então, qual o seu nome? - perguntou o meu salvador de uma longa caminhada até a minha casa.

— Helena, e o seu?

— Thalles.

— Muito prazer, Thalles.

— O prazer é todo meu. - ele tem uma voz aveludada, gostosa de ouvir — Para onde vai?

— Condomínio Paraíso.

Ele rio.

— E deixa eu adivinhar, você é um anjo que se perdeu.

Ri juntamente com ele.

— Estou longe de ser um anjo. E não, não estou perdida. - ao menos não literalmente — Apenas sem dinheiro.

— Você não parece ser o tipo de pessoa que fica sem dinheiro.

— Que tipo de pessoa pareço ser?

— Do tipo que tem muitos cartões, e não paga nenhum, porquê alguém paga pra você.

— Você é vidente?

— E se eu fosse?

— Eu diria para você parar de tomar conta da minha vida.

Ele deu risada.

— A privacidade é toda sua.

— Agradeço.

Por dentro, eu estou orando para que esse Thalles seja uma boa pessoa e para que nenhum mal me aconteça. Tenho consciência de que pegar carona com um desconhecido é estupidez. Mas foi a única coisa que passou pela minha cabeça pra fazer quando percebi que estava sem grana — a única coisa menos humilhante.

E durante a viagem, eu penso no que farei quando chegar em casa. Tem muita coisa que os meus irmãos não falaram que deve ser esclarecida. Tudo o que me disseram foi uma tremenda confusão de palavras - e por falar em palavras, as que a mãe proferiu a mim no sonho me deixaram encabulada.

"O seu poder é benção, mas também é maldição.

Ele é salvação, mas também é perdição.

Bem aventurados os que contemplarem a tua luz.

Infelizes aqueles que conhecerem a tua escuridão."

O que significam essas palavras?

Essa é a profecia?

E por que os meus irmãos só me contaram parte dela?

Eu tenho tanta informação, mas sinto que não tenho nada, porquê nada faz sentido para mim.

E cada dia que passa, mais pessoas entram para essa confusão. 

O que Luciano tem a ver com tudo isso, e como ele sabe mais de mim do que eu mesma?

Adriel é um monstro?

Por que ele surtou daquela forma?

E por que ele simplesmente escondeu essa parte dele de mim?

Por que todo mundo resolveu esconder tudo de mim?

Eu não acredito no que Frans disse sobre os meus pais me amarem. Não  foi por isso que ocultaram os meus poderes e todo o resto de mim, não mesmo. 

A minha mãe adora a filha adotiva e exemplar, Priscilla. E o meu pai ama o seu primogênito e centrado Natanael. Eu confesso que além de mim, Frans também está sobrando.

Agora, nem que eu precise prensar todos eles na parede, farei me contarem toda a verdade.

— Prensar quem na parede, garota? - Thalles perguntou, arrancando-me dos pensamentos.

— Eu falei isso em voz alta?!

— Eu devo me preocupar?

— Não. - sorri — Fique tranquilo, não é nada de mais.

— Ótimo, então. - também sorriu — Eu já estava pensando que estaria sendo cúmplice de algum futuro crime.

— Olha, não descarte essa possibilidade.

Vi ele arregalar os olhos pelo retrovisor, já que estou sentada no banco de trás.

— Achei que não era nada de mais.

— Por enquanto. - dei um sorrisinho travesso — Por enquanto.

[...]

01.04.22

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