Laço Rompido

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– Então Lynae, eu queria ter discutido isso com você ontem, mas, bem, tivemos aquele imprevisto... – Ryland fez uma careta engraçada, antes de prosseguir – Mas é que preciso da sua ajuda com uma questão.

Lynae e Ryland estavam indo em direção ao salão de festas do hotel, onde estava parte do batalhão snölês que chegara no dia anterior.

– No que exatamente? – perguntou Lynae.

– Bem, os snöleses se recusam a usar o brasão da Grã-Francia em seus uniformes e eu preciso muito que eles usem. – Ryland se colocou a frente dela. Em seu olhar, a princesa pode perceber o quão sério aquilo era para ele, mesmo que soasse extremamente banal. – Se eles não usarem, os que se opõem a minha mãe vão achar que não podemos controlar o nosso próprio exército e vão achar que eles não nos servem.

Ela franziu o cenho.

– Mas não é o seu exército.

– Enquanto esses soldados estiverem em solo grão-francês seguindo as ordens da Coroa da Grã-Francia, eles são meu exército, Lynae. E como meu exército, eles deveriam usar o meu brasão de armas e não o de Snöland. – disse o príncipe enfaticamente.

Lynae suspirou abaixando seus ombros.

– Eu sei. Mas o rei Markus deu ordens especificas para que os soldados somente acatassem instruções suas ou de sua mãe após o casamento. Então...

– Lynae – Ele segurou as mãos dela as trazendo para junto de seu peito. – sei que você pode ter certa influência sobre eles. Só precisa fazer isso, convencê-los a usar um uniforme com o brasão grão-francês. Isso vai fazer o povo acreditar que eles estão mesmo do nosso lado e a aceitação deles será maior. Por favor.

– Eu vou tentar. Prometo. – Lynae sorriu pra ele e desvencilhou suas mãos das do príncipe delicadamente.

O salão de festas do hotel parisiense era um amplo ambiente com chão e colunas feitas de mármore, lustres absurdamente grandes, que chegavam a parecer supernovas. Janelas impressionantemente altas cobriam as paredes banhando o local com a luz dourada do sol.

No centro do salão, estavam uma dúzia de soldados snöleses, a general Alva, capitães e tenentes.

Assim que Ryland se aproximou, com Lynae segurando seu braço, os soldados os saldaram com uma reverencia.

Lynae soltou o braço do príncipe dando um aperto forte nele, antes de se afastar, para dar segurança a Ryland.

– Vocês não querem usar o brasão da Grã-Francia. – disse a princesa, abruptamente, em sueco. – Por que?

Alva se colocou à frente dos soldados, fazendo uma segunda reverencia especial para a aprincesa.

– Milady, usar o brasão desse país é a mesma coisa que abdicar da nossa lealdade por Snöland. Estamos aqui unicamente para ser a troca necessária para que nosso país tenha comida farta. Prometemos seguir as ordens dos monarcas locais, mas apenas após o casamento e jamais concordamos em usarmos o brasão deles. Não somos cidadãos e não pretendemos ser.

O reino Nórdico era muito temido pelo mundo, não só pelas atrocidades que cometera na guerra, mas por causa do forte exército que dispunha. Os soldados snöleses eram muito bem treinados e fortes, mas não era isso que os fazia formar um exército tão poderoso. A lealdade do povo para com Snöland estava enraizada dentro da cultura dos snöleses, algo que sempre fizera os soldados morrerem pelo país sem pestanejar. Era um patriotismo honrado e ao mesmo tempo perigoso.

– Esse é um pensamento muito idiota. – Lynae sabia que foram palavras ousadas, mas tinha conseguido o que queria, a atenção chocada dos soldados. – Sua lealdade a seu país é algo que está incrustado dentro de vocês, não é por usar o brasão de outro país que isso vai mudar. Vocês não são cidadãos, mas vão servir a este país. – Ela respirou fundo, afim de se concentrar, diante da teimosia evidente estampada nos rostos dos militares a sua frente.

A Rainha da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora