Sangue dos Inimigos

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– Onde você achou a porra de uma cerveja? – resmungou Duskin.

– Eu trouxe comigo. Sabia que seriamos demais e que eu teria que comemorar – Genrich riu consigo mesmo.

– A única coisa que deu certo até agora foi a tomada do QG – repreendeu Levin – O que não vai durar nada se o exercito snölês bater na nossa porta daqui a algumas horas. Nossa coronel precisa se comunicar com o rei o mais rápido possível, senão todos nós vamos ser bombardeados.

– Mas nós temos a princesa – lembrou Duskin.

– Deveriamos pedir resgate a Grã-Francia. Eles tem mais dinheiro – Genrich falou com voz de riso.

– Você é burro ou está de sacanagem? – rebateu Levin – Por que a Grã-Francia pagaria algo por ela? Ela não é nada pra ela sem ser casada com o príncipe e isso só vai acontecer quando ele fizer dezoito anos.

Houve um silêncio repentino o qual Levin o quebrou:

– Sim, coronel Zolkin. Duskin, venha comigo.

– Acha seguro deixar a princesa sozinha com ele? – perguntou Duskin, enojada.

– Não fui eu que levei uma surra da princesinha – debochou Genrich.

Houve um som de algo sem socado, depois um grunhido e um tipo de comoção.

– Genrich, senta – disse Levin com calma, mas o tom autoritário em sua voz era palpável – Fique aqui de olho na princesa. Escuta bem o que eu vou dizer agora: se encostar nela, eu mesmo mato você, entendeu?

– Sim. – falou Genrich com escárnio.

– Sim, o que, Genrich? – repreendeu Levin.

– Sim, capitão Levin.

Lynae ouviu barulho de passos e uma porta se fechando em seguida.

Minutos depois dos outros terem saído, ela abriu os olhos lentamente e percebeu que estava na guarita central do QG.

A princesa estava sentada no banco, com as mãos ainda amarradas atrás de suas costas e as pernas, que estavam novamente unidas firmemente por cordas fortes. Ela tentou forçar os braços e pernas a se afastarem, mas a corda era muito forte, chegava a machucar.

– Olha só quem acordou. – Genrich estava sentado na cadeira em frente aos computadores. As câmeras estavam todas apagadas e ele estava virado direto pra ela. – Como vai, princesa? Você é mais bonita pessoalmente, apesar dos olhos bizarros.

– E você é igual aos russos dos quais ouvi falar. Repugnante.

Genrich sorriu e se levantou da cadeira, caminhou até ela e se sentou ao lado de Lynae. Ele bateu na coxa dela com força, apertando-a em seguida, segurando sua carne com seus dedos grossos.

Lynae afastou seu tronco dele o máximo possível, tentando se arrastar para o lado.

– Se Levin não tivesse sido tão implacável, eu certamente acabaria com você – Genrich se inclinou sobre ela e passou a língua nojenta dele pela pele sensível do pescoço de Lynae.

Ela abaixou os olhos e viu uma faca presa ao cinto de Genrich. Era isso.

A princesa se inclinou mais para trás, deixando que Genrich se inclinasse mais ainda sobre ela, passando seus lábios ásperos pela clavícula de Lynae.

Lynae afastou ele com o ombro bruscamente, quando Genrich a olhou com raiva, ela tomou impulso indo pra trás e em seguida, acertou sua cabeça, em cheio, no nariz do soldado, que soltou um guincho estridente. Ela pôde sentir o ossinho do nariz dele se quebrando contra sua testa.

A Rainha da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora