Uma Rejeição e Uma Ameaça

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Lynae não tinha conseguido dormir nada.

Esperou a noite toda que guardas entrassem em seu quarto e a arrastassem para algum tipo de calabouço, ou que alguém chegasse para dizer que ela seria deportada, ou que dissessem que o casamento acabou e que ela deveria voltar para Snöland.

Lynae tinha agredido o príncipe regente e isso era um crime muito grave contra a Coroa.

De manhã, a princesa pediu para que Axel dissesse a todos que que ela não tomaria café a mesa com os demais, porque estava com uma dor de barriga intensa. Anniki tinha vindo trazer o café na cama em uma bandeja de prata.

Anniki era o mordomo pessoal de Elin, antes de ser de Lynae. Ele tinha uns trinta e cinco anos, era muito bonito pra idade, tinha cabelos castanhos claros penteados pra trás, barba feita, olhos castanhos claros e estava sempre sério. Lynae queria acreditar que ele era apenas o mordomo de sua mãe, mas não era mais assim tão ingênua.

– Anniki, chame a Anneli, por favor? – pediu Lynae.

– Claro, senhorita. – Ele fez uma mesura antes de se retirar.

Um minuto depois, Anneli surgiu. Uma mulher de vinte e cinco anos, sempre com um sorriso de diversão no rosto, cabelos castanhos escuros enrolados cortados na altura dos ombros e olhos cinzentos como tempestade. Ela era a dama de Lynae desde que tinha ela tinha dez anos e Anne, quinze.

– Qual o problema, Lyn? Por que não foi tomar café com a gente? Sabe, sua irmã queria falar com você sobre como o príncipe Steven era fantas... – Então Anne pareceu notar o estado perturbado de Lynae. – O que houve, Lyn?

– Eu... bati no Ryland.

O queixo de Anne caiu na mesma hora.

– Bateu? Como? Por que? O que foi que ele fez? – a última pergunta foi feita de forma zangada.

– Ele... – Lynae sabia, mesmo que Ryland não tivesse dito, que tudo o que ele dissera deveria ser mantido em segredo, mas se ela não contasse pra alguém, se não contasse para sua melhor amiga, podia enlouquecer com a paranoia da possibilidade de ser enxotada daquele castelo.

Então, Lynae contou tudo sobre seu primeiro encontro com Ryland, sobre toda a conversa na sala de música e o tapa que ela dera na cara dele.

Anne começou a rir histericamente.

– Não tem graça!

– Desculpa, não tem mesmo, é que... Você sabe que situações tensas me fazem rir. Desculpe. O que você acha que ele vai fazer?

– Eu não sei. Viu ele na mesa do café da manhã?

– Não, ele não apareceu.

Lynae se levantou da cama e passou as mãos no cabelo.

– Vou pedir desculpas.

– Beeeem... – Anne contraiu a face. – Tem uma outra coisa ruim que quero mostrar a você.

Ela fui até o computador de Lynae e apertou um botão, que acendeu a tela, teclou algumas palavras e entrou em um site. Assim que achou o que queria, deu espaço para que a princesa pudesse ver.

A manchete dizia:

Se nem Ryland aceita sua noiva, por que o povo grão-francês deveria?


Ryland tinha se preparado psicologicamente a manhã toda para ir ao escritório de sua mãe, provavelmente para uma longa discussão. Ele parou em frente as portas duplas da sala da rainha, respirou fundo, segurou as maçanetas e escancarou as portas.

A Rainha da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora