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                        Merida Martir                                  ≛

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                        Merida Martir
                    

O menino fungou mais uma vez e secou o rosto, e ainda sem levantar a cabeça, começou a falar:

— Nossos pais tinham saído para uma festa. Nós fomos brincar no escritório do papai. Estávamos fingindo ser advogados. Meu irmão abriu a gaveta do papai e encontrou a arma. Ele disse que era de mentira, que poderíamos brincar e então me entregou. Eu estava apenas balançando ela. Até que ele deu a ideia de brincarmos de polícia e ladrao.
— ele parou a história, pois não conseguia parar de chorar

— Está tudo bem. Já passou. Continue e logo logo você vai poder descansar e esquecer isso!— Sussurrei pra que só ele me ouvisse e passei a mão no rosto dele, secando suas lágrimas

— Nós estávamos correndo pela casa, quando chegamos na garagem. Eu não sabia o que estava fazendo, eu puxei algo e então ouvi um barulho. Jeremy estava caído a minha frente, com a barriga sangrando. Eu tentei fazer parar. Eu coloquei minha mão, segurei o sangue. Mas não adiantou.— ele falou entre soluços.

— Ele dizia o tempo todo que ia ficar tudo bem, que ele estava bem. Ai nossos pais chegaram, mamãe gritou, papai puxou a arma da minha mão e perguntou o que tinha acontecido e onde eu tinha encontrado aquilo.

— Eu disse que estávamos só brincando e que Jeremy ia ficar bem. Mas ele... bateu em mim com a arma, bem na minha cabeça e eu fiquei tonto. Mas não dormi. Ai mamãe correu com Jeremy pra dentro da casa, depois de um tempo esse moço chegou com outros e me trouxeram pra cá. Eu não como faz muitos dias e não vi meu irmão também.— ele terminou já vermelho de tanto chorar e eu o puxei e o abracei

Escutei os cochichos de todos a nossa volta, mas eu não conseguia me importar. Eu só preciso proteger ele.

Essa criança passou por tanto coisa e os pais o abandonaram assim, depois desse acontecimento extremamente traumático.

Me levantei, secando meu rosto já que acabei chorando junto a ele e ajeitei meu vestido.

— Não darei sentença alguma.— falei e pressionei um lábio no outro, tentando não chorar.— Esse menino é inocente.— falei, um pouco mais alto e uma das garotas se levantaram

Kristen.

— Como assim inocente? Ele matou o próprio irmão, ele é um monstro! Deveria ser morto antes que cresça e se torne um perigo para o nosso reino.— ela falou indignada e eu a encarei irritada

— O único monstro que eu estou vendo aqui é você, que quer ver a morte de uma CRIANÇA.
Ele é apenas um menino inocente, ele não quis matar o irmão. Foi um acidente.— quase gritei e ela riu irônica

— Claro. Um acidente. Igual o que aconteceu na sua vila? Igual ao "acidente" que matou sua mãe.— ela falou e eu respirei fundo

Não posso surtar aqui. Não agora. Não depois de tudo que aguentei.

— Eu o declaro inocente majestade e se me permitirem, gostaria de cuidar dele.— falei puxando o menino pra perto de mim e me virei pra família real

Matheo estava com as mãos na boca, mas dava pra ver que estava sorrindo, mas também parecia meio chocado. A rainha me encarava com um brilho diferente nos olhos, talvez seja orgulho... não sei, e o rei... ele parecia confuso e nervoso.

Quando ele ia falar algo, fui mais rápido e disparei.

— Entendo se isso não for possível por causa da seleção, mas... — encarei o menino e depois Matheo.

Eu estaria disposta a abandonar a seleção, só pra cuidar dessa criança que nem é meu filho? Aos 17 anos?

— Eu estarei disposta a abandonar a competição se for necessário.— falei, depois de pensar muito

Só então eu percebi quantas câmeras tinham aqui, vários flashs vieram na minha direção, mas meu olhar continuava no rei.

Eu não sei se amo Matheo. Eu gosto de estar com ele, me sinto muito bem. Mas não sei se é amor, minha cabeça está muito confusa.

E se eles não permitirem que eu cuide aqui da criança ou que ela fique com a minha família, é mais um motivo pra eu não amá-lo.

Esse menino assassinou o próprio irmão, enquanto brincavam. Ele precisa de alguém e eu posso ajudá-lo.

Se eles não aceitarem, não ficaria aqui. Como podem rejeitar ajudar uma criança tão nova que passou por tanta coisa?

— Merid- Senhorita...— o rei falou e passou a mão pelo rosto.— Tem certeza dessa decisão? — ele falou pra mim, mas em seguida olhou pro Matheo, que me encarava confuso

Quando vi seu rosto, numa mistura de confusão, mas também tristeza, meu coração doeu novamente.

Que droga. Porque tenho que tomar tantas decisões sendo tão jovem?

Olhei pra rainha, que tinha um olhar confuso e entristecido, e depois olhei para o menininho, que estava agarrado na saia do meu vestido, observando tudo ainda bem triste.

— S-sim.— gaguejei

                            NOTES

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NOTES

!! Quando vocês menos esperam eu taco uma criança na estória.

!! Aqui está o Tommy, agora, Martir.

!! Aqui está o Tommy, agora, Martir

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A chance to love - Timothee ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora