Amor Certo, Tempo Errado (Killermare)

= Capítulo VIII | Sintomas do amor =

Killer não tinha conseguido dormir muito bem naquela noite, sua cabeça estava cheia com todas as coisas que aconteceram nesses três meses. Ficar preso no passado, interferir na história e na vida de outras pessoas, morar com estranhos e ainda se apegar a um deles. Tudo isso misturado a perda do relógio apenas o fez se sentir fraco, se continuasse assim ele iria enlouquecer! Ao perceber esses pensamento ele tenta respirar fundo e tirar isso da cabeça, ao menos tentar aliviar a tensão. O barulho da maçaneta o tira de seus pensamento, não demorando muito para a porta se abrir revelando Dream que tinha um sorriso no rosto.

—Oh Você já esta acordado. Nighty saiu cedo e eu preciso ir ao trabalho, espero que não se importe em ficar só.

—Sem problemas Dream, não preciso que alguém cuide de mim.

Killer bocejou e fechou as órbitas por um momento. Dream deu um pequeno sorriso satisfeito antes de dar um pequeno aceno e sair. Killer caiu de costas na cama, ele estava cansado demais para se levantar então se enrolou novamente nos lençóis e voltou a dormir.

Nightmare andava pelas ruas movimentas do centro, em suas mãos ele carregava alguns papeis com um dos capítulos de seu livro. Ele tentava se manter confiante e continuar a procurar e conversar com as editoras, não importava se era grande ou pequena, tudo oque ele precisava era que seu livro pudesse sair do rascunho e encantar tanto os monstros como os humanos. Nightmare sempre teve uma paixão pela literatura, escrever era oque ele mais amava fazer. Os livros de romance são seus favoritos, mas eles sempre tem a mesma história, ou ao menos a mesma ideia. Um casal que se ama acaba passa por inúmeros desafios para provar a resistência de seu amor e no final acabam juntos, mas ele queira mudar um pouco as coisas. Adicionar seu próprio toque e fazer sua história se destacar dentre as demais, mesmo que isso seja a razão de seu livro nunca ter saído do rascunho. Não demorou muito para Nightmare chegar a uma editora, ele tinha marcado a alguns dias atrás para conversar com o responsável e quem sabe finalmente conseguir publicar seu livro.

O lugar era como os outros que ele tinha visitado. Mesas organizadas em filas onde humanos e monstros trabalhavam, um expositor que mostrava todos os livros que aquela editora tinha publicado, não eram muitos e ele já tinha lido ao menos metade deles. Três portas estava em paredes opostas, sendo apenas a do meio que tinha uma placa com identificação, e era exatamente aquela sala que ele deveria ir. Nightmare então foi até uma mesa afastada onde uma mulher coelho escrevia algo em uma máquina de escrever, ao se aproximar ele da uma tosse falsa. A mulher coelho levantou suas orelhas e parou de escrever enquanto olhava na direção do barulho, mas ao notar Nightmare ela abaixou suas orelhas novamente e arrumou a postura.

—Bom dia, em que posso ajudar?

—Sou Nightmare Joku. Tenho uma reunião marcada com o senhor Fernan.

—Um momento.

A mulher coelha puxa uma pilha de papeis debaixo da mesa e começa a folheá-los, não demorando muito para retirar um dos papeis e o encarar por um tempo antes de colocá-lo na pilha novamente. 

—Oh sim. O senhor Fernan está o esperando, senhor Joku. Deixe-me acompanhá-lo até a sala.

A mulher coelha se levantou, arrumando levemente seu vestido antes de sair completamente de sua mesa. Nightmare seguiu a coelha em direção a porta. Sua cabeça estava cheia, talvez ele negue como todas as outras ou talvez o de uma chance, oh como ele adoraria uma chance. Algo que Nightmare aprendeu com o tempo e que não se pode ter muitas expectativas, ele aprendeu isso na prática. A batida na porta o tirou de seus pensamentos, uma voz lá dentro disse para entrar. A coelha abriu a porta e Nightmare entrou, assim que estava dentro da sala a porta se fechou. O senhor Fernan se endireitou e apontou com os olhos para a cadeira a sua frente. Nightmare foi até a cadeira e se sentou, eles se encararam por alguns segundos antes de Fernan falar.