[📚] 015. Segundo ato;

35 4 0
                                    

C  Á  P  I  T  U  L  O   Q  U  I  N  Z  E

ㅡ Mesmo com todas as polêmicas envolvendo a escola a diretoria junto ao grêmio estudantil emitiu uma nota que diz, resumidamente, que teremos sim um baile de formatura para os alunos do 3° ano do ensino médio!

Saebyeok atrás das câmeras com uma prancheta em mãos verificou se Yuna, o rosto do jornal escolar, não esqueceu de dizer algo.

ㅡ Essas foram as notícias de hoje, fiquem ligados pois iremos transmitir tudo sobre os preparativos do baile. Até amanhã!

ㅡ Segura! Três, dois, um.. corta!

E todos relaxam! As últimas semanas tem sido difíceis para todos, principalmente para o grupo de amigos que tem o peso nas costas de saber de toda a carcaça podre jogada para debaixo do tapete que a escola vem carregando desde sua fundação.

Saebyeok não teve um dia de paz depois de seu aniversário, se afastou de sua mãe drasticamente, ao ponto de não conseguirem ficar em um ambiente sem brigar, por mais que ela tenha se esforçado no começo para não deixar claro sua aversão sobre os atos da mãe, Saebyeok simplesmente não conseguiu.

Hoje, dia 11 de dezembro, é um dia comum para todos os alunos da Seoul Center School, inclusive para Kim Saebyeok, que dirige o jornal escolar como todos os dias, desde o começo do ano.

ㅡ Você foi perfeita, como sempre Yuna-ssi! ㅡ elogia a garota. ㅡ Todos estão dispensados, eu vou ficar mais um pouco para resolver algumas coisas.

ㅡ Obrigada unnie, mas você não parece muito bem! Tem certeza que vai ficar? ㅡ ela parece realmente preocupada com sua superior.

ㅡ Só estou um pouco enjoada, podem ir, eu estou bem! ㅡ fala, expulsando os colegas com as mãos e rindo para disfarçar o bolo de mágoas que se forma em sua garganta, a impedindo de respirar.

Finalmente com a porta fechada Saebyeok pode colocar pra fora as lágrimas que nem ela mesma sabia o porquê, eram tantos que não conseguia classifica-los mais.

Sua dor era externa, interna, clara e abstrata.

Saebyeok é O Grito, um quadro criado a partir de uma retratação do medo, solidão, melancolia e ansiedade. Sentia-se como a figura andrógina pincelada por Munch, porque assim como ela está vivendo em meio ao desespero e angústia.

Grita em silêncio para todos saberem aquilo que não pode verbalizar, mas parece que ninguém a vê.

E o desalento a consome.

toc toc toc

Três batidas seguidas e a voz de uma das últimas pessoas que espera ouvir é distribuida pela sala.

ㅡ Sae? Você está aí? ㅡ Namjoon fala do outro lado da porta.

Enxugo meu rosto já muito vermelho para tentar disfarçar que não estava chorando. Levanto e dou alguns passos só para chegar perto da porta e abri-lá sem muita dificuldade.

ㅡ Namjoon? O que quer? ㅡ suas perguntas tinham um fundo de mágoa, óbvio, mas ela nem se quer o olhou direto, apenas voltou a sentar onde esteve a um minuto atrás.

ㅡ Você estava chorando Saebyeok? Tá tudo be

ㅡ Por favor Namjoon, me poupe de suas falsas preocupações. ㅡ suspirou fundo.

ㅡ Sei que você não quer me ver!

ㅡ Temos um espertalhão aqui! ㅡ sua enxaqueca já dá sinais.

ㅡ Só me deixe falar e depois irei embora.

Ela concordou com a cabeça e o ofereceu a cadeira em sua frente.

THE FUCKING SCHOOLOnde histórias criam vida. Descubra agora